Diva - José de Alencar.
Diva (1864) - dando continuidade às cartas para a senhora G. M., agora Paulo conta a história de amor entre seu amigo, o Dr. Augusto Amaral, e a jovem Emília. Paulo e Augusto se conheceram a bordo de um navio rumo ao Recife: enquanto Paulo permanecera em sua cidade natal, o outro, jovem médico, partira para Paris e lhe enviara um manuscrito, confessando ao amigo o amor pela moça, cujo conteúdo é o romance que se segue.
Emília é uma menina feia que cresce em meio ao luxo das grandes famílias ricas do Rio de Janeiro. Porém, quando muito jovem, contrai uma doença mas é salva pelo dr. Amaral. Dois anos mais tarde, depois de sua viagem, o jovem médico retorna à casa a convite de seu pai mas a menina, agora uma bela moça, o ignora e mostra desdém.
Por "diva", compreende-se uma mulher que é muito bonita e altiva, com ares de divindade e superioridade e que é assim vista por seus admiradores. O título do romance é explicado a partir da descrição que o narrador (Augusto) faz de Emília:
Foi em março de 1856.
"Havia dois meses que eu tinha perdido a minha Lúcia; ela enchera tanto a vida para mim, que partindo-se deixou-me isolado neste mundo indiferente.
Senti a necessidade de dar ao calor da família uma nova têmpera à minha alma usada pela dor. Parti para o Recife. A bordo encontrei o Dr. Amaral, que vira algumas vezes nas melhores salas da corte. Formado em medicina, havia um ano apenas, com uma vocação decidida e um talento superior para essa nobre ciência, ele ia a Paris fazer na capital da Europa, que é também o primeiro hospital do mundo, o estádio quase obrigatório dos jovens médicos brasileiros. Amaral, moço de vinte e três anos, era uma natureza crioula de sangue europeu, plácida e serena, mas não fria; porque sentia-se em torno dela o doce e calmo calor das paixões em repouso.
Minha alma magoada devia pois achar, nesse contato brando e suave, a delícia do corpo alquebrado, recostando-se em leito macio e fresco. Quanto a mim, Lúcia desenvolvera com tanto vigor em meu coração as potências do amor, que cercava-me uma como atmosfera amante, evaporação do sentimento que exuberava. Havia em meu coração tal riqueza de afeto que chegava para distribuir a tudo quanto eu via, e sobejava-me ainda.
Essa virtude amante, que eu tinha em toda a minha pessoa, exerceu sobre meu companheiro de viagem influência igual à que produzira em mim sua grande serenidade. Ele fora um repouso para minha alma; eu fui um estímulo para a sua."
Augusto se declara para Emília que diz não ama-lo. O médico fica desgostoso e procura vingança ignorando a moça todas as vezes que se encontram.
Emília começa gostar de Augusto, mas indecisa pede um tempo de um ano para que resolva se realmente o ama. Augusto fica tremendamente irritado e resolve esquecer a moça.
No final os dois se encontram numa chácara de um amigo em comum e se declaram apaixonados um pelo outro dando um enlace feliz para o romance.
Fontes:
soliteratura.com.br
coladaweb.com
dominiopublico.gov.br
rainhastragicas.com
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