segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Vamos falar hoje da obra do escritor norte-americano  Jerome David Salinger; The Catch in the Rye (O apanhador no campo de centeio)





O livro publicado em série nos anos de 1945-1946 e em romance no ano de 1951 narra um fim-de-semana na vida de Holden Caulfield, jovem de 16 anos vindo de uma família abastada de Nova York. Holden, estudante de um reputado internato para rapazes, volta para casa mais cedo no inverno depois de ter recebido más notas em quase todas as matérias e ter sido expulso. No regresso a casa, decide fazer um périplo adiando assim o confronto com a família. Holden vai refletindo sobre a sua curta vida, repassa sua peculiar visão de mundo e tenta definir alguma diretriz para seu futuro. Antes de enfrentar os pais, procura algumas pessoas importantes para si (um professor, uma antiga namorada, a sua irmãzinha) e tenta explicar-lhes a confusão que passa pela sua cabeça. Foi este livro que criou a cultura-jovem, pois na época em que foi escrito, a adolescência era apenas considerada uma passagem entre a juventude e a fase adulta, que não tinha importância.

Mas esse livro mostrou o valor da adolescência, mostrando como os adolescentes pensam.

"Vou começar a contar do dia em que saí do Internato Pencey. O Pencey é aquele colégio em Angerstown, na Pennsylvania. Já devem ter ouvido falar nele, ou pelo menos visto os anúncios.

 

Eles fazem propaganda em mais de mil revistas, mostrando sempre um sujeito
bacana, a cavalo, saltando uma cerca. Parece até que lá no Pencey a gente passava o tempo
todo jogando pólo. Pois nunca vi um cavalo por lá, nem mesmo para amostra. E, embaixo do
desenho do sujeito a cavalo, vem sempre escrito: "Desde 1888 transformamos meninos em
rapazes esplêndidos e atilados". Pura conversa fiada. Não transformam ninguém mais do que
qualquer outro colégio. E não vi ninguém por lá que fosse esplêndido e atilado. Talvez dois
sujeitos, se tanto. E esses, com certeza, já chegaram lá assim."




O romance se passa em dezembro de 1949. A história começa com Holden Caulfield descrevendo encontros que teve com os alunos e professores do Pencey Prep, em Angerstown, Pensilvânia. Ele os critica por serem superficiais, ou, como ele diria, “falsos”.

Depois de ser expulso da escola por seu mau desempenho acadêmico, Holden arruma suas coisas e deixa a escola no meio da noite, depois de um embate físico com seu colega de quarto, Ward Stradlater. Ele pega um trem para a cidade de Nova York, mas ainda não quer voltar para sua família, instalando-se, ao invés disso, no decadente Hotel Edmont.

Lá, ele passa uma noite dançando com três jovens turistas, tendo, posteriormente, um desajeitado encontro com uma jovem prostituta chamada Sunny. Sua atitude para com ela muda no minuto em que ela entra no quarto, pelo fato de ela parecer ter a mesma idade dele. Por isso, Holden se torna desconfortável com a situação, e quando ele diz a ela que tudo o que quer é conversar, ela se irrita com ele e decide ir embora.

"- Não está com vontade de conversar um pouco? - perguntei. Era o tipo da coisa infantil
de dizer, mas estava me sentindo um bocado esquisito. - Você está com muita pressa?


Olhou para mim como se eu fosse um maluco.


- Afinal, você quer conversar sobre o quê?"

Entretanto, ele faz questão de pagar-lhe pelo seu tempo. Sunny e Maurice, seu cafetão, voltam ao quarto de Holden, mais tarde, para exigir mais dinheiro do que foi inicialmente acordado. Apesar do fato de Sunny levar cinco dólares da carteira de Holden, Maurice dá-lhe um soco no estômago.

"Depois que a tal de Sunny foi embora, me sentei numa cadeira e fumei uns dois
cigarros. O dia estava começando a clarear. Puxa, eu estava nas últimas. Ninguém imagina
como eu estava deprimido. Foi então que comecei a falar mais ou menos em voz alta com o
Allie. Às vezes, quando estou muito deprimido, costumo fazer isso."


J.D.Salinger




Eventualmente, ele foge para o apartamento de seus pais, enquanto estes estão fora, para visitar sua irmã mais nova, Phoebe, que é a única pessoa com a qual Holden parecer ser capaz de se comunicar. Phoebe vê seu irmão como um herói, e ela é ingenuamente desconhecedora de que a visão de Holden dela é praticamente a mesma. Holden compartilha uma fantasia na qual ele pensa: ele se vê como o único guardião de inúmeras crianças correndo e brincando em um vasto campo de centeio na beira de um precipício. Seu trabalho é pegar as crianças se elas vagarem perto da beira – ele é o "apanhador no campo de centeio". Holden acredita que ser um "apanhador no campo de centeio" significa salvar as crianças contra a perda de sua inocência.

Depois de deixar o apartamento de seus pais, Holden vai visitar um aposentado e muito estimado professor de Inglês, o Sr. Antolini, no meio da noite, que dá conselhos e lhe oferece um lugar para dormir. O Sr. Antolini diz a Holden que a marca do homem maduro é viver humildemente por uma causa, ao invés de morrer nobremente por ela, o que vai de encontro à ideia de Holden se tornar um "apanhador no campo de centeio", uma figura heróica que simbolicamente salva as crianças de "uma louca queda de um penhasco" e ficar expostas aos males da vida adulta. Holden fica chateado quando acorda no meio da noite e encontra o Sr. Antolini tocando sua cabeça de um jeito que ele acha esquisito. Há especulação sobre o Sr. Antolini fazer um avanço sexual sobre Holden, mas é deixado para o leitor decidir. Holden deixa a casa do professor e gasta sua última tarde vagando pela cidade. Posteriormente, ele se questiona se sua interpretação das ações do Sr. Antolini era correta.

Holden toma a decisão de seguir para o Oeste; quando menciona este plano para Phoebe, ela decide se juntar a ele. Holden rejeita a decisão da irmã, que fica chateada. Holden então decide não mais ir embora. Holden tenta reverter o humor dela levando-a para o zoológico do Central Park. Ele percebe seu erro enquanto ela anda no carrossel que fica dentro do zoológico. Enquanto assistia Phoebe, Holden percebe que ele não pode ser o "apanhador no campo de centeio" e que ele, sim, precisa de ajuda.





Na conclusão do romance, Holden decide não mencionar sobre o presente, considerando-o inconsequente. Ele alude "ficar doente" e viver em um hospital mental, menciona que frequentará outra escola em setembro. Holden diz que surpreendentemente se encontrou sentindo falta de dois de seus ex-colegas, Stradlater e Ackley, e até mesmo de Maurice, o cabineiro-cafetão. As últimas palavras do romance são "Nunca conte nada a ninguém. Se você o fizer, começará a sentir falta de todos".

O Apanhador no Campo de Centeio foi frequentemente interpretado como um conto de alienação de um indivíduo dentro de um mundo sem coração. Holden parecia estar para os jovens em todos os lugares, que se sentiam rodeados de todos os lados por pressões para crescerem e viverem suas vidas de acordo com as regras, e a restringir suas próprias personalidades em conformidade a uma norma cultural. Muitos leitores viram Holden Caulfield como um símbolo da pura individualidade irrestrita em face da opressão cultural.

O Apanhador no Campo de Centeio fala sobretudo da recusa em aceitar o amadurecimento e o sofrimento nele implicado.


Fontes:
demonstre.com
wikipedia.org
google.com
lelivros.love.book

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