Fogo de Santelmo.
O fogo de Santelmo é um fenômeno meteorológico no qual plasma luminescente é criado pelo efeito de descarga de corona em um objeto pontudo imerso em um campo elétrico relativamente forte na atmosfera, campo elétrico esse que é criado em situações de tempestades ou erupções vulcânicas.
Em situações de erupções vulcânicas, o ar também fica eletricamente carregado, pois a fuligem que sai do vulcão se atrita, gerando cargas elétricas. Alguns gases associados às erupções vulcânicas também ajudam a deixar o ar atmosférico eletricamente carregado.
O fenômeno é caracterizado por um brilho azulado ou violeta que pode parecer com fogo em algumas circunstâncias. Esse “fogo” parece emanar de estruturas pontiagudas, conforme mencionamos anteriormente. Pode aparecer também em folhas e até em chifres de alguns animais. Também pode acompanhar um som como um “buzz”.
É um fenômeno relativamente rápido em termos de duração e difícil de ser registrado. Encontrei nesse site o que parece ser o registro desse fenômeno em uma asa de avião:
Por que o fenômeno ganhou esse nome?
Marinheiros costumavam observar esse fenômeno com frequência, nos mastros das embarcações. O fenômeno foi observados por diversas civilizações, cada qual dando um nome associado com a divindade local, por exemplo. Os gregos por exemplo chamavam de helena, palavra que significa tocha.
Em um texto do século XV, o Almirante Zheng He se refere ao fenômeno:
O poder da deusa, de fato tendo sido manifestado em tempos anteriores, tem sido abundantemente revelado na geração atual . Em meio as águas correntes, aconteceu que, quando houve um furacão, de repente uma lanterna divina foi vista brilhando no mastro, e tão logo que a luz milagrosa apareceu o perigo foi apaziguado, de modo que mesmo em perigo de emborcar, as pessoas sentiram-se tranquilizadas e sentiram que não havia motivos para ter medo.
Charles Darwin também observou o fenômeno quando estava a bordo do Beagle (ele afirmou isso em uma de suas inúmeras correspondências):
Beagle
Tudo está em chamas, – o céu com relâmpagos, – a água com partículas luminosas e até cada mastro apresenta uma chama azul.
Santo Erasmo di Formia
A lenda conta que Sant’Elmo (Santo Erasmo di Formia), em uma ocasião, teria continuado pregando mesmo após um raio ter atingido o solo muito próximo a ele. Desde então, os marinheiros teriam passado a invocá-lo sempre que uma tempestade ocorre em alto mar. Os mastros “em chamas” teriam então sido então relacionados como uma espécie de resposta a essas orações. Por isso, esse fenômeno ganhou esse nome.
Confusão com OVNI’s (UFO’s)
Sempre que alguém registra ou avista um objeto voador não identificado, é extremamente importante tentar compreender que tipo de fenômeno natural pode ser o responsável. Além de fenômenos naturais, satélites, balões meteorológicos, testes nucleares, testes de novas aeronaves militares, etc, ou seja, causas humanas também podem explicar aparições de OVNI’s.
Sempre há uma explicação! Mesmo que essa explicação demore a ser elaborada e mesmo que quem avistou esse fenômeno não tenha o conhecimento para elaborar essa explicação, ela existe. Basta investigar cautelosamente.
No livro O Mundo Assombrado Pelos Demônios, Carl Sagan cita algumas explicações extremamente comuns para os OVNI’s e uma delas é exatamente o fogo-de-santelmo:
A maioria das pessoas informava honestamente o que via, mas o que elas viam eram fenômenos naturais, ainda que pouco familiares. Algumas visões de UFO eram na verdade aviões pouco convencionais, aviões comerciais com padrões de iluminação inusitados, balões de grande altitude, insetos luminescentes, planetas vistos em condições atmosféricas incomuns, miragens e aparições ópticas, nuvens lenticulares, fogos-de-santelmo, parélios, meteoros incluindo bolas de fogo verdes, satélites, ogivas e lançadores de foguetes reentrando espetacularmente na atmosfera.* Também é possível que fossem pequenos cometas dissipando-se na atmosfera superior. Pelo menos algumas das informações de radar eram causadas por “propagação anômala” – ondas de rádio viajando em trajetórias curvas devido a inversões da temperatura atmosférica. Tradicionalmente, eram também chamadas “anjos” de radar – algo que parece estar ali, mas não está. Era possível a ocorrência de visões percebidas simultaneamente pelas pessoas e pelo radar, sem que nada houvesse “naquele ponto“.
(*) Há tantos satélites lá em cima que eles estão sempre oferecendo espetáculos espalhafatosos em algum lugar do mundo. Dois ou três se deterioram todos os dias na atmosfera da Terra, sendo os destroços flamejantes freqüentemente visíveis a olho nu.
Diversas pessoas já avistaram o fenômeno fogo-de-Santelmo em diversos momentos da história. Anteriormente, mencionei alguns relatos antigos. No mesmo livro de Carl Sagan, o autor explica que a explosão de avistamentos de OVNI’s, bem como a criação do termo ‘disco voador’ são fatos recentes na história humana, coisas de meados do século XX.
No passado, os marinheiros diziam que este fenômeno era uma resposta para suas orações. Antes da era cristã e em civilizações não-cristãs, acreditava-se ser algo atribuído aos deuses. Uma pessoa não-cética da atualidade pode muito bem atribuir o fogo-de-Santelmo a uma causa alienígena, talvez uma nave distante ou a demonstração do “poderio militar” de uma raça alienígena. Pode também dizer que trata-se de ‘energia cósmica’ ou simplesmente ‘energia’ e aqui me refiro às explicações dadas pelas religiões da Nova Era e não ao conceito físico de energia (por isso coloquei entre aspas).
Por se tratar de um fenômeno incomum e que só consegue ser bem visualizado no escuro (quando nossos olhos não trabalham bem) e em condições muito específicas, é bastante possível que se faça uma estimativa inadequada de seu real local de ocorrência. Somando esse fato a falta de ceticismo, não duvido que o atribuam a causas alienígenas.
Moby Dick
No livro "Moby Dick", de Herman Melville, o capítulo 119 narra o encontro do baleeiro Pequod com um tufão, nas águas do Pacífico, nas proximidades do Japão. Em determinado momento da tempeste, um dos imediatos da embarcação, Stubb, grita: "Olha! Olha!" e mais uma vez foram vistas as altas chamas mechadas como que duas vezes mais sobrenaturais em seu palor. "Que os fogos de santelmo tenham piedade de nós!", gritou Stubb, mais uma vez.
Fontes:
meteoropole.com.br
wikipedia.org
google.com
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