domingo, 16 de fevereiro de 2020

Hoje vamos falar do Caminho de Peabiru (Em Tupi - pe = caminho; abiru =  grama amassada).


caminho de peabiru



A designação Caminho do Peabiru foi empregada pela primeira vez pelo jesuíta Pedro Lozano em sua obra "História da Conquista do Paraguai, Rio da Prata e Tucumán", no início do século XVIII.  Outras fontes, no entanto, dizem que o termo já era utilizado em São Vicente logo após o descobrimento do Brasil pelos portugueses, em 1500.



O principal destes caminhos, denominado Caminho do Peabiru, constituía-se em uma via que ligava os Andes ao Oceano Atlântico. Mais precisamente, Cusco, no Perú (embora talvez se estendesse até o oceano Pacífico), ao litoral brasileiro na altura da Capitania de São Vicente (atual estado de São Paulo), estendendo-se por cerca de 3 000 quilômetros, atravessando os territórios dos atuais Peru, Bolívia, Paraguai e Brasil. Segundo os relatos históricos, o caminho passava pelas regiões das atuais cidades de Assunção, Foz do Iguaçu, Alto Piquiri, Ivaí, Tibagi, Botucatu, Sorocaba e São Paulo até chegar à região da atual cidade de São Vicente. Ainda havia outros ramos do caminho que terminavam nas regiões das atuais cidades de Cananeia e Florianópolis.




Os caminhos de Peabiru apresentam um total de quatro mil quilômetros, mais ou menos. São inúmeras rotas diferentes, não havendo um caminho singular que ligue o ponto A ao ponto B.

Na realidade, devido a diversos registros históricos que compreendem o período de exploração europeia na América, é possível colher diversos escritos que diferenciam os caminhos de Peabiro.

Na região litorânea, os caminhos apresentavam duas diferentes entradas: uma ao norte de Santa Catarina, e outra na Cananeia, em São Paulo. Ambas as entradas tinham uma mesmo fim em comum na região norte do Paraná, que formava um caminho similar até a Guaíra. 

caminhos de peabiru


Em território brasileiro, um de seus traços ou ramais era a chamada Trilha dos Tupiniquins, no litoral de São Vicente, que passava por Cubatão e por São Paulo, em lugares posteriormente conhecidos como o Pátio do Colégio e rua Direita; cruzava o Vale do Anhangabaú; seguia pelo traçado que hoje é o das avenidas Consolação e Rebouças; e cruzava o rio Pinheiros.  Outro ramal partia de Cananeia. Ramificações adicionais partiam do litoral dos atuais estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.




Em 1524, parte desse caminho foi percorrido pelo náufrago português Aleixo Garcia, que comandou uma expedição integrada por algumas centenas de índios guaranis carijós, partindo da Ilha de Santa Catarina ("Meiembipe"), percorrendo essa via para saquear ouro, prata e estanho, tendo atingido o território do Peru, no Império Inca, nove anos antes da invasão espanhola dos Andes em 1533.

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Aleixo Garcia




Outros relatos dão conta de que Martim Afonso de Souza, fundador da Vila de São Vicente, só se fixou naquele trecho do litoral porque, de antemão, dispunha de informações de que, dali, se teria acesso ao caminho que o levaria às minas do Potosi, na Bolívia, e aos tesouros dos incas. 

O espanhol Álvar Nuñez Cabeza de Vaca começou a caminhada partindo da foz do Rio Itapocu, no litoral norte de Santa Catarina, no dia 2 de novembro de 1541, vindo a descobrir, no final de janeiro de 1542, as Cataratas de Iguaçu. 


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Alvar Nuñez Cabeza de Vaca


Aleixo Garcia foi um marinheiro português, que partiu da Espanha no ano de 1515 em uma expedição comandada por Juan Diaz de Solís. Essa expedição visava chegar ao sul da América em busca de uma passagem para o outro lado, o Oceano Pacífico.


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Juan Diaz de Solis


Eram 3 embarcações, e em torno de 60 homens, que chegam ao sul da América e entram pelo Rio da Prata, que por toda sua grandiosidade, era confundido com o mar naquele tempo (Para quem não sabe, o Rio da Prata é o rio que faz a divisa entre o extremo sul do Uruguai e a Argentina).

Só que esta expedição não obteve sucesso, o comandante Solís juntamente com 6 homens foram assados e comidos pelos índios Charruas conhecidos por serem antropófagos.
A tripulação apavorada ao ver o capitão sendo devorado pelos nativos foge, nesta fuga, decidem voltar para a Espanha e uma embarcação se perde das outras e acaba naufragando no extremo sul da Ilha de Santa Catarina, no canal da Barra Sul próximo a praia hoje conhecida como praia de Naufragados.
Entre os náufragos estava Aleixo Garcia que juntamente com outros 8 europeus, sobrevive. Juntos, os 9 náufragos passam a viver com os índios Guarani Carijó.

Estes náufragos viveram ali próximo onde hoje é a baixada do Maciambu na Palhoça e naquele local formam um núcleo de povoamento. O primeiro núcleo europeu do sul da América


Fontes:
wikipedia.org
todoestudo.com.br
google.com
meiembiturismo.com.br
Náufragos, traficantes e degredados, Bueno, Eduardo, 1998

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