quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

No dia 1 de janeiro de 1897 morria, no Rio de Janeiro, o escritor Adolfo Ferreira Caminha. Nascido no dia 29 de maio de 1867 em Aracati (RJ), ele é considerado um dos principais autores do Naturalismo no Brasil.


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Ficou órfão de mãe muito cedo, com apenas 10 anos, no ano de 1877, mesmo ano em que o Nordeste foi assolado pela seca.


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Após ficar órfão, foi com seus cinco irmãos para Fortaleza, onde teve seus primeiros estudos, e seis anos depois, em 1883, foi para o Rio, onde estudou na Escola Naval. Devido à instituição ser conservadora e monarquista, lá revelou seus primeiros sentimentos republicanos e abolicionistas, chegando ao extremo de, com apenas 17 anos, fazer um discurso na presença de D. Pedro II, declarando-se contra a escravidão e o império. Mesmo assim formou-se na Escola Naval no ano de 1885, como guarda-marinha.


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Por volta de 1886 demonstra sua vocação de escritor através da publicação dos poemas “Vôos Incertos”. Em 16 de Dezembro de 1887 foi promovido a 2º tenente, mesmo ano em que publicou seu primeiro livro de contos. No ano seguinte pede transferência para Fortaleza, provavelmente não por acaso, pois sabia que o Ceará já havia libertado os escravos, realidade que agradava aos seus ideais. Vem a se demitir do seu cargo na marinha no ano de 1890.

Em 1891 funda, em Fortaleza, a revista Moderna, e colabora para o Jornal do Norte. Em 1892, funda a "Padaria Espiritual", um movimento literário-político que acreditava na educação do povo para mudar o país, e publicava o jornal, "O Pão".


 Sua obra, por ser densa e trágica, foi pouco apreciada na época. Seu primeiro livro publicado foi "Voos Incertos" (1886), com poesias. Em 1893, publicou "A Normalista", romance em que mostra o lado negativo da vida urbana. Um ano depois, lança "No país dos Ianques" com base em suas experiências e observações após uma viagem aos EUA, em 1886. 




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Em 1895, cria polêmia ao escrever o livro "Bom Crioulo", onde abordou a questão da homossexualidade.

O protagonista do livro "O Bom Crioulo" é o jovem e negro Amaro, que havia fugido da escravidão e foi convocado para servir a Marinha. Ele é retratado com um porte físico grande, musculoso, mostrando ser muitas vezes melhor que os outros marinheiros, e assim ganhou o apelido de “Bom-Crioulo”. A disciplina da Marinha para ele é fácil perto da escravidão. No mesmo navio está Aleixo, por quem ele se apaixona, ele é descrito como um adolescente branco, dos olhos azuis e magro, sendo o oposto de Amaro.


Amaro chega a defender Aleixo diversas vezes no navio, o que faz com que o adolescente sinta muita gratidão por crioulo. Eles atracam no Rio de Janeiro, e Amaro arranja um quarto para que ele e Aleixo possam ficar, o local é a pensão de D. Carolina, um prostituta que Amaro havia salvado uma vez de um assalto. A vida do adolescente com crioulo é praticamente marital, Amaro gosta mais de apreciar o corpo do amante do que ter prazer sexual.

A vida conjugal dos dois é ameaçada quando o capitão chama Amaro para um novo navio, com regras bem mais rígidas onde teria folga apenas uma vez por mês. Durante sua ausência, D. Carolina começa a seduzir Aleixo que se deixa levar e acaba se apaixonando por ela. Amaro depois de ser castigado e arranjado confusão no navio em que estava, é transferido para um hospital-prisão. É lá que ele descobre a traição de Aleixo com D. Carolina. Ele foge da prisão e quando chega perto da pensão encontra Aleixo, e o mata com uma navalhada. Assim termina a obra de Caminha, uma perfeita história de perversão sexual, retratando de forma realista a sociedade.



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Doente por conta da tuberculose, lançou seu último romance, "Tentação", em 1896. Lutando conta a tuberculose, Adolfo Caminha não resistiu à doença e morreu aos 29 anos, no Rio de Janeiro. Além de escritor, ele também escreveu na imprensa do Rio de Janeiro nos jornais Gazeta de Notícias e Jornal do Commercio, além de ter fundado a Nova Revista, um semanário.

Fontes:
seuhisory.com
coladaweb.com
infoescola.com
google.com

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