terça-feira, 21 de janeiro de 2020



A língua portuguesa possui inúmeras expressões interessantes. Muitas vezes, elas permanecem imutáveis ao longo de anos, representando um forte papel cultural para o idioma. Existem pessoas que se ocupam em pesquisar e descobrir a origem das expressões, que podem ser fundamentadas na cultura do próprio país, ou ainda ter influência estrangeira, mitológica, religiosa, histórica, etc.

Sabe-se que as expressões são adquiridas no contato direto com a língua, na socialização dos indivíduos. De acordo com estudos, a partir dos cinco ou seis anos, as crianças começam a usar algumas expressões e, daí em diante, continuarão a enriquecer o seu dicionário mental para sempre. Veja agora mesmo a origem das expressões a seguir:


Bafo de onça


A onça é um animal carnívoro que se lambuza bastante na hora de comer a caça. Por esta razão, fede muito e sua presença é detectada à distância na mata.

Assim, pessoas que possuem o hálito fétido passaram a ser chamadas de "bafo de onça". A expressão também faz referência ao hálito.



Banho Maria


Na culinária, banho-maria é um processo de cozimento onde a comida não vai em contato direto com o fogo, sendo portanto cozida de forma mais lenta.

Quanto à origem da expressão, o processo recebe o nome em homenagem à famosa alquimista Maria, a Judia, a quem atribui-se a invenção do mesmo. Maria era citada como grande perita em vários dos mais antigos tratados de alquimia. Existem versões que afirmam que ela era irmão do profeta Moisés, porém sem confirmação.


Olha o passarinho

Quando a fotografia foi inventada, a impressão da imagem no filme não se dava com a mesma rapidez dos dias atuais. Na metade do século 19, os fotografados tinham de permanecer parados por até 15 minutos, a fim de que sua imagem fosse impressa dentro da máquina.

Fazer as crianças ficarem imóveis por tanto tempo era um verdadeiro desafio. Por isso, gaiolas com pássaros ficavam penduradas atrás dos fotógrafos, o que chamava a atenção dos pequenos.

Assim, a expressão “Olha o passarinho” ficou conhecida como a frase dita pelo fotógrafo na hora da pose para a foto.


Casa de Maria Joana

A expressão "casa da mãe Joana" alude a um lugar em que vale tudo, onde todo mundo pode entrar, mandar, uma espécie de grau zero de organização.

A mulher que deu nome a tal casa viveu no século 14. Joana era condessa de Provença e rainha de Nápoles (Itália). Teve a vida cheia de confusões.

Em 1347, aos 21 anos, regulamentou os bordéis da cidade de Avignon, onde vivia refugiada. Uma das normas dizia: "o lugar terá uma porta por onde todos possam entrar". "Casa da mãe Joana" virou sinônimo de prostíbulo, de lugar onde impera a bagunça.


Motorista barbeiro


Antigamente, os barbeiros eram conhecidos não apenas por realizar o corte de cabelo e barba, mas também por desempenhar tarefas como: extração de dentes, remoção de calos e unhas, entre outros.

Geralmente, os serviços extra deixavam consequências desagradáveis aos clientes. No século 15, o termo “barbeiro” era atribuído a atividades mal executadas. Com o tempo, passou a ser relacionado aos motoristas. Daí a expressão “motorista barbeiro”, ou seja, mau motorista.



Sangue de barata

Dizemos que alguém que tem sangue de barata quando a pessoa não reage a provocações ou situações desagradáveis, conseguindo ficar calma até nas horas mais difíceis. Ou seja, é uma pessoa com "sangue frio".

A barata, assim como a maioria dos insetos, não tem sangue (possui um fluido chamado hemolinfa, que é transparente e não apresenta pigmentos). Dizem que o sangue é o condutor da nossa sensibilidade ao coração. Assim, a pessoa com "sangue de barata" seria insensível, agindo portanto com frieza, já que o inseto não possui o sangue "tradicional".


Lua de Mel

A expressão vem do inglês honeymoon. Na Irlanda, na Idade Média, os jovens recém-casados tinham o costume de tomar uma bebida fermentada chamada mead – ou hidromel, composta de água, mel, malte, levedo, entre outros ingredientes.

O mel era considerado uma fonte de vida, com propriedades afrodisíacas. A bebida deveria ser consumida durante um mês (ou uma lua). Por essa razão, esse período passou a ser chamado de “lua de mel”.


Tintim por tintim

Corrente tanto no português do Brasil como em Portugal, a expressão "tintim por tintim" é utilizada para falar de alguma coisa descrita em seus mínimos detalhes.

Segundo o filólogo brasileiro João Ribeiro, “tintim é a onomatopeia do tilintar de moedas”, ou seja, tintim é o barulho que uma moeda faz quando cai sobre outra.

Em sua origem, a expressão “tintim por tintim” era usada para se referir a uma conta ou dívida paga até a última moeda. Assim, quando queremos obter informações precisas sobre algum fato ou situação, costumamos dizer: "Conte-me tudo, tintim por tintim”.


Fontes:
soportugues.com.br
google.com

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