sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

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Fernão de Loronha rico empreendedor, comerciante e armador, Noronha era representante do banqueiro Jakob Fugger na Península Ibérica.  Juntamente com outros cristãos-novos, comerciantes portugueses, em 1501 obteve da Coroa um contrato para exploração do pau-brasil, a valiosa madeira de tinturaria, renovado até 1511. Ele possivelmente esteve ligado já à expedição de Gonçalo Coelho (1501-1502) que retornou a Lisboa com uma grande carga de madeira, sem dúvida foi um dos financiadores da expedição de 1503-1504, e pode ter estado a bordo de uma das naus que em 24 de julho de 1503 avistaram a ilha chamada da Quaresma, rebatizada em seguida como Ilha de São João, e que mais tarde levaria seu nome.

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Em 1504, quando Loronha já é citado como cavaleiro da Casa Real, o Rei Venturoso D.Manuel I (1495-1521) fez-lhe mercê hereditária da ilha com grande jurisdição, como a primeira "capitania do mar". No documento de outorga, ele é dito descobridor da ilha, mas tanto a data como o autor da descoberta são incertos, e não é inteiramente seguro que tenha estado presente em pessoa em qualquer das expedições. Outros relatos antigos apontam Gaspar de Lemos como o descobridor em 1500, ou Américo Vespúcio em 1503.


Brasão de Fernão de Loronha.


Em 1506, Noronha e os sócios extraíram das novas terras mais de 20 mil quintais ( 1 quintal é igual a 4 arrobas, que por sua vez vale 15 kg cada)  de pau-brasil, vendidos em Lisboa com um lucro de 400% a 500%.

Cada quintal era vendido a 2,3 gramas de ouro.

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Em 1511, associado a Bartolomeu Marchionni, Bendito Morelli e Francisco Martins, participou da armação da nau Bretoa, que a 22 de julho retornou a Portugal com uma carga de 5 mil toras de pau-brasil, animais exóticos e 40 escravos, em sua maioria mulheres. Foi um dos principais exploradores do pau-brasil até provavelmente a década de 1540.



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Nau Bretoa

Esteve em Inglaterra, donde trouxe Carta de Brasão de Armas Novas, dada pelo soberano inglês Henrique VII com meia rosa das Armas Reais, que ele apresentou a D. Manuel I, pedindo autorização para poder usá-las em Portugal. O Rei português não atendeu o pedido, mas prometeu por Alvará de Lembrança, passado a 26 de Agosto de 1506, dar-lhe Carta de Armas, nas quais entraria a meia rosa concedida pelo Rei de Inglaterra ou outras quaisquer, o que faria quando algum dos Rei de Armas estivesse na Corte. Morreu D. Manuel I sem fazer a mercê e Fernão de Loronha pediu a D.João III lhe confirmasse por Carta o Alvará de seu pai, o que fez a 28 de Junho de 1524. Este Rei, atendendo aos serviços prestados a seu pai e a ele próprio por Fernão de Loronha, o tirou do número geral dos homens e conto plebeu, reduzindo-o ao conto, estima e participação dos nobres fidalgos de limpo sangue e o fez Fidalgo de Cota de Armas, dando-lhe por armas as que trouxera de Inglaterra, acrescentadas, o que tudo consta de Carta passada a 3 de Setembro de 1532. As Armas dos de Loronha são: partido, o primeiro de prata, com meia flor de lis de ouro unida a meia rosa de vermelho em chefe, o segundo de verde com meia flor de lis de ouro unida a meia rosa de vermelho em ponta, encimada por uma pomba de prata voante, timbre a pomba do escudo. Anselmo Braamcamp Freire classificou de confusa a descrição da Carta Régia de 1532 e seguiu fonte menos autorizada, onde se encontram as armas por forma diversa da aqui referida.

Na segunda Expedição Exploradora, o lugar chamado pelo navegador de paraíso desde o primeiro momento foi entregue no ano seguinte pela Coroa, como Capitania Herediária, ao fidaldo português Fernão de Loronha, financiador da missão. Loronha – com ‘l’ mesmo – e a família nunca pisaram lá. Não sabem eles o que perderam.

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Alguns atribuem a Fernão de Loronha a mudança dos nomes cristãos de Ilha de Vera Cruz e Terra de Santa Cruz para Brasil. Entretanto, tal fato não tem base histórica e se origina de ideias antissemitas.


Não manifestou interesse em explorar ou povoar a ilha que batizou, e que hoje é um famoso destino turístico. Segundo o IBGE "o donatário jamais tomou posse de suas terras que, abandonadas, atraíram as atenções de muitos povos, dentre os quais os alemães (que a abordaram em 1534), os franceses (também em abordagens em 1556, 1558 e 1612), os ingleses (em 1577), o holandeses (que nela se fixaram por 25 anos, entre 1629 e 1654) e os franceses (que aí viveram um ano, entre 1736 e 1737)". Sua posse permaneceu em sua descendência — que tampouco se preocupou com ela — até 24 de setembro de 1700, quando uma Carta Régia anexou-a à capitania de Pernambuco.






Fontes:
wikipedia.org
google.com
especiais.ne10.uol.com.br


quinta-feira, 30 de janeiro de 2020





A eleição presidencial de 1910 foi, provavelmente, uma das mais injustas e maldosas já registradas na história das eleições no País, envolvendo Rui Barbosa de um lado e o marechal Hermes da Fonseca de outro. O ano de 1910, portanto, marcou a eleição da toga contra a farda.

A população se encarregou de pintar a maldade no pleito, ao qualificar a eleição da inteligência contra a burrice, porque um dos candidatos, Rui Barbosa, era reconhecidamente o mais culto dos brasileiros.

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                                         Ruy Barbosa

O adversário marechal Hermes da Fonseca que, quietinho, quietinho, acabou derrotando Rui Barbosa, para exercer um mandato cheio de altos e baixos.

Além da fama que adquiriu de ser um militar de inteligência curta, o marechal Hermes foi considerado o presidente mais sem sorte que o Brasil conheceu, até então. Portanto, na briga farda x toga, venceu a farda.

Vemos, portanto que a História sempre se repete, em 2018 tivemos algo bastante parecido, onde um professor foi derrotado por um militar cujos dotes intelectuais são bastante questionados.

Na época em que governou -de 1910 a 1914- o jogo do bicho era legalizado no País; mas, um fato inusitado ocorreu: o chefe de polícia do governo do marechal proibiu os jornais de publicarem a sugestão para o apostador jogar no burro.

Entendia o chefe de polícia que a simples menção da palavra "burro" publicada nos jornais poderia ser entendida como uma insinuação de que se estava fazendo uma referência injuriosa ao presidente da República.

Podia-se sugerir, portanto, que se apostasse em qualquer um dos outros 24 espécies de bichos, menos no burro.

Um fato digno de registro ocorreu no governo do marechal Hermes, que serve para atestar que se tratava realmente de um presidente de pouca sorte: o Brasil conseguiu um valioso empréstimo em libras esterlinas em banco da Inglaterra.

O dinheiro, contudo, foi depositado, para render juros, em uma agência de Moscou. Quando os comunistas, porém, tomaram o poder na Rússia, os bancos privados foram estatizados e os ativos financeiros, inclusive depósitos, foram confiscados.O Brasil perdeu tudo e ainda ficou devendo aos ingleses.

É oportuno atestar que o marechal Hermes da Fonseca foi favorecido na eleição contra Rui Barbosa pela morte do presidente que o antecedeu, o mineiro Afonso Pena, ocorrida em 1909, 1 ano e meio antes de concluir o mandato.

Afonso Pena era o principal suporte da candidatura de Rui. Com sua morte, Rui ficou desamparado na campanha, perdendo, então, a eleição para o marechal. (O restante do mandato de Afonso Pena -17 meses- foi exercido pelo vice Nilo Peçanha).






Hermes Rodrigues da Fonseca era oriundo de uma família de tradição militar, sendo sobrinho do fundador da República marechal Deodoro da Fonseca. Hermes da Fonseca cursou a Escola Militar do Brasil e foi aluno de Benjamin Constant que o iniciou nos estudos sobre o positivismo. Na época da proclamação da República, Hermes da Fonseca assumia o posto de capitão do Exército e auxiliava o marechal Deodoro nas articulações políticas no meio militar para a instauração do regime republicano.

Durante o período republicano, Hermes da Fonseca ascendeu na carreira militar, tornando-se marechal em 6 de novembro de 1906. No dia 15 do mesmo mês Afonso Pena assumiu a presidência da República e designou Hermes da Fonseca ministro da Guerra, função que cumpriu até 27 de maio de 1908. O governo de Afonso Pena foi marcado pelo empenho em reformar as forças armadas, tarefa protagonizada pelo então ministro da Guerra.



Hermes da Fonseca

                                    

Em 15 de novembro de 1910, marechal Hermes da Fonseca assumiu a presidência do país, sendo o oitavo presidente da República. Para assegurar a continuidade do respaldo dos governos estaduais ao governo federal recorreu à “política das salvações". 


A alegação da implantação dessa política era a defesa da integridade das instituições republicanas. Contudo, as “salvações” consistiam na deposição das oligarquias, substituídas por interventores ligados ao presidente, muitos deles militares, com o objetivo de açambarcar os governos estaduais para a base de apoio ao presidente.

O estado de sítio tornou-se constante para conter os distúrbios decorridos das “salvações”. Apesar dessa política, as oligarquias mais influentes permaneceram no poder, como foram os casos de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. No Ceará, desencadeou-se uma revolta na região do Cariri insuflada por Padre Cícero em 1913 na defesa da área de influência do deputado Pinheiro Machado e da família Acioly, opondo-se ao governo de Franco Rabelo.

A primeira semana de governo de Hermes da Fonseca foi marcada pela insurreição de marinheiros, liderada por João Cândido Felisberto. A Revolta da Chibata, iniciada em 22 de novembro com o motim de marinheiros nos encouraçados Minas Gerais e São Paulo, reivindicava o fim dos castigos físicos, melhorias nas condições de trabalho e o acesso dos militares aos direitos dos cidadãos civis. Em 26 de novembro o presidente aceitou as pautas dos marinheiros sublevados e concedeu anistia aos que se entregaram. Porém, persistiram as perseguições àqueles que se amotinaram, muitos sofrendo o banimento nos seringais no Norte do país.

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João Cândido Felisberto

Outro conflito desencadeado durante o mandato de Hermes da Fonseca, a Guerra do Contestado também afetou a autoridade do presidente da República. Em 1911, houve a expansão da linha férrea de propriedade da empresa norte-americana Brazil Railway Company  nos arredores curitibanos, resultando na expulsão dos camponeses que ocupavam a região. 

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José Maria

Esses camponeses, liderados pelo beato José Maria Agostinho, migraram para uma região disputada pelos Estados de Santa Catarina e Paraná, agravando os dissídios gerados pela posse do território. Entre os anos de 1912 e 1916 foram enviados contingentes policiais estaduais e de soldados do Exército para combater os camponeses que resistiram aguerridamente até o final da contenda.

Após deixar o poder, em 1914, Hermes da Fonseca envolve-se em diversos incidentes políticos, entre eles a Revolta do Forte de Copacabana (1922), que o leva à prisão por seis meses. Libertado, retira-se para Petrópolis, onde morre poucos meses depois.


Fontes:
sohistoria.com.br
google.com
wikipedia.org
dcomercio.com.br
todamateria.com.br

Vamos falar hoje de objeto direto e objeto indireto. O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o se...