segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

No dia 23 de dezembro de 1636 nascia, em Salvador (BA), o escritor Gregório de Matos Guerra, conhecido como Boca do Inferno ou Boca de Brasa.

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Morto no dia 26 de novembro de 1695, ele é considerado um dos grandes poetas barrocos do Brasil e também ficou conhecido pelas suas críticas corrosivas contra a Igreja Católica, políticos e a cidade de Salvador. 


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Nascido em um família com boa situação financeira, Gregório de Matos mudou-se para Portugal em 1652 para estudar na Universidade de Coimbra, onde se formou cânone, em 1661. A partir daí, assume alguns funções jurídicas no governo português. Em 1682 foi nomeado por D. Pedro II tesoureiro mor da Sé. No ano seguinte, retornou ao Brasil. 


Gregório de Matos


Sua vida começou a mudar em seguida, após seu desentendimento com o arcebispo na Bahia,  a quem Gregório de Matos deveria se reportar, e foi destituído do cargo. A partir de então, ele começa a satirizar em seus poemas a Igreja, os costumes e a cidade de Salvador. 

À cidade da Bahia

“A cada canto um grande conselheiro.
que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um frequentado olheiro,
que a vida do vizinho, e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
para a levar à Praça, e ao Terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,
trazidos pelos pés os homens nobres,
posta nas palmas toda a picardia.

Estupendas usuras nos mercados,
todos, os que não furtam, muito pobres,
e eis aqui a cidade da Bahia.”


Desenvolve uma poesia corrosiva, erótica/pornográfica e, por conta disso, foi colecionando inimizades.


Contemplando nas cousas do mundo

“Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua língua ao nobre o vil decepa:
O Velhaco maior sempre tem capa.

Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.

A flor baixa se inculca por Tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa:
Mais isento se mostra, o que mais chupa.

Para a tropa do trapo vazio a tripa,
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.”

Gregório de Matos passou a receber ameaças e, em 1694, acusado por vários lados, foi deportado para Angola. Lá, ele ajudou o governo local a combater uma conspiração militar e recebeu a permissão de voltar ao Brasil. Contudo, decidiu morar em Recife, onde morreu no dia 26 de novembro de 1695 por conta de uma doença contraída em Angola.


Fontes:
seuhistory.com
todamateria.com.br
estudopratico.com.br
google.com

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