quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Olá, pessoal!

Iniciando 2018, um ano maravilhoso para todos.

Hoje falaremos da obra de Manuel Antonio de Almeida, "Memórias de um sargento de milícias".



Como de costume, na época, o romance foi publicado na forma de folhetins, no jornal Correio Mercantil do Rio de Janeiro, no período de 27 de junho de 1852 a  31 de julho de 1853.

Como as telenovelas atuais, os romances eram publicados, geralmente semanalmente em jornais de grande circulação.

Como nas telenovelas, terminavam o capítulo num suspense; de modo a incentivar o leitor a comprar a próxima edição do jornal, para saber o que aconteceria.

Apesar de integrar a Escola Romântica, a obra mescla o romantismo com o realismo.

A linguagem utilizada pelo autor era a coloquial, sem no entanto beirar a linguagem ofensiva ou a palavrões.

Basicamente o autor retratava a fala popular, especialmente da população carioca do século XIX.


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“Filho de uma pisadela e de um beliscão” (referência à maneira como seus pais flertaram, ao se conhecer no navio que os conduz de Portugal ao Brasil)

O autor acompanha a trajetória do personagem principal desde o momento em que ele nasceu. Ele foi fruto do romance entre Leonardo-Pataca, um negociante de roupas, e Maria das Hortaliças, uma camponesa. O casal se conheceu a bordo da embarcação que o trouxe de Lisboa até o Brasil. A criança teve como padrinhos a parteira e o barbeiro. O autor acompanha a trajetória do herói da malandragem até sua promoção à posição de Sargento de Milícias.
Desde pequeno o protagonista é marcado pelos reveses do destino, com a fuga da mãe ao lado do capitão de um navio e o abandono do pai, agora um meirinho, posição prestigiada neste período histórico. 


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Durante a briga mais acirrada de Pataca e Maria, o pai dá o famoso pontapé no protagonista, gesto que lhe deixaria fortes impressões ao longo da vida. Leonardo é criado pelo barbeiro, que se dedica a ele de corpo e alma. O padrinho se apega tanto ao menino que não percebe a sua ausência de caráter, um traço presente em Leonardo desde a infância. O sonho do padrinho é que ele seja clérigo, e para isso o prepara, em meio às travessuras do garoto.
O protagonista passa por várias aventuras, sempre enganando o barbeiro. Anos depois ele ingressa na escola. Nesta ocasião o menino se torna amigo de um sacristão, também propenso à malandragem, e assume a mesma função na Igreja, com a ajuda de Tomás da Sé, pai de seu colega. Enquanto isso, em meio às traquinagens do garoto, o autor vai revelando a libertinagem do padre e o envolvimento desse sacerdote com uma cigana, ex-amante de Leonardo Pataca. O protagonista é expulso da Igreja ao revelar essa história oculta do sacerdote. A única tentativa de frequentar a escola é frustrada; dura apenas um dia, pois na manhã e na tarde o garoto só ganha palmatórias do mestre. Enquanto isso, sua madrinha insistia que ele devia exercer um ofício.
Na mocidade ele se torna um desocupado. Seu pai enfim deixara a cigana e se casara com a filha da parteira, Chiquinha. O protagonista se interessa pela sobrinha de Dona Maria, amiga do barbeiro.

Memórias de um sargento de   milícias(1854-1855)


Luisinha agora é órfã e fica sob os cuidados dessa senhora, que ganha sua guarda em uma das famosas contendas, passatempo preferido da senhora. Quando está prestes a conquistar a moça, entra em cena José Manuel, antigo amigo da madrinha de Leonardo. Ele antipatiza com o homem e logo se dá conta das más intenções dele.
Leonardo enfim perde o medo e se declara à Luisinha. Nasce a filha de Leonardo Pataca. A parteira consegue intrigar José Manuel junto à Dona Maria, que fica indignada com o rival de Leonardo. Após a declaração de Leonardo, Luisinha passou por uma grande mudança no corpo e no comportamento. José Manuel encontra um mestre de reza que o ajuda a indispor Dona Maria contra Leonardo. O barbeiro morre e o protagonista é confortado por sua amada. Ele se torna o herdeiro de seu padrinho. Como Pataca passa a administrar a herança, Leonardo é obrigado a ir morar com ele, mesmo a contragosto.  Ele e a madrasta entram em guerra.
Após uma discussão acalorada com o pai e a madrasta, Leonardo é expulso de casa, pois o pai dele fica furioso quando seu passado vem à baila no meio da guerra entre o filho e sua nova esposa. Ele vai para o Cajueiro e aí reencontra o antigo companheiro de sacristia e através dele conhece Vidinha, por quem se encanta. O protagonista recebe então a proposta de morar junto com o grupo de jovens na Rua da Vala.
Resultado de imagem para memorias de um sargento de milicias folhetim

Dois primos de Vidinha competem entre si pelo amor da garota, mas ela gosta mesmo é de Leonardo. Os dois começam a namorar e esse relacionamento provoca ciúmes nos dois pretendentes. Eles vão até Vidigal, o representante da lei, e denunciam que o protagonista está vivendo clandestinamente na residência e se aproveitando das garotas. O herói é aprisionado, mas consegue escapar.
Sua madrinha lhe arranja um trabalho na despensa do rei, mas Leonardo arma mais uma das suas. Ele tem um caso com a mulher de seu chefe, Toma-Largura, e acaba sendo demitido. O herói é preso mais uma vez. Vidinha acaba se envolvendo com o ex-patrão do protagonista ao ir tirar satisfações com ele e a esposa dele, a Moça do Caldo.
Leonardo é forçado pelos policias a se alistar no Exército. Mas ele não resiste e tece suas travessuras até mesmo dentro da polícia. Ao aprontar com Vidigal, é aprisionado de novo. Por insistência da parteira, de D. Maria e da antiga amante, Maria Regalada, o Major acaba perdoando o malandro e lhe garante o posto de Sargento do Exército.
Por outro lado, Luisinha se casara com José Manuel, mas o marido a maltratava e só queria saber da sua herança. Logo depois, porém, o mesmo morre. Então Leonardo, vestido com sua farda de sargento de milícias, enfim contrai matrimônio com a moça, agora uma bela mulher. Com a futura morte de D. Maria e de Leonardo Pataca, o casal toma posse de suas heranças.
Por meio deste personagem Manuel Antonio reproduz os costumes de uma época e expõe de forma bem-humorada a forma como muitos moradores do Rio de Janeiro recorriam à malandragem para ganhar a vida. Cada personagem que desfila pelas páginas desse livro luta para transpor os obstáculos que surgem na jornada que empreendem contra a miséria.
Leonardo é, sem dúvida, o pioneiro na galeria dos personagens malandros da literatura brasileira. Ele representa os seres que, no início do século XX, percorriam as ruas da cidade do Rio de Janeiro.

O autor , Manuel Antônio de Almeida, escreveu apenas essa obra. Nasceu no Rio de Janeiro em 17 de novembro de 1831 e morreu em Macaé  - RJ, no naufrágio do navio onde viajava, em 28 de novembro de 1861.


Fontes:
guiadoestudante.abril.com.br
infoescola.com
wikipedia.org
google.com


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