Olá, pessoal !
Hoje vamos falar mais uma vez da Revolução Constitucionalista de 1932, a chamada Guerra de São Paulo, ou por alguns Guerra de Secessão de São Paulo.
Notem a semelhança com o símbolo americano de convocação de soldados
“Na década de 1930 figuras proeminentes no estado eram separatistas, como Monteiro Lobato, Alcântara Machado o historiador Alfredo Ellis Junior, Tácito de Almeida”, elenca Vavy Borges, professora aposentada da Unicamp e autora de Tenentismo e Revolução Brasileira (1992). A pesquisadora lembra também que circularam três números de um jornalzinho separatista e que cantavam-se músicas com teor separatista.
Não se tratava, no entanto, de um sentimento disseminado ou presente massivamente no movimento. “Do ponto de vista do separatismo, ele é algo meio mitológico. Houve um viés separatista, mas que de fato nunca foi tão importante no movimento”, afirma Marcelo Santos de Abreu, historiador e professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
“Na verdade foi Getúlio Vargas o grande responsável pois, para combater a revolução, chamou-a de separatista. Foi uma jogada política. Ele disse que era separatista e assim obteve o apoio do resto do Brasil contra São Paulo”, explica Vavy Borges.
A pouca visibilidade de obras historiográficas com uma visão mais crítica sobre o período também contribui para a disseminação da interpretação de que o movimento de 1932 foi marcado pelo separatismo. " ¹
O objetivo parece claro era manter a hegemonia e o poder dos barões do café, envoltos naquela época com a grave crise da quebra da bolsa de Nova York em 1929.
O poder representaria uma "tábua de salvação" para suas dívidas e contra a falência. Ou seja para beneficiar um pequeno grupo da oligarquia , milhares sofreram com um guerra insana, e centenas morreram não por São Paulo, mas por uma elite mesquinha, e que só visava manter os seus próprios privilégios.
O número de mortos por São Paulo passou de 1.000 combatentes, no Obelisco do Ibirapuera estão os restos mortais de 732 deles.
O número de mortos por São Paulo passou de 1.000 combatentes, no Obelisco do Ibirapuera estão os restos mortais de 732 deles.
Os motivos de 1932
A historiadora Vavy Borges, cujos avós contribuíram para o esforço da guerra, explica que a chamada "revolução" teve motivos complexos e de diversas naturezas.
Uma delas foi a perda do domínio político de São Paulo que, até a ascensão de Getúlio Vargas por meio de um golpe político e militar em 1930, alternava-se no poder nacional por meio de seu Partido Republicano com Minas Gerais, na chamada Primeira República (1889-1930).
São Paulo também era responsável pela maior parte do orçamento do País, oriundo da economia do café, desenvolvida principalmente em terras paulistas. “Os políticos e proprietários das grandes fazendas controlavam a economia do café e influenciavam as diretrizes econômicas e políticas do País”, conta Borges. Ao mesmo tempo, a legislação trabalhista em articulação no governo de Vargas desagrada elites paulistas, que atribuíram a Getúlio e aos que apoiavam essa politica a pecha de "comunista".
Elite cafeeira paulista
Com as mudanças da década de 1930, as relações entre São Paulo e o governo federal provisório tornaram-se cada vez mais tensas, marcadas pela insatisfação dos habitantes de São Paulo. “Os paulistas, além de terem que engolir os interventores, ainda suportaram a perda de controle sobre as decisões referentes à política econômica, o que afetava imensamente os interesses dos cafeicultores”, explicou Cohen no artigo Quando perder é vencer, publicado na revista de História da Biblioteca Nacional.
A nomeação de interventores fora dos quadros políticos estaduais incomodava e, por fim, acabou por unir os membros do Partido Republicano Paulista (PRP) e seus opositores, os filiados ao Partido Democrático, na Frente Única.
Pedro de Toledo (interventor de São Paulo)
O acirramento dos ânimos atingiu o ponto de ebulição com a nomeação de um interventor por Vargas, que deveria ser civil e paulista, segundo as exigências das forças políticas agregadas na Frente Única. No dia 23 de maio, data marcada para o anúncio do secretariado de Pedro Toledo, escolhido para o cargo, um enorme comício juntou-se na Praça do Patriarca, na região central da capital.
Em meio aos discursos inflamados, parte da multidão dirigiu-se ao Palácio dos Campos Elísios, onde seria feito o anúncio. Na confusão, jornais getulistas foram atacados e o tumulto resultou na morte de 13 pessoas, além de muitos feridos. Entre os mortos, estavam os jovens Miragaia, Martins, Drausio e Camargo, alçados à condição de símbolos do movimento por meio da sigla "MMDC".
Qual a semelhança com os dias atuais ? A História nos ensina muito, basta aprendermos com sua lições.
São Paulo, ainda tem o maior PIB do país, hoje ao invés dos "barões do café" que tomavam as decisões econômicas e políticas no Brasil temos a FIESP (Federação da Industria do Estado de São Paulo) que apesar de ainda poderosa, perdeu muito de sua força, com diversos polos industriais distribuídos pelo Brasil afora.
Grupos como "Movimento São Paulo livre" além de outros, ainda esboçam uma vontade de muitos na separação de São Paulo do resto do país.
Como seria São Paulo, como país se se separasse do Brasil ?
São Paulo país, com sua população (caso ninguém migrasse ou, mais provável, fosse expurgado) de cerca de 41 milhões de habitantes, seria o 32º do mundo (uma Argentina). Sua economia estaria na região de 21ª do mundo (O maior PIB de um estado brasileiro. Um Irã). O IDH seria o 37º do mundo (Uma Hungria. O Brasil, atualmente, ocupa a 85ª posição, e São Paulo é a unidade federativa com terceiro melhor IDH). Aparentemente, nada mal, não? Pois bem, o primeiro índice, populacional, não seria o real. Mesmo no caso de uma secessão pacífica, haveria deslocamento populacional, ainda mais considerando que parte da cultura “paulista” envolve uma “xenofobia”, especialmente contra migrantes nordestinos. Porém, isso ainda cai num campo subjetivo e especulativo. Vamos considerar dados objetivos.
A economia paulista corresponde a cerca de um terço do PIB total brasileiro (Na década de 1980, chegou aos 40%). Cerca de metade do PIB paulista corresponde ao setor terciário, e outros 45% à indústria. Parece muito, mas, sozinha, a economia de São Paulo não se sustentaria. O estado tem um déficit energético de quase 30 mil gigawatts. Com suas trinta e três usinas, São Paulo tem sua capacidade hidrelétrica quase esgotada. O país São Paulo seria, ao menos em curto prazo, um importador de energia elétrica, já que também não conta com recursos minerais para depender de termoelétricas. A solução seria a energia nuclear, mas considerando a densidade demográfica do estado, além de uma solução de longo prazo, seria uma solução arriscada.
A indústria paulista também sofreria. O estado tem produção diminuta de petróleo (apenas 1.7% da produção nacional). Apenas 20% do parque siderúrgico nacional está no estado, que não é produtor de minério de ferro. Na realidade, toda a indústria paulista teria que importar suas matérias primas, já que a produção mineral local é virtualmente inexistente, sendo digna de nota unicamente a produção de insumos para construção civil, como areia. O maior porto do Brasil, em Santos, São Paulo, movimenta cerca de cem milhões de toneladas por ano; a maioria da carga compreende produção agrícola, e em boa parte dos casos, proveniente de outros estados. Curiosamente, ao contrário da imagem construída pela expansão industrial entre as décadas de 1920 e 1960, com grandes parques de produção de automóveis, o setor econômico mais competitivo em São Paulo é justamente a agricultura, correspondente a um terço da produção agrícola nacional.
Então, qual a origem da pujança econômica do estado? O setor terciário. A Bolsa de Valores de São Paulo está entre as cinco maiores do mundo em valor de mercado. Existem quase sete mil agências financeiras no estado, que movimentam quase dois trilhões de reais ao ano. O PIB do estado é de cerca de 1,3 trilhão de reais. Então como o setor financeiro sozinho movimenta mais dinheiro do que o PIB do estado inteiro? Simples, São Paulo é o coração financeiro do Brasil. Sua economia forte deriva do fato de ser um hub, um ponto de convergência do Brasil; logístico (com suas rodovias e hidrovias, além do porto de Santos), produtor (a produção industrial paulista depende dos insumos provenientes de outros estados) e, essencialmente, financeiro. A sede das multinacionais está em São Paulo. Os papéis das empresas nacionais são negociados na bolsa de valores de São Paulo. Quando uma família de renda mensal de quinhentos reais no interior de Sergipe usa parte do dinheiro recebido pelo Bolsa Família no mercado da cidade, em produtos de grandes conglomerados como Ambev, Bunge ou Cargill, ela contribui com o movimento da economia financeira em São Paulo. O mesmo estado que abriga pessoas que acusam a família citada de “parasitas” e termos similares.
O Brasil só será grande, com Educação, Saúde e Segurança de qualidades, esse é o papel do Estado. Dividir não é a solução para o país, nem para aqueles Estados ou para aquelas pessoas que hoje pensam e secessão.
Fontes:
xadrezverbal.com
cartacapital.com.br
google.com.br
wikipedia.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário