Vamos falar da obra de Alexandre Dumas, O conde de Monte Cristo.
O Conde de Monte Cristo é um dos maiores clássicos da literatura francesa há mais de 150 anos. Alexandre Dumas também é o escritor do clássico "Os Três Mosqueteiros" que igualmente foi um grande sucesso mundial.
Alexandre Dumas
O livro gira em torno de Edmond Dantès, preso por um crime que não cometeu, Edmond é inspiração do romancista em uma história real, Pierre Picaud, um sapateiro preso injustamente num esquema político na época do Primeiro Império.
Edmond após anos preso sai em busca de vingança contra seus inimigos. Nessa aventura incrível escrita de forma meticulosa e detalhista, passamos a sentir todo o sofrimento do Edmond e gritamos assim como o personagem por justiça.
A história se inicia em Marselha (uma cidade portuária conhecida pelo comércio e imigração), e depois o foco central passa a ser em Paris (grande aristocracia). Edmond ao longo dos anos trama sua vingança de forma complexa e bem estruturada. Ele toma-lhe o lugar do Anjo Vingador e Recompensador, e assume diversos nomes e personalidades ao longo do livro para manipular pessoas e situações.
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1. Marselha —
A chegada No dia 28 de fevereiro de 1815, o vigia de Notre-Dame de la Garde avistou os três mastros do Pharaon, veleiro proveniente de Esmirna, Trieste e Nápoles. Como de praxe, um piloto-costeiro partiu imediatamente do porto, passou rente ao castelo de If e abordou a embarcação entre o cabo de Morgion e a ilha de Riou. Como de praxe também, não demorou para a plataforma do forte SaintJean ficar apinhada de curiosos; pois a chegada de um paquete é sempre um grande acontecimento em Marselha, sobretudo quando este paquete, como o Pharaon, foi construído, aparelhado e arrimado nos estaleiros da velha Fócida 1 e quando pertence a um armador da cidade. Enquanto isso, o brigue avançava. Atravessara com destreza o estreito que algum abalo vulcânico escavou entre a ilha de Calasareigne e a ilha de Jaros; dobrara Pomègue, e seguia em frente sob suas três velas da gávea, sua polaca e sua brigandina, mas tão lentamente e de modo tão triste que os curiosos, com o instinto que pressagia a desgraça, perguntavam-se que incidente poderia ter acontecido a bordo. Os peritos em navegação, porém, constatavam que, se porventura um incidente acontecera, não devia ter sido no corpo da embarcação, pois esta avançava nas perfeitas condições de um navio normalmente pilotado: a âncora estava no poço, os ovéns do gurupés, desenganchados; e, ao lado do piloto, que se preparava para manobrar o Pharaon pelo estreito acesso ao porto de Marselha, postava-se um moço de gestos rápidos e olhar irrequieto, que supervisionava cada movimento do paquete e repetia cada ordem do piloto. (Cap 1)
Edmond Dantès, um audacioso mas ingênuo marinheiro de 19 anos, é preso sob falsa acusação de ser espião de Napoleão Bonaparte, em 1815, por ter ido à Ilha de Elba, e ter recebido uma carta do mesmo em seu exílio. Na verdade, era vítima de um complô entre três pessoas interessadas: o juiz de Villefort, filho do destinatário da carta de Napoleão, que, mesmo atestando sua inocência, quis silenciá-lo; seu amigo, Danglars, que desejava o posto de capitão do navio, já que Dantès recebeu o posto por mérito; Fernand Mondego, catalão interessado em Mercédès (noiva de Dantès), que invejava Dantès por ser o alvo de seu amor, tornando-se o futuro marido da catalã (que, porém, nunca o esqueceu).
Após 14 anos na prisão do Castelo de If, Edmond consegue fugir, angariando uma grande fortuna, devido a ajuda de um amigo, vizinho de cela, o abade Faria, um preso político que lhe indicou o local do tesouro do Cardeal Spada, além de tê-lo educado por vários anos sobre diversas artes e ciências (química, esgrima, línguas e história em geral).
Capítulo 20
cemitério do castelo de If
"Mas agora irão me
esquecer aqui, e só sairei da minha masmorra como Faria.
Ao dizer isso, contudo, Edmond ficou imóvel, os olhos esbugalhados,
como um homem golpeado por uma ideia súbita, mas a quem essa ideia
apavora; levantou-se de repente, levou a mão à testa como se fosse vítima
de uma vertigem, deu duas ou três voltas ao redor da cela e voltou a parar
diante da cama...
— Oh, oh! — murmurou. — Quem me envia esse pensamento? Sereis
vós, meu Deus? Já que apenas os mortos saem livremente daqui,
ocupemos o lugar dos mortos.
E sem se dar tempo de voltar atrás nessa decisão, como que para não dar
chance ao pensamento de destruir aquela resolução desesperada, debruçou-se em direção ao saco hediondo, abriu-o com a faca que Faria fabricara,
retirou o cadáver do saco, levou-o para sua cela, deitou-o em sua cama,
vestiu-o com o farrapo de pano que ele próprio tinha o costume de usar,
cobriu-o com sua coberta, beijou uma última vez aquela fronte gelada,
tentou fechar aqueles olhos rebeldes, que insistiam em permanecer
abertos, aterradores pela ausência de pensamento, girou a cabeça para a
parede, de modo a que o carcereiro, ao trazer a refeição da noite, julgasse
que ele estava deitado, como era seu hábito, voltou a entrar no túnel,
puxou a cama para a muralha, entrou na outra cela, pegou no armário a
agulha, a linha, tirou seus andrajos para que sentissem claramente a carne
nua sob a lona, enfiou-se no saco rasgado, assumiu a postura do cadáver e
fechou a costura por dentro.
Se porventura alguém entrasse naquele momento, poderia ouvir seu coração batendo.''
Mesmo não acreditando muito, Edmond investe na aventura e confirma a história de seu velho amigo de prisão, tornando-se milionário. Até lá, sobrevive trabalhando com piratas, incluindo Jacopo, marinheiro do navio "The Young Amelia". Junta ao seu séquito, o corso Bertuccio e a princesa grega, Haydée, cujo pai, o sultão Ali Paxá, foi destronado.
Anos depois, Edmond cria uma grande teia para se vingar dos seus inimigos, assumindo vários nomes: Lord Wilmore na Inglaterra; Simbad, na Itália, e também o misterioso abade Busoni. Salva a família de seu ex-patrão, Morrel, da miséria. Salva Albert, Visconde de Morcerf, filho de Mondego, agora Conde de Morcerf, de um sequestro em Roma, para se aproximar da sociedade parisiense. No papel de Conde de Monte-Cristo (o tradicional "nobre de toga" — noble de robe — da época, ou burguês que compra título de nobreza), é imediatamente reconhecido por Mercédès, criando divisões entre seus inimigos. Em sua vingança, provoca o seguinte :Faz com que Danglars, agora Barão, desmanche o noivado de sua filha Eugénie com Albert (do qual não se gostavam) para casar com o Marquês Andrea Cavalcanti. Danglars, com suas várias ações que faliram, foge para Roma, é capturado e passa um tempo sob cativeiro de Luigi Vampa, sendo depois perdoado por Monte-Cristo.
Mondego, oficial do exército francês, é julgado por má conduta e Haydée o acusa como testemunha. Desonrado, arruinado e abandonado pela família, suicida-se.
Cavalcanti é preso por falsa identidade (seu nome seria Benedetto) e uma série de crimes, e revela no tribunal que é o filho de Villefort, o que enlouquece o juiz, além da suposta morte da filha, Valentine.
A história não acaba sem Edmond juntar Valentine e Maximilien, filho de monsieur Morrel, na Ilha de Monte-Cristo, onde terá seu romance com a grega Haydée.
A obra foi levada ao teatro e por 10 vezes ao cinema, a primeira em 1918 e a última em 2002. Foi adaptado também como um seriado para a televisão, com Gérard Depardieu, interpretando Edmond Dantè.
Fontes:
ufmg.br
wikipedia.org
skoob.com.br
google.com
tvbrasil.ebc.com.br
apreciandoaleitura.com
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