David Nasser, foi um jornalista e compositor. Ao lado de Herivelto Martins compôs a belíssima "Atirastes uma pedra".
Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa e Gilberto Gil
David Nasser, nasceu em Jaú, São Paulo, em 1 de janeiro de 1917 e morreu no Rio de Janeiro em 10 de dezembro de 1980.
Filho de imigrantes libaneses, foi mascate, vendedor de loja, até que um dia conheceu o grande Francisco Alves.
Como teve meningite quando criança, dedicou-se a ler e escrever histórias. Começou a trabalhar aos 14 anos, em 1934 como contínuo das empresas Diários Associados de Assis Chateaubriand. O conglomerado jornalístico reunia no mesmo prédio a redação dos jornais "Diário da Noite" e "O Jornal", e a revista "O Cruzeiro".
Aos poucos, tornou-se jornalista das empresas dos Diários Associados. Iniciou-se profissionalmente depois do golpe do Estado Novo de Getúlio Vargas em 1937, e segundo livro "Cobras criadas", de Luís Maklouf Carvalho, David Nasser apoiou a ditadura Vargas e fez parte do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) da ditadura Vargas.
Como jornalista fazia de tudo por uma boa manchete. ''Como se vê, escrúpulo, ética, compromisso com a verdade e profissionalismo no exercício da profissão passaram ao largo da carreira de David Nasser." (Cobras criadas)
Uma das reportagens mais famosas da dupla foi “Barreto Pinto sem máscara”, publicada em 29 de junho de 1946. Exibia o deputado federal Edmundo Barreto Pinto, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), trajando cueca samba-canção e fraque. O deputado acabaria cassado por quebra de decoro parlamentar. Na versão de Barreto Pinto, a dupla havia prometido que só usaria a imagem da barriga para cima, como conta Luiz Maklouf Carvalho, no livro Cobras Criadas, que descreve a carreira da dupla em O Cruzeiro.
Como “grande ilusionista” do jornalismo, Nasser escreveu sobre uma visita que fez junto com Manzon a aldeia xavante, onde os índios teriam sido fotografados pela primeira vez. A matéria trazia 26 fotos em 20 páginas. O fato é que eles nunca chegaram perto dos indígenas. Duvida-se até mesmo que Manzon tenha de fato feito as fotos. O material teria sido aproveitado de um filme feito pelo DIP, departamento de propaganda do Estado Novo, onde Manzon havia trabalhado.
A dupla conseguiu fotografar May-lin Soonn Chiang, mulher de Chiang Kai-shek, o líder chinês, que esteve no Brasil em 1944. Era um furo. Ao que se apura, o próprio David Nasser, vestido de mulher, se fez passar pela chinesa. Numa ”reportagem” de 1944 (43 dias nas selvas amazônicas), ele diz ter passado longa temporada na selva, sem ter colocado os pés fora do Rio de Janeiro.
Para concorrer com Nelson Rodrigues, que publicava o folhetim Meu Destino É Pecar, em O Jornal, sob o pseudônimo de Suzana Flag, David Nasser inventou uma personagem para o Diário da Noite, outra publicação dos Diários Associados: Giselle – A Espiã Nua Que Abalou Paris. O Diário da Noite anunciou que comprara “com exclusividade” as memórias da bela mulher que dormia com nazistas obtendo informações para as forças aliadas durante a Segunda Guerra Mundial. Para garantir a verossimilhança, o Diário chamou a série de “documentário” traduzido do original francês por um certo jornalista italiano chamado Carlos Tancini, que estaria de passagem pelo Rio de Janeiro – e que nunca existiu. A série escrita por David Nasser teve 59 capítulos. Jean Manzon, era o encarregado de produzir as fotos de Giselle. Segundo Freddy Chateaubriand, “nunca houve Giselle, ela nunca abalou Paris, mas o Diário da Noite foi o jornal de maior circulação daquela época. O Manzon trazia aquelas fotos não sei de onde, e o David escrevia com aquela facilidade”.
Com o golpe de 1964, estreitou relações com os militares, fazendo ampla defesa do regime e aderindo ao discurso ufanista. Tornou-se guru de Mário Andreazza, ministro dos Transportes, e foi abastecido por informações sigilosas sobre guerrilha urbana. Suas relações com militares, fazendeiros e empreiteiros influentes contribuíram para seu crescimento financeiro durante o período.
Durante as décadas de 1960 e 1970, Nasser defendeu publicamente a atuação dos “empreiteiros de Jesus”, como chamava os esquadrões da morte de policiais. No Rio de Janeiro, foi criada o grupo Scuderie Le Cocq, uma homenagem ao detetive Milton Le Cocq, morto em 27 de agosto de 1964. Quando a Scuderie Le Cocq foi legalizada, em 1971, Nasser foi oficialmente escolhido seu presidente de honra.
David Nasser nunca primou pelo bom jornalismo e valeu-se de amizades com políticos e autoridades para praticar a chamada imprensa marrom, recheada de noticiais falsas, que tinham o único intuito que era vender revistas e jornais.
Como compositor escreveu a linda Canta Brasil ao lado de Alcyr Pires Vermelho, Nega do cabelo duro com Rubens Lacerda e Normalista em parceira com Benedito Lacerda. Apesar que dado ao seu lado pouco ético de agir, não podemos dizer se realmente as parcerias eram dele mesmo ou se apenas se apossou delas.
Canta Brasil - Gal Costa
Deixou uma fortuna em imóveis e fazendas à esposa, Isabel, quando faleceu em 10 de dezembro de 1980, vítima de câncer de fígado. Seu corpo foi velado no prédio da Manchete. Atendendo a um desejo seu, a bandeira da Scuderie Le Cocq guarneceu o caixão.
Fontes:
wikipedia.org
google.com
revistapress.com.br
dgabc.com.br
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