domingo, 8 de abril de 2018

Olá, pessoal !

Hoje vamos tratar de um assunto espinhoso, o apoio e a aceitação da maioria do povo alemão ao nazismo e seus crimes.

Claro que o Tratado de Versailles, tem muito a ver com isso, pois impôs condições humilhantes à Alemanha, derrotada na Primeira Guerra Mundial, causando desemprego e miséria ao povo germânico.


O acordo de paz que encerrou oficialmente a 1ª Guerra Mundial (1914-1918) forçou a Alemanha a assumir todos os custos do conflito. Ao assiná-lo, em 1919, o país perdeu 13% de seu território, 75% de suas reservas de ferro e 26% das de carvão, além de todas as colônias. Os alemães não esperavam um acordo tão rigoroso e se sentiram humilhados.

“A incapacidade psicológica alemã para aceitar a derrota e as reparações criou um terreno extremamente fértil para o crescimento de um nacionalismo radical, do qual o nazismo seria a expressão mais extrema”, diz o historiador argentino Andrés Reggiani, especialista em nazismo.

Desde o século 19, sucessivos líderes alemães haviam insuflado um ardente nacionalismo entre o povo. O primeiro deles foi o chanceler prussiano Otto von Bismarck, que inventou a identidade germânica, unificou a Alemanha e fundou o 2º Reich.

Adolf Hitler seguiu sua cartilha, convencendo a massa de que a Alemanha era ameaçada por inimigos internacionais poderosos. “O Führer evocava a figura mística de Frederico Barbarossa, líder do Sacro Império Romano-Germânico [o 1° Reich, de 962 a 1806]”, diz a historiadora alemã Marlis Steinert, biógrafa de Hitler. “Ele queria expandir o território e prometia que o 3º Reich traria de volta o passado de grande potência.”

O povo alemão nunca engoliu a República de Weimar (1919-1933), regime democrático que substituiu o império após a 1ª Guerra. Logo de cara, seus representantes foram responsabilizados pelas condições humilhantes impostas à Alemanha no Tratado de Versalhes. O Partido Social-Democrata tentou sustentar a democracia, mas não tinha apoio. “Todas as outras forças políticas eram favoráveis a um Estado autoritário”, diz Steinert.

Os nazistas se aproveitaram disso para convencer a população de que a democracia era desestabilizadora. “Muitos alemães sonhavam com a volta de um líder da estatura de Bismarck”, afirma o historiador canadense Robert Gellarely. “Viram em Hitler um sujeito capaz de tomar as rédeas do país e restabelecer a ordem.”





O nazismo nunca teria chegado tão longe sem a liderança carismática de Hitler, um sujeito que hipnotizava multidões em seus comícios e tinha um poder de convencimento difícil de ser igualado. “No palanque, ele encarnava o mito do ‘corpo’ da Alemanha, cujo sistema circulatório era a massa que o aplaudia com devoção”, filosofa o cineasta sueco Peter Cohen no documentário Arquitetura da Destruição.

O caráter messiânico de Hitler foi bem explorado por seu ministro de Propaganda, Joseph Goebbels, que controlava os meios de comunicação alemães. Tudo girava em torno da forte personalidade do Führer.

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O medo dos órgãos de repressão ajuda a compreender o silêncio da sociedade alemã diante das atrocidades cometidas pelo regime nazista. Mas o clima de terror nem sempre foi generalizado. No início, a maioria dos cidadãos não se sentia ameaçada e até colaborava com a perseguição a judeus e comunistas. “A Gestapo não seria tão eficiente sem a ajuda de cidadãos comuns”, diz o historiador Eric A. Johnson, autor de Nazi Terror (“Terror Nazista”, sem tradução para o português). “Entre 1933 e 1939, 41% dos processos contra judeus na cidade de Krefeld foram iniciados por denúncias de civis.



Em outras cidades não foi diferente.” Ou seja: nos primeiros anos, o controle nazista não inspirou medo, mas confiança. Hitler estava preocupado com o apoio popular e construiu uma ditadura baseada no consenso. Tanto que recuou quando a população saiu às ruas para protestar contra a retirada de crucifixos das escolas e contra o programa de eutanásia. O terror só se generalizou com o início da guerra, quando o nazismo assumiu sua face mais cruel.



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Hitler se valeu de um antissemitismo arraigado havia séculos na Europa. A cristandade medieval tinha alentado o mito de que judeus eram aliados do diabo, não tinham pátria e queriam dominar do mundo. Mas essa discriminação foi adaptada aos propósitos do Führer durante a vigência do regime nazista: deixou de ter base religiosa para assumir um caráter racial. Assim, a natureza “degradante” dos judeus passava a ser entendida como imutável, não adiantava tentar convertê-los.

As propagandas do regime ensinavam que confinar e matar judeus, assim como ciganos e outras “raças parasitárias”, era uma medida de saneamento, como exterminar ratos e bactérias. A população comprou essa ideia. “Movidos pelo antissemitismo”, diz o historiador Daniel J. Goldhagen, “os perpetradores do nazismo acreditavam que acabar com os judeus era justo, correto e necessário”.

O exposto acima mostra que a desesperança, a ignorância, a falta de informação e o medo fizeram a população apoiar o regime sanguinário.

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Na ditadura militar brasileira também o medo ao comunismo, o preconceito contra os nordestinos e negros, a apatia , o conformismo do povo, e a falta de informação levou o regime militar durar 25 anos.

A informação é a chave de tudo, a falta dela, aliada à ignorância leva ao medo; e o medo faz o ser humano a praticar os atos mais abomináveis possíveis.

Na falta de argumentos e de informação a população segue num efeito manada, com um pensamento único. Aqueles que pensam diferentes são discriminados e muitas vezes sofrem perseguições, e por vezes são mortos.


Fontes:
google.com.br
super.abril.com.br

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