Hoje vamos falar sore as impressões sobre o Brasil, através dos viajantes que aqui chegaram.
O primeiro documento sore o Brasil, que se tem noticia é a Carta de Pero Vaz de Caminha, que veio na esquadra liderada por Pedro Álvares Cabral escrita em 1° de maio de 1500.
Pero Vaz de Caminha
"Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma."
"Todos andam rapados até por cima das orelhas; assim mesmo de sobrancelhas e pestanas. Trazem todos as testas, de fonte a fonte, tintas de tintura preta, que parece uma fita preta da largura de dois dedos."
"Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali.
Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele.
Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados.
Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora.
Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais.
Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um o seu bochecho, mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na fora.
Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo."
Fernão Cardim, jesuíta da Companhia de Jesus, foi um dos que mais em relatou o fascínio pelo Novo Mundo, exótico, diferente e intrigante.
Imagine um europeu ao se deparar com índios nus, sem nenhum pejo em mostrar seu corpo, seus rituais, além do clima tropical, a floresta abundante, e a fauna diversificada.
Vejam abaixo um trecho de seus relatos:
ba em fevereiro. "
A armada de Daniel de la Touche, francês que invadiu o Brasil e foi repelido por Mém de Sá, traz, entre outros, dois padres capuchinhos: Claude d’Abbeville e Yves d’Evreux.
Além da impressionante descrição que faz sobre os Tupinambás, Abbeville foi aquele que mais observou o tempo e o clima, deixando através de sua grande obra “A Missão dos Padres Capuchinhos na Ilha do Maranhão”, um importante conjunto de informações sobre as características climáticas da região.
Era opinião reinante nos círculos cultos da Europa do século XVI, a concepção aristotélica de que na então denominada “zona tórrida”, o calor seria tão extremado, que a vida se tornaria impossível de adaptação. Contrariando este conceito, Abbeville descreve, entre espantado e maravilhado com o que via e sentia, o clima da Ilha do Maranhão, da seguinte forma:
"Passando o sol continuamente sobre essa zona tórrida, de um trópico a outro, como em sua morada eterna ou magnífico palácio contempla seus súditos diretamente e de frente, e seus raios sendo perpendiculares e ortogonos, e a reverberação dos mesmos intensos, deve o calor ser extremado a ponto de terem pensado autores acatados (e ainda o pensarem) que somente com grandes dificuldades pode o homem adaptar-se. Mas por merce de Deus, observa-se o contrário na Ilha do Maranhão e terras adjacentes do Brasil, situadas precisamente sob a zona tórrida, a dois e meio graus do Equador, onde passando o sol duas vezes pelo seu zênite, seria de fato o calor insuportável não fosse a incomensurável providência divina atenuar e temperar tal ardor por meios muitas vezes maravilhosos"
Outro importante viajante que escreveu sobre o Brasil foi Hans Staden.
Hans Staden fez duas viagens ao continente americano. No ano de 1547, viajou para Pernambuco numa caravela de Portugal, atuando como artilheiro. No ano seguinte, viajou numa missão exploratória ao rio da Prata numa caravela espanhola.
Contato com os índios tupinambás
Na segunda viagem, o navio em que Hans Staden estava naufragou no litoral paulista. O aventureiro alemão conseguiu se salvar, indo parar na cidade de Bertioga. Colonos portugueses que estavam trabalhando na construção de uma fortaleza militar acolheram Hans Staden, que começou a trabalhar num forte da região como artilheiro.
trecho do filme Hans Staden
"Depois de ter dito isso, ficou atrás do português e bateu-lhe na nuca de tal forma que o derrubou no chão e, quando ele estava caído, deu-lhe mais um golpe que o matou. Pegaram então um dente de coelho, começaram a retirar-lhe a pele e carregaram-no pela cabeça e pelos pés até as chamas da fogueira. Depois disso, esfregaram-no todo com as mãos de modo que o que restava de pele saiu e só restou a carne branca. Então cortaram-lhe a cabeça, deram-na ao jovem que o tinha matado e retiraram as vísceras e deram-nas às mulheres. "
André Thevet
Primeiro registro da fundação da França Antártica, em 1555, obra de Villegagnon que construiu o Forte Coligny na baia da Guanabara para servir de base de apoio ao seu projeto de colonização de toda a região.
"Se advém, paralelamente, entre eles, algum tipo de indignação ou querela contrao próximo, eles têm o costume de recorrer ao Pagé, para que faça morrer por veneno aquele ou aqueles a quem querem mal."
As impressões dos europeus acerca do Brasil, são por vezes, fantasiosas, e baseadas em suas crenças medievais.
De qualquer forma, elas nos deixaram um registro importante sobre a terra do Pau Brasil, seus habitantes, seus costumes e suas tradições.
De qualquer forma, elas nos deixaram um registro importante sobre a terra do Pau Brasil, seus habitantes, seus costumes e suas tradições.
Fontes:
wikipedia.org
mundoeducacao.bol.uol.com.br
ub.edu/geocrit/b3w-691.htm
ub.edu/geocrit/b3w-691.htm
google.com.br
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