Olá, pessoal !
Hoje vamos falar de uma das maiores tragédias no Estado de São Paulo, o deslizamento de terra da Serra de Caraguatatuba em março de 1967.
Após dois dias de chuvas constantes, a manhã daquele sábado, 18 de março de 1967, ficaria marcada para sempre na história de Caraguatatuba, Litoral Norte de São Paulo, quando uma avalanche de pedras, árvores e lama desceu da Serra do Mar e destruiu a cidade.
O episódio, conhecido na época como hecatombe, provocou muitas mortes. Segundo as autoridades, teriam passado de 500, embora nunca tenha sido contabilizado um número oficial.
A cidade ficou isolada e 3 mil dos 15 mil moradores perderam suas casas. Um balanço feito em 21 de março apontava que 30 mil árvores haviam descido as encostas e se espalhado pela cidade. O rio Santo Antonio, que corta a cidade, passou de 40 para 200 metros de largura. Para qualquer lado que se olhasse, a Serra do Mar apresentava deslizamentos como os que afetaram Angra dos Reis e Ilha Grande, no litoral sul do Rio de Janeiro, no ano de 1966.
A Santa Casa foi atingida pela lama. O estádio do XV, destruído pelas pedras e lama que desciam do morro do Jacu. Na região do bairro do Benfica, inúmeras casas ficaram soterradas. Na zona rural pouca coisa sobrou em pé. A cidade ficou sem água, sem energia elétrica, sem telefone, sem acesso pelas estradas e sem comida. O mar em frente a cidade se transformou num mar de lama e de troncos.
Centenas de pessoas perderam a vida. Oficialmente, falaram em 500, mas morreram muito mais, algo em torno de 2 mil pessoas. As vítimas resgatadas pelos moradores eram colocadas na prefeitura municipal, na época, localizada na praça Cândido Mota. Os desabrigados foram alojados na igreja, no clube XV, em escolas e acolhidos pelos moradores, cujas casas não foram atingidas pelas águas. A cidadã ficou isolada e ilhada. A maioria dos moradores evitava sair de casa, pois não podia e o risco era muito grande. O mundo não sabia o que estava ocorrendo em Caraguá. Até que, um radio-amador, seu Thomaz Camanes Filho, conseguiu contato com outros rádio-amadores e comunicar a tragédia que abatia sobre a cidade. Muitas horas depois, algo em torno de 12 a 15 horas, as autoridades paulistas e cariocas tomavam ciência do que tinha ocorrido na cidade. Helicópteros começaram a sobrevoar a cidade.
O exército chegou. A Marinha através de seus navios, trouxe água, remédios e médicos. Três dias depois, alguns números apresentados, extra-oficialmente, demonstravam o tamanho da tragédia: 30 mil árvores desceram as encostas em direção a cidade; 400 casas desapareceram debaixo da lama e 3 mil pessoas perderam suas casas. Caraguá tinha na época 15.000 habitantes.
Caraguá ficou muitos anos esquecida. Foi difícil recomeçar. Muita gente abandonou a cidade, não acreditando que ela pudesse se reerguer. Muita gente perdeu tudo o que tinha. Muitos ficaram ricos aproveitando da desgraça dos outros (existem muitas estórias sobre mantimentos e donativos desviados, que nunca chegaram à cidade). A força e a raça de seu povo foi fundamental para que a cidade aos poucos fosse se reconstruindo e transformando no que é hoje: o centro comercial, educacional e cultural do Litoral Norte.
Caraguatatuba nos dias de hoje
Caraguatatuba nos dias de hoje
Fontes:
jornalggn.com.brtaiadaweb.com.br/a-catastrofe-de-caraguatatuba-em-1967/
google.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário