domingo, 12 de novembro de 2017

Olá, pessoal !

Nesses dias tristes pelos quais passamos, onde uma parte reacionária da população, que se escondia de suas vergonhas de seus atos passados, e que através de políticos  corruptos e mau intencionados voltaram a por a cara pra fora; vivenciamos que o conservadorismo, a hipocrisia, a discriminação e ódio são novamente os elementos que regem nossa sociedade.

A proposito disso são as declarações homofóbicas, de ódio racial, e de classes, à censura imposta por grupelhos, que absolutamente não nos representa.

Sobre isso estou postando uma matéria da Folha de São Paulo, da antropóloga e jornalista Paula Diehl.

"A covarde folha de parreira"

"Você já viu esculturas gregas envergonhadas? Quem está acostumado com a arte clássica em forma de homens e mulheres despidos que parecem nem se importar com a sua nudez, provavelmente se interessará pela exposição."

Figueira
Desde que Adão e Eva foram expulsos do Paraíso, a folha de figueira se tornou a expressão mais utilizada para designar quaisquer formas de cobrir os órgãos sexuais femininos e masculinos na arte e na literatura. 


Em Gênesis 3.7 está escrito: Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.

Em meados do século 18 o papa Clemente 13 ordenou a aplicação de folhas de parreira e véus em todo o acervo de nus do Vaticano. Essa prática também obteve seus adeptos entre pintores e escultores e fez nascer uma nova profissão: a de cobridor de órgãos genitais. Quadros e esculturas, com ou sem cenários bíblicos, passaram a ser "complementados" em nome da decência e da moral cristãs. Até Michelangelo não escapou da censura papal. A sua obra mais conhecida, o "Juízo Final", que ilustra o teto da Capela Sistina, no Vaticano, foi vítima de folhas, lenços e véus aplicados posteriormente por um de seus discípulos."


Na carta de Caminha ele escreve sobre os indígenas: " Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos, e suas setas."

Séculos depois essa discussão ainda persiste. Na época da censura da ditadura militar o nu frontal era proibido, os filmes eróticos da época, ditos "pornochanchadas" só mostravam os atores despidos de costas, ou mostrando do ventre para cima.

O filme de Stanley Kubrick, de 1971, só passou no Brasil depois de bolinhas negras, serem adaptadas sobre os órgãos genitais dos atores.






Os últimos casos de censura à exposições em Porto Alegre e São Paulo, e a agressão à filosofa Judith Butler em São Paulo nos mostram que ainda não evoluímos para uma sociedade heterogênea.

Fontes:
folha.uol.com.br
bibliaonline.com.br
educaterra.terra.com.br.

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