terça-feira, 28 de novembro de 2017

Olá, pessoal !

Hoje vamos falar de um dos livros mais importantes da fase da literatura indianista brasileira, I-Juca Pirama de Gonçalves Dias.


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Livro publicado em 1851, pelo poeta  Antônio Gonçalves Dias (10/08/1823 - 03/11/1864) famoso por outra obra  muito conhecida "Canção do Exílio".

O livro é um poema da fase indianista do romantismo brasileiro,  composto de 10 cânticos com 484 versos pentassilábicos, decassilábico e eneassilábicos.


Conta a história de um índio tupi, último sobrevivente de sua tribo, que foi capturado pelos índios Timbiras e deve ser sacrificado num ritual de canibalismo.


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A palavra tupi I-Îuka Pyr-ama significa "aquele que será morto"

O índio chora e implora por sua vida, dizendo que cuida de um pai cego, que não tem mais ninguém por ele.

“Que temes, ó guerreiro? 

Não era comum entre os índios o fato de um guerreiro temer a morte. Tal atitude era considerada um ato de covardia.  

Os covardes não serviam para o ritual, que tinha a intenção de fortalecer os guerreiros que se serviam dele. Um guerreiro fraco e covarde não traria força e sim fraqueza para aqueles que o comessem.

Era comum que o guerreiro que seria sacrificado entoasse um canto se apresentando antes de ser morto.

Canto IV

“Meu canto de morte,
 Guerreiros, ouvi: 
Sou filho das selvas, 
Nas selvas cresci  

“Da tribo pujante,
 Que agora anda errante
 Por fado inconstante, 
Guerreiros, nasci; 
Sou bravo, sou forte...  

“Aos golpes do inimigo
 Meu último amigo,
 Sem lar, sem abrigo 
Caiu junto a mi!
 Com plácido rosto, 
Sereno e composto,
 acerbo desgosto 
Comigo sofri”

“Meu pai a meu lado
 Já cego e quebrado, 
De penas ralado,
 Firmava-se em mi:
 Nós ambos, mesquinhos... 

Ao ser solto ele retorna a sua tribo, ainda ungido pelos óleos  e pelas tintas do sacrifício.
Seu pai , então, desgostoso com a covardia do filho exige que ambos retornem à tribo dos Timbiras para resgatar o ato infame do filho.



Tu choraste em presença da morte?
Na presença de estranhos choraste?
Não descende o covarde do forte:
Pois choraste, meu filho não és.




Chegando lá, o filho é amaldiçoado pelo pai, pois teria chorado em presença dos inimigos, desonrando os tupis. Para provar sua coragem, o filho se lança em combate contra toda a tribo timbira. O barulho da disputa faz o pai perceber que o filho lutava bravamente. O chefe timbira, então, pede-lhe que pare, pois já tinha provado seu valor.



“ - Basta! clama o chefe dos Timbiras
, Basta, guerreiro ilustre! 
assaz lutaste... 



Pai e filho se abraçam, reconciliados, pois a honra tupi fora restaurada. A história é contada por um velho índio timbira, como uma recordação.



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                                              Canto X


Um velho Timbira, coberto de glória,
Guardou a memória
Do moço guerreiro, do velho Tupi!
E à noite, nas tabas, se alguém duvidava
Do que ele contava,
Dizia prudente: - "Meninos, eu vi!
"Eu vi o brioso no largo terreiro
Cantar prisioneiro
Seu canto de morte, que nunca esqueci:
Valente, como era, chorou sem ter pejo;
Parece que o vejo,
Que o tenho nest’hora diante de mi.
"Eu disse comigo: Que infâmia d’escravo!
Pois não, era um bravo;
Valente e brioso, como ele, não vi!
E à fé que vos digo: parece-me encanto
Que quem chorou tanto,
Tivesse a coragem que tinha o Tupi!"
Assim o Timbira, coberto de glória,
Guardava a memória
Do moço guerreiro, do velho Tupi.
E à noite nas tabas, se alguém duvidava
Do que ele contava,
Tornava prudente: "Meninos, eu vi!".



Fontes:
wikipedia.org
educacao.globo.com
professrojailton.com.br
biblio.com.br
google.com.br

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