sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Olá pessoal !

Hoje vamos falar de figuras históricas femininas no Brasil.

Começaremos com a romancista, tradutora e jornalista Raquel de Queiroz.



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Raquel de Queiroz nasceu em Fortaleza em 17 de novembro de 1910 (completaria hoje 105 anos).

Descendente pelo lado de sua mãe, Clotilde Franklin de Queiroz do escritor José de Alencar.

Em 1917 foi com seus pais para o Rio de Janeiro, fugindo da seca que atingia a região em que morava desde 1915.

Mais tarde esse seria o tema do seu primeiro livro "O Quinze" (1927), que fala das consequências danosas da seca naquele período.

Voltou para Fortaleza anos mais tarde se formando como professora primária no Colégio Imaculada Conceição.

Em 1964 apoiou o golpe militar, dizendo-se totalmente contrária ao governo João Goulart, que segundo ela era uma "marionete" nas mãos dos "getulistas" como o governador do Rio Grande do Sul,  Leonel Brizola.

Ela mesma, que na juventude tinha sido filiada ao partido comunista, dá uma guinada e apoia o governo militar, principalmente no inicio do governo Castelo Branco, que era seu amigo.

Numa entrevista ao programa "Roda Viva" da TV Cultura de 1º de julho de 1991, ao ser questionada  se tinha conhecimento das torturas ela disse:


"Não, espera aí. A revolução que apoiei foi enquanto Castelo Branco era presidente [foi o primeiro presidente do regime militar instaurado pelo golpe de 1964] e ele não fez tortura nenhuma, a intenção dele era fazer eleições para um presidente civil."

Sobre outro ponto polêmico que foi a morte de Castelo Branco, num desastre de avião quando vinha da fazenda dela em Quixadá, que muitos até hoje dizem que foi assassinado pelos militares da linha dura, que depois elegeram Costa e Silva e Médici, ela diz:

"O Castelo Branco vinha de Quixadá num aviãozinho bimotor do governo do estado, um piper [avião monomotor], se não me engano. E viajavam no avião ele, o irmão dele, o Candinho, a minha amiga Alba Frota, um major do exército que estava servindo de segurança a ele ou de adjunto, sei lá, um ajudante de ordens, o comandante do avião e o filho dele, que servia de copiloto. O menino, o copiloto, foi o único que sobreviveu. E pelo depoimento dele, nós sabemos, que eles vinham de Quixadá para Fortaleza e passavam sobre a linha da estrada, as novas linhas de eletricidade que vinha do São Francisco… As novas linhas, como se chama? De grande força, uma coisa assim..."

E conclui:

"De alta tensão, é isso aí. E o Castelo, então, pediu ao comandante: “Comandante, eu queria tanto”… Porque tinha sido um dos grandes interesses dele na Presidência ver a construção da linha de alta tensão, da linha de distribuição maior do São Francisco. “Queria tanto passar pela linha, queria ver aqueles postes de alta tensão”. O comandante ficou indeciso e o menino disse: “Papai, isso é cortar a rota dos jatos, a gente não pode passar”. O Castelo disse: “Só um pedacinho, só para atravessar, só para eu ver”. O comandante disse: “Só um bocadinho então”. No instante em que eles atravessaram a linha, vinha uma formação de três jatos e a ponta de um dos jatos pegou. De forma que o atentado seria impossível, tinham que adivinhar que o Castelo ia pedir, que o comandante não iria, depois cedeu e que o jato iria coincidir naquela hora…"


Questionada,  no mesmo programa pelo jornalista Caio Fernando de Abreu, se tinha a intenção de escrever um livro de memórias, que segundo ele tinha até o titulo "O poder e eu", ela rebateu veemente:

"Jamais, jamais. É falsificado. Nunca disse isso!"

Anos mais tarde, ela realmente lançou o livro de memórias "Tantos anos", que devido a dificuldade de visão, foi escrito por sua irmã, Maria Luíza de Queiroz.


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Numa entrevista à Folha de São Paulo em setembro de 1988, perguntada sobre se tinha medo da morte ela diz:

"Não, para mim a morte é a libertação. O que seria de nós se não fosse a morte? É a grande irmã, a grande amiga."

A repórter pergunta então que o fato de ser ateia torna isso mais fácil. Ela responde:

"É muito ruim isso, não ter uma crença, porque nas fases ruins você não tem em que se apegar. Tem que se encolher em si mesma e aguentar a pancadaria. Invejo profundamente quem tem uma boa fé. O Helder (d. Helder Câmara) ainda tem esperança de me converter, diz que quer morrer um dia depois de mim só para rezar a extrema-unção junto comigo."

D. Helder morreu em 27 de agosto de 1999, antes dela, que morreu em 4 de novembro de 2003 no Rio de Janeiro de problemas cardíacos.

Raquel de Queiroz foi a primeira mulher a se tornar "imortal" da Academia Brasileira de Letras (A.B.L.) em 04 de novembro de 1977 (coincidentemente no mesmo dia de sua morte, que se deu 26 anos depois), ocupando a cadeira número cinco, cujo patrono foi Bernardo Guimarães.



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Em 1992, escreveu "A saga de Maria Moura", contando a história de uma cangaceira nordestina, adaptada para a  televisão numa minissérie da Globo entre maio e junho de 1994.






Sua obra é extensa e sua produção em artigos e traduções também é muito grande.

Outros livros famosos de sua autoria foram: O galo de ouro, Lampião, As três Marias, Dora Doralina, e tantos outros.


Fontes:
wikipedia.org
youtube.com
falandoemliteratura.com
folha.cuol.com.br
ebiografia.com





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