sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Olá,pessoal !

Hoje vamos falar dos estilos literários do português no Brasil.

A literatura brasileira começou com a primeira carta escrita por Pero Vaz de Caminha para o rei de Portugal, D.Manuel , o venturoso.

Nela Caminha descreve as belezas naturais e os gentios da Terra de Santa Cruz.

"Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrissem suas vergonhas..."

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Esse período, chamado de Quinhentismo, século XVI,  não era propriamente um movimento literário, mas as primeiras impressões de viajantes europeus do Brasil.

Hans Staden com "Viagem ao Brasil" de 1557, e Jean de Léry com "Viagem à terra do Brasil de 1574.

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Hans Staden                                       Jean de Léry


Staden dá-nos suas impressões sobre os tupinambás, seus costumes, seus rituais, e seus vícios de antropofagia, visto que foi prisioneiro desses índios por vários meses,


Por vezes o relato desses europeus sobre o Brasil e seus habitantes denota um desprezo e falta de conhecimento por suas tradições e costumes.
Olham o Novo Mundo com olhares da Europa e seus costumes, desprezando e ridicularizando aquilo que nçao se encaixava no seu jeito e suas crenças.

Além de toda literatura do padre José de Anchieta, e sua gramática da língua tupi.


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O Barroco: 

Estilo marcado por contradições e contrastes, tinha como principais características o uso de antíteses (ora alegria, ora tristeza); hipérbole (exagero na descrição dos fatos);linguagem rebuscada; pessimismo, literatura moralista.
Seus principais expoentes no Brasil foram o padre Antônio Vieira, famoso por seus sermões: "Sermão do primeiro domingo da quaresma"; "Sermão do bom ladrão" e o seu mais famoso sermão: "Sermão da Sexagésima"

Sermão do ladrão, é uma crítica social que o padra faz contra aqueles que enriquecem com o poder, com cargos públicos, se locupletando com as benesses do Estado. Já naquela época havia corrupção e políticos desonestos.

"Levarem os reis consigo ao paraíso os ladrões, não só não é companhia indecente, mas ação tão gloriosa e verdadeiramente real, que com ela coroou e provou o mesmo Cristo a verdade do seu reinado, tanto que admitiu na cruz o título de rei.
Mas o que vemos praticar em todos os reinos do mundo é, em vez de os reis levaram consigo os ladrões ao paraíso, os ladrões são os que levam consigo os reis ao inferno."


Outro grande nome do Barroco foi Gregório de Matos, o boca maldita, que foi o primeiro escritor preso por críticas a uma autoridade, no caso o governador da Bahia, Antônio Luis Gonçalves da Câmara Coutinho.



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                                               Gregório de Matos

Seu poema mais famoso foi a Prosopopéia, baseado na obra de Luís de Camões "Os Lusíadas.


E vós, sublime Jorge, em que se esmalta
A Estirpe d' Albuquerques excelente,
E cujo eco da fama corre e salta
Do Carro Glacial á Zona ardente,
Suspendei por agora a mente alta
Dos casos vários da Olindesa gente,
E vereis vosso irmão e vós supremo
No valor abater Querino e Remo.

Criticava de forma satírica a sociedade baiana e seus costumes.

"Que falta nesta cidade? Verdade.
Que mais por sua desonra? Honra.
Falta mais que se lhe ponha? Vergonha.

O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta Verdade, honra, vergonha.


Arcadismo:
O Arcadismo, conhecido também como Setecentismo ou Neoclassicismo, é a escola literária que tem como característica a adoração à natureza. Algumas expressões se destacam, como:
  • Aurea Mediocritas: mediocridade áurea - indicava a valorização das coisas cotidianas focadas na razão;
  • Carpe diem: aproveite, curta o dia;
  • Inutilia truncat: essa expressão sugere que se corte o que é inútil; em outras palavras, dizia que se deveria eliminar o rebuscamento Barroco;
  • Locus amoenus: indica um local aprazível, tranquilo e ameno.
As principais obras desta época são: Obra Poética de Cláudio Manoel da Costa, O Uraguai de Basílio da Gama, Cartas Chilenas e Marília de Dirceu de Tomás Antonio Gonzaga, Caramuru de Frei José de Santa Rita Durão.



No Uraguai , Basílio da Gama critica os padres jesuítas, denunciando que a defesa deles dos índios, era para que eles próprios se tornassem seus proprietários.

Em "Cartas Chilenas" Tomás Antônio Gonzaga trata satiricamente da corrupção de Luís Cunha de Menezes, governador da Capitania das Minas Gerais.


                                             Tomás Antônio Gonzaga

Romantismo: O movimento do romantismo no Brasil começou no final do século XVII e perdurou por boa parte do século XIX.

A modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da família real portuguesa em 1808, e a Independência do Brasil em 1822 são dois fatos históricos que influenciaram na literatura do período. Como características principais do romantismo, podemos citar : individualismo, nacionalismo, retomada dos fatos históricos importantes, idealização da mulher, espírito criativo e sonhador, valorização da liberdade e o uso de metáforas. As principais obras românticas que podemos citar: O Guarani de José de Alencar, Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães, Espumas Flutuantes de Castro Alves, Primeiros Cantos de Gonçalves Dias. Outros importantes escritores e poetas do período: Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo, Junqueira Freire e Teixeira e Souza.

Famoso poema de Gonçalves Dias extraído do livro "Primeiros Cantos"



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Gonçalves Dias

                                       Canção do Exílio


Minha terra tem palmeiras,
 Onde canta o sabiá;
 As aves, que aqui gorjeiam,
 Não gorjeiam como lá. 
Nosso céu tem mais estrelas,
 Nossas várzeas tem mais flores
, Nossos bosques tem mais vida,
 Nossa vida mais amores. 
Em cismar, sozinho, à noite.
Mais prazer encontro eu lá;
 Minha terra tem palmeiras,
 Onde canta o sabiá.
 Minha terra tem primores,
 Que tais não encontro eu cá;
 Em cismar - sozinho, à noite
 - Mais prazer encontro eu lá;
 Minha terra tem palmeiras,
 Onde canta o Sabiá. 
Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá;
 Sem que desfrute os primores
 Que não encontro por cá; 
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
 Onde canta o Sabiá.

 Coimbra - Julho 1843



Realismo:

Na segunda metade do século XIX, a literatura romântica entrou em declínio, juntos com seus ideais. Os escritores e poetas realistas começam a falar da realidade social e dos principais problemas e conflitos do ser humano. Como características desta fase, podemos citar: objetivismo, linguagem popular, trama psicológica, valorização de personagens inspirados na realidade, uso de cenas cotidianas, crítica social, visão irônica da realidade. O principal representante desta fase foi Machado de Assis com as obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro e O Alienista. Podemos citar ainda como escritores realistas Aluísio de Azedo autor de O Mulato e O Cortiço e Raul Pompéia autor de O Ateneu.


O Mulato é o segundo romance de Aluísio Azevedo, escrito no ano de 1881. Foi responsável pelo início do naturalismo ou realismo no Brasil.
Denúncia do preconceito racial na sociedade maranhense e da corrupção do clero, o livro irritou os comprovincianos de Aluísio a ponto de o escritor resolver mudar-se para a Corte, onde faria sucesso. 



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                                     Aluísio de Azevedo


Parnasianismo:
O parnasianismo buscou os temas clássicos, valorizando o rigor formal e a poesia descritiva. Os autores parnasianos usavam uma linguagem rebuscada, vocabulário culto, temas mitológicos e descrições detalhadas. Diziam que faziam a arte pela arte. Graças a esta postura foram chamados de criadores de uma literatura alienada, pois não retratavam os problemas sociais que ocorriam naquela época. Os principais autores parnasianos são: Olavo Bilac, Raimundo Correa, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho.
Se inspiravam na mitologia grego-romana.


Felicidade


Só a leve esperança, em toda a vida,
Disfarça a pena de viver, mais nada:
Nem é mais a existência, resumida,
Que uma grande esperança malograda.



O eterno sonho da alma desterrada,
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada
E que não chega nunca em toda a vida.



Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa, que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,



Existe, sim : mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos.


                                                                 Vicente de Carvalho



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Pré-modernismo:


Este período é marcado pela transição, pois o modernismo só começou em 1922 com a Semana de Arte Moderna. Está época é marcada pelo regionalismo, positivismo, busca dos valores tradicionais, linguagem coloquial e valorização dos problemas sociais. Os principais autores deste período são: Euclides da Cunha (autor de Os Sertões), Monteiro Lobato, Lima Barreto, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma e Augusto dos Anjos.




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                                       Augusto dos Anjos

Modernismo

Este período começa com a Semana de Arte Moderna de 1922. As principais características da literatura modernista são: nacionalismo, temas do cotidiano (urbanos) , linguagem com humor, liberdade no uso de palavras e textos diretos. Principais escritores modernistas: Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo, Alcântara Machado e Manuel Bandeira.

Cabe ressaltar, que Manuel Bandeira nunca se declarou adepto do movimento, mas foi um poema seu "Os sapos" que serviu como rompimento definitivo com o Parnasianismo e suas formas estruturadas, e bem cuidadas.
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Manuel Bandeira


Alguns tentam taxar um novo movimento literário para a atualidade, como pós moderno, ou neo realista, mas na verdade o que é mais moderno que o moderno.
Embora seja justo concordar que obras como "Grande Sertão" Veredas de Guimarães Rosa ;"Os Sertões" de Euclides da Cunha, e a obra de crítica social de Jorge Amado, sejam evoluções do movimento modernistas, elas ainda são modernas, pois tratam de assuntos contemporâneos, com uma linguagem moderna.

Fontes:
clbarroca.webnode.com.br
generos-literarios.info
suapesquisa.com/literaturabrasil
algosobre.com.br
educacao.globo.com
capricho.abril.com.br
objdigital.bn.br

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