Olá, pessoal !
Hoje vamos falar de um clássico da literatura nacional "Memórias Póstumas de Brás Cubas"
O livro de Machado de Assis publicado em 1881, marca o início do Realismo no Brasil.
"Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas Memórias Póstumas"
Assim é a dedicatória do grande livro de Machado de Assis, que marcou um movimento literário que ao contrário do Romantismo do início do século XIX, mostrava um mundo com sua realidade mais fria , sem fantasias.
Já no primeiro capítulo todo o sarcasmo do autor é mostrado:
"Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor (notem o jogo de palavras desse trecho) , para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não o pôs no introito, mas no cabo: a diferença radical entre este livro e o Pentateuco".
O livro é todo ele repleto de ironias, onde o autor expõe a sociedade da época, hipócrita, e nunca demonstrando o que ela realmente pensava.
Ele ressalta que foi acompanhado ao cemitério por "onze amigos".
Brás Cubas era solteiro e morreu aos sessenta e quatro anos, deixando uma chácara e 300 contos de reis, não teve filhos, foi um político medíocre, e sua vida afetiva foi turbulenta. ou seja, apesar de ser um membro abastado da sociedade carioca da época, sua vida não trouxe grandes realizações.
A narrativa do livro é feito em primeira pessoa, e como diz o autor logo no início a narrativa é feita do fim para o começo.
Resumo do livro:
Brás Cubas é um homem rico e solteiro que, depois de morto, resolve se dedicar à tarefa de narrar sua própria vida. Dessa perspectiva, emite opiniões sem se preocupar com o julgamento que os vivos podem fazer dele. De sua infância, registra apenas o contato com um colega de escola, Quincas Borba, e o comportamento de menino endiabrado, que o fazia maltratar o escravo Prudêncio e atrapalhar os amores adúlteros de uma amiga da família, D. Eusébia. Da juventude, resgata o envolvimento com uma prostituta de luxo, Marcela.
Depois de retornar de uma temporada de estudos na Europa, vive uma existência de moço rico, despreocupado e fútil. Conhece a filha de D. Eusébia, Eugênia, e a despreza por ser manca. Envolve-se com Virgília, uma namorada da juventude, agora casada com o político Lobo Neves. O adultério dura muitos anos e se desfaz de maneira fria. Brás ainda se aproxima de Nhã Loló, parenta de seu cunhado Cotrim, mas a morte da moça interrompe o projeto de casamento.
Desse ponto até o fim da vida, Brás se dedica à carreira política, que exerce sem talento, e a ações beneficentes, que pratica sem nenhuma paixão. O balanço final, tão melancólico quanto a própria existência, arremata a narrativa de forma pessimista: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria”.
A obra retrata um Machado doente, amargurado e pessimista.
"Escrevi-a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia..."
A obra foi publicada primeiramente em capítulos na Revista Brasileira. Era a telenovela da época; e várias obras de diferentes autores, foi publicada assim, em folhetins; o capítulo sempre terminava num frenesi, num suspense, o que fazia com que os leitores comprassem a próxima edição para saberem o desenlace.
Essa obra junto com "O Mulato" de Aluísio de Azevedo são consideradas as precursoras do movimento literário chamado de Realismo no Brasil.
O livro virou filme em 2001 com direção de André Klotzel, com Reginaldo Farias no papel principal.
Fontes:
geekiegames.geekie.com.br/blog
guiadoestudante.abril.com.br
educacao.globo.com
wikipedia.org
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