Hoje vamos falar do livro "Os Sertões" de Euclides da Cunha.
Euclides da Cunha na época reformado da carreira militar no posto de capitão, vai trabalhar, a convite de Julio de Mesquita, no jornal "A Província de São Paulo" hoje "O Estado de São Paulo".
Em outubro de 1897, chega a Canudos, como correspondente do jornal, a tempo de assistir aos últimos dias da resistência dos caboclos liderados por Antonio Conselheiro, e a total destruição do arraial.
O livro tem três partes distintas. Na primeira valendo-se de seu conhecimento de engenharia ele descreve a terra em direção a Monte Santo, com suas serras, rios, chapadas e sua vegetação a partir do Rio de Janeiro em direção ao Agreste, com seu semi-árido.
" O planalto central do Brasil, desce, nos litorais do Sul, em escarpas inteiriças, altas e abruptas. Assoberba os mares; e desata-se os chapadões nivelados pelo visos das cordilheiras marítimas, distendidas do Rio Grande a Minas."
Na segunda parte ele fala do Homem, do sertanejo, da vida que ele leva no sertão, seus costumes, suas crenças.
Euclides da Cunha faz um estudo sociológico e antropológico do caboclo, que convive sujeito as intempéries do clima, e da Natureza.
"De sorte que ao fim de algum tempo a população constituída dos mais díspares elementos, do crente fervoroso abdicando de si todas as comodidades da vida noutras paragens, ao bandido solto, que lá chegava de clavinote no ombro em busca de novo campo de façanhas, se fez a comunidade homogênea."
A função histórica do Rio São Francisco que serpenteia desde a Serra da Canastra em Minas Gerais pelo interior do nordeste da Bahia, passando por Sergipe, Alagoas e Pernambuco.
Fala de Antonio Conselheiro um beato bronco, mas com muita ascendência sobre os sertanejos.
A terceira parte fala da Luta, propriamente dita, das expedições militares contra Canudos, usando agora a visão do jornalista, Euclides da Cunha, descreve como se deram as três primeiras incursões dos militares que foram derrotados pelos homens de Conselheiro, de Moreira César ( o corta cabeça) e a retirada humilhante do coronel Tamarindo, depois da morte de Moreira César.
Cel.Moreira César
A quarta expedição sob o comando do general Artur Oscar de Andrade Guimarães.
Venceu os revoltosos e destruiu totalmente o arraial de Canudos.
"Vinham matar os adversários sobre as próprias trincheiras. Estes esmoreciam. Verificavam a inanidade do bombardeio., das cargas repetidas e do recurso extremo da dinamite."
Graças aos relatos de Euclides da Cunha, descobrimos as verdades sobre Canudos, que antes de mais nada era um lugarejo pobre, onde vivam os sertanejos e suas famílias, às custas de suas plantações, que foram dizimados pelo governo republicano recém instalado.
Ao contrário das versões oficiais de que Conselheiro era contrário à República e tinha patrocínio de países estrangeiros, os sertanejos só queriam um pedaço de terra para o sustento de sua família.
Antônio Conselheiro morto, em sua única foto conhecida, tirada por Flávio de Barros no dia 6 de outubro de 1897.
O livro é uma narrativa histórica, sociológica e antropológica, de um dos episódios mais marcantes da história do Brasil.
Um filme sobre a Guerra de Canudos de Sergio Resende de 1997, com Marieta Severo, Paulo Betti, Claudia Abreu e José Wilker ganhou vários prêmios.
Fontes:
Os sertões - Abril cultural 1979
coladaweb.com
wikipedia.org
todamateria.com.br
youtube.com
youtube.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário