sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Hoje vamos falara da obra de Machado de Assis, Quincas Borba".


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Publicado em 1891 inicialmente em formato de folhetim, Quincas Borba pertence a trilogia realista de Machado de Assis composta por Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro.




O protagonista Pedro Rubião de Alvarenga era um professor primário que se tornou enfermeiro e amigo do milionário Quincas Borba.

Com a morte de Quincas Borba, Rubião herda tudo o que pertencia ao magnata: escravos, imóveis, investimentos. Além de herdar a fortuna, Rubião, que tinha na altura do inventário cerca de 40 anos, também recebeu o cão, igualmente chamado, assim como o antigo dono, Quincas Borba.


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Quando o testamento foi aberto, Rubião quase caiu para trás.  Ele foi nomeado herdeiro universal do testador. Não cinco, nem dez, nem vinte contos, mas tudo, o capital inteiro, especificados os bens, casas na Corte, uma em Barbacena, escravos, apólices, ações do Banco do Brasil e de outras instituições, jóias, dinheiro amoedado, livros, - tudo finalmente passava às mãos do Rubião, sem desvios, sem deixas a nenhuma pessoa, nem esmolas, nem dívidas. Uma só condição havia no testamento, a de guardar o herdeiro consigo o seu pobre cachorro Quincas Borba, nome que lhe deu por motivo da grande afeição que lhe tinha.


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O então falecido acreditava que, se morresse antes do animal de estimação, o nome sobreviveria através do cachorro.

Juntos, Rubião e o cão Quincas Borba mudam-se de Barbacena (interior de Minas Gerais) para a Corte.

Na viagem de trem rumo ao Rio de Janeiro - mais precisamente na estação de Vassouras - o professor conhece o casal Sofia e Cristiano de Almeida e Palha. O casal, interesseiro, percebe a ingenuidade do mais recente milionário e resolve tirar proveito da situação. 

Rubião se muda para uma casa em Botafogo e passa a andar cada vez mais próximo do casal Palha. Eles o ajudam com a decoração da casa, com a contratação de funcionários, o apresentam para o seu círculo social. As relações se estreitam tanto que Rubião acaba se apaixonando por Sofia.


A proximidade do casal trata-se, porém, de pura conveniência. Aos poucos, Rubião vai percebendo que Sofia não está interessada e que o casal tira proveito da sua condição financeira. Com o desgosto, Rubião começa a apresentar traços de demência. 

Ele crê ser Napoleão III e repete incessantemente a máxima de seu amigo falecido Quincas "Ao vencedor, as batatas".

Nas palavras de Quincas Borba:


"Não há morte. O encontro de ditas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o carácter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas"

Por fim, Rubião foge para Barbacena e ali morre ele e o cão. Por outro lado, o casal Palha tornam-se ricos.



Antonio Candido escreveu que a essência do pensamento machadiano é "a transformação do homem em objeto do homem, que é uma das maldições ligadas à falta de liberdade verdadeira, econômica e espiritual."Os críticos notam que o "Humanitismo" de Machado não passa de uma sátira ao positivismo de Auguste Comte e ao cientificismo do século XIX e à teoria de Charles Darwin acerca da seleção natural Desta forma, a teoria do "ao vencedor, as batatas" seria uma paródia da ciência da época de Machado e sua divulgação, uma forma de desnudar ironicamente o caráter desumano e anti-ético da "lei do mais forte".

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A filosofia de Quincas Borba afirma que a substância da qual emanam e para qual convergem todas as coisas é Humanitas, e que a inveja não passa do "nobre sentimento" de contemplação, nos outros, das qualidades de Humanitas. O "Humanitismo", enxerga a guerra como forma da seleção dos mais aptos. Humanitas se projeta por meio de quatro fases: a estática, anterior à criação; a expansiva, início das coisas; a dispersiva, surgimento do homem, e a contrativa, absorção do homem na substância original. A filosofia exclui o sexo e o sofrimento, considerando o Cristianismo uma "moral de fracos" (clara intertextualidade às teorias de Nietzsche), a mulher um ser inferior, e tudo no mundo como algo bom, sendo a única coisa ruim o não nascer. No Capítulo 157 de Memórias Póstumas de Brás Cubas, o "Humanitismo" se proclama "a única verdade", negando a verdade essencial do Budismo, Bramanismo, Islamismo, Cristianismo e de todos os sistemas e crenças da História da Humanidade.



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Fontes:
culturagenial.com/livro-quincasborba
todamateira.com.br/quincasborba
google.com.br
wikipedia.org

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