Hoje vamos falar do grande dramaturgo e ator brasileiro Gianfrancesco Guarnieri.
Gianfrancesco Guarnieri (Milão, Itália, 1934 – São Paulo, 2006). Filho de músicos antifascistas, Gianfrancesco Guarnieri chegou ao Brasil em 1936, no Rio de Janeiro. Na década de 1950, já em São Paulo, ele se engajou no movimento estudantil e começou a fazer teatro amador com Oduvaldo Vianna Filho.
Guarnieri foi um dos fundadores do Teatro Paulista do Estudante, criado em 1955, que pouco depois se fundiria ao Teatro de Arena. Estreou como dramaturgo com a peça Eles Não Usam Black-Tie (1958), encenada pelo Teatro de Arena, e participou das produções do grupo também como autor, tornando-se sócio-proprietário.
Eles não usam black tie - 1981
Tratava-se de um teatro político que, com o golpe de 1964, se tornou alvo preferencial da repressão. Foi a linguagem alegórica que viabilizou seu teatro de resistência durante a ditadura, período em que escreveu montagens musicais como Arena Conta Zumbi e Arena Conta Tiradentes, além de Um Grito Parado no Ar, peça reflexiva, que colocava em cheque o próprio fazer teatral. Também escreveu Ponto de Partida, que relatava de maneira alegórica a morte do jornalista Vladimir Herzog, o que só passou pela censura porque o espetáculo era ambientado em uma aldeia medieval. A carreira de Guarnieri incluiu ainda atuações na televisão e no cinema.
Na televisão começou na TV Tupi de São Paulo, em junho de 1967, na novela “A Hora Marcada”. Em 1968 foi para a TV Excelsior, e atuou nas novelas: “O Tempo e o Vento”; “A Muralha”; “Os Estranhos”. Voltou em 1971 para a TV TUPI, e atuou em várias novelas em toda essa década, que ali esteve. Fez: “Os Inocentes”; “Éramos Seis”; “Roda de Fogo” e várias outras. Mas o que marcou sua carreira foi: “Mulheres de Areia”, em que interpretou com inegável talento, o estranho Tonho da Lua.
Mulheres de Areia - TV Tupi 1973
Seu sucesso foi completo. Guarnieri deixou a todos maravilhados, com sua criação artística. Depois Guarnieri foi para a Bandeirantes e a seguir para a TV Globo. Ali fez: “Sol de Verão”; “Jogo da Vida”. Voltou à Band, onde fez “Vereda Tropical”. Esteve na Rede Manchete, fazendo “Helena”. Outra vez na Globo fez: “Que Rei sou Eu? e “Mandala”. Na Globo também participou do seriado “Carga Pesada”, como ator, diretor e autor de vários episódios. Na década de 80 esteve na Rede Manchete e fez “Helena”. Mais uma vez na TV Globo fez: “Rainha da Sucata”; “Anos Rebeldes”; “Pátria Minha”; “Próxima Vítima”. Depois foi para a TV Cultura, para a produção “O Mundo da Lua”. Esteve ainda no S.B.T, na Bandeirantes , em “Serras azuis”. Outra vez na Globo fez “Terra Nostra”. E por último apareceu no especial “A Festa do Nonno”, de Sílvio de Abreu , em homenagem aos 450 anos de São Paulo. Esteve na TV Record, em “Metamorfoses”. (Em 2004). Gianfrancesco Guarnieri foi casado duas vezes. A primeira com Cecília Thompson, que é mãe de Paulo e Flávio Guarnieri, que seguiram a carreira do pai. O segundo casamento de Guarnieri foi com Vânia Santana, com quem tem três filhos. Gianfrancesco Guarnieri é um dos nomes artísticos mais respeitados no Brasil.
Gianfrancesco e os filhos
Foi Secretário da Cultura da cidade de São Paulo entre 1984 e 1986, durante o governo de Mário Covas. Nessa oportunidade procurou valorizar as ações comunitárias.
Gianfrancesco Guarnieri gravava no Teatro Oficina a telenovela Belíssima, da Rede Globo, em que interpretava o personagem Pepe, no dia 2 de junho de 2006, quando sentiu-se mal, sendo internado no Hospital Sírio-Libanês, onde veio a falecer de insuficiência renal crônica, cinquenta dias depois, no dia 22 de julho. Foi enterrado no cemitério Jardim da Serra na cidade de Mairiporã, onde morava.
Fontes:
memoriasdaditadura.org.br
wikipedia.org
youtube.com
biografia.netsaber.com.br
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