Hoje faz 10 anos da quebra do Lehman Brothers, que desencadeou a maior crise desse século.
A maior crise do sistema financeiro global em oito décadas começou há dez anos. Olhando em retrospectiva, depois de o desastre já consumado, é possível ver que o mercado já dava sinais de fragilidade algum tempo antes de 2008. Mas foi quando o banco de investimentos Lehman Brothers decretou falência, na madrugada de 15 de setembro, que o mundo começou a perceber o tamanho do problema que se aproximava. O Lehman Brothers tinha 158 anos de história e era um dos maiores bancos de investimentos dos Estados Unidos. Ao falir, ele colocou em dificuldades uma série de outros bancos, empresas e investidores e gerou uma reação em cadeia. A crise financeira de 2008 é considerada a mais grave desde a quebra da Bolsa de Nova York em 1929.
O crédito fácil e a disseminação de um investimento "podre" pelo mundo todo estão na raiz da crise financeira de 2008. Por volta de 1998, os bancos dos Estados Unidos começaram a emprestar dinheiro a muita gente que não tinha como pagar. Mesmo quem estava desempregado e não tinha renda nem patrimônio conseguia ser aprovado pelo banco para receber um financiamento. E poderia dar a própria casa como garantia para vários empréstimos.
Os grandes bônus pagos aos agentes financeiros pesou na concessão de empréstimos de liquidação duvidosa.
Isso gerou um efeito cascata que levou a quebra de várias instituições financeiras.
Em todo o mundo os bancos centrais começaram a adotar medidas para socorrer suas economias e o Brasil, que passava ao largo da crise, ficou em estado de alerta.
O cenário externo fez com que o comitê elevasse a taxa básica de juros, a Selic, de 13% para 13,75%, mesmo nível de outubro de 2006. Na ocasião, a direção do BC avisou em sua ata da reunião divulgada uma semana depois que a “percepção de risco sistêmico permanecia elevado” por conta da “severa” crise financeira internacional.
O risco sistêmico ocorre quando há temor de que uma instituição financeira não tenha recursos suficientes para pagar a outra, causando um “efeito dominó”, ou seja, levando ao colapso toda a estrutura de bancos e financeiras.
O comitê considerava que a intervenção do governo dos Estados Unidos em grandes empresas de financiamento imobiliário poderia “ ser vista como condição necessária, mas provavelmente não suficiente, para a superação da crise”.
O Lehman Brothers faliu, mas os governos, principalmente o dos Estados Unidos, precisaram salvar outros bancos e empresas. Todo o processo foi potencializado pela grande alavancagem dos bancos, ou seja, vários dos agentes tinham apenas uma parte da quantia que deviam. Como vários agentes econômicos tinham dívidas entre si, a inadimplência das hipotecas gerou uma reação em cadeia. A falência de algumas das maiores companhias do mundo, como as montadoras General Motors e Crysler, a seguradora AIG e o banco de investimentos Bear Stearns, foi evitada com dinheiro do contribuinte. O plano de socorro do governo de George W. Bush chegou a R$ 2,6 trilhões. Os governos dos países desenvolvidos começaram também a usar seu poder para evitar uma catástrofe ainda maior. Nas grandes economias, os governos ampliaram os investimentos e os bancos centrais reduziram juros para incentivar a atividade econômica. Outra medida foi o chamado “quantitative easing”, que consiste na ampliação da quantidade de dinheiro em circulação. O FED aumentou significativamente a chamada base monetária, para incentivar o investimento e o consumo. Antes da crise de 2008, os EUA tinham cerca de US$ 800 bilhões em circulação. No fim de 2013, o valor chegou a mais de US$ 3,5 trilhões. Com mais dinheiro no mercado e os juros muito baixos nos Estados Unidos, o dólar se desvalorizou e isso teve consequências em todo o mundo. Inclusive no Brasil, que não sofreu tanto devido ao momento de crescimento, principalmente baseado na alta das commodites que o país exportava.
Em uma análise mais crítica, podemos depreender que a crise de 2008 foi o colapso do sistema capitalista baseado no Estado Mínimo, e em práticas do neoliberalismo.
Quando as empresas e bancos que sempre fizeram apologia ao livre mercado quebraram quem veio em sua ajuda foi o Estado.
Fontes:
wikinews.org
nexojornal.com.br
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