Hoje vamos falar do livro de contos de Machado de Assis, "Papéis avulsos".
Papéis avulso foi publicado em 1882.
Contos do livro:
Machado avisa que apesar de serem contos separados há pontos comuns. Como é comum em Machado a crítica à sociedade, explorando suas fraquezas e baixezas, às vezes de forma anedótica, explorando o lado psicológico e sombrio de cada personagem.
Machado de Assis
O alienista: conta a história do médico Simão Bacamarte e seus experimentos com doentes mentais.
O Dr. Bacamarte resolve se dedicar aos estudos da psiquiatria e constrói na cidade um manicômio chamado Casa Verde para abrigar todos os loucos da cidade e região. Em pouco tempo o local fica cheio e ele vai ficando cada vez mais obcecado pelo trabalho. No começo os internos eram realmente casos de loucura e a internação aceita pela sociedade, mas em certo momento Dr. Bacamarte passou a enxergar loucura em todos e a internar pessoas que causavam espanto. A primeira delas foi o Costa, homem que perdeu toda sua herança emprestando dinheiro para os outros, mas não conseguia cobrar seus devedores. A partir daí diversas outras personagens serão internadas pelo alienista.
Teoria do Medalhão — narrado como um diálogo entre pai e filho, onde o pai aconselha ao filho que seja um medalhão, ou seja, alguém importante.
Este conto trabalha basicamente as mesmas ideias tratadas em “O Espelho”, com a aniquilação do indivíduo em favor de uma imagem e posição social considerada privilegiada. Também encontra paralelo no conto “O segredo do Bonzo”, onde a propaganda pessoal e a aparência valem muito mais do que a essência. Através da fala absolutamente irônica do pai, entrevê-se a dura crítica de Machado de Assis à sociedade brasileira.
A Chinela Turca — um homem preso em um diálogo tedioso começa a se imaginar em uma narrativa fantástica.
A chinela turca se passa no Rio de Janeiro, no ano de 1850 e conta a história do bacharel Duarte, que enquanto se prepara para ir a um baile com Cecília, recebe a visita do major Lopo Alves. A visita noturna não seria um problema, se o major não tivesse em mãos um livro de 180 páginas que pretendia ler para Duarte.
Na arca — narrado como uma escritura com versículos. Os filhos de Noé, Sem Jafé e Cam discutem sobre como dividir a terra após o Dilúvio.
D. Benedita - Conta a história de uma mulher de meia idade, viúva de um desembargador.
A construção de D. Benedita é sofisticada. É humana naquilo que todos temos de mais humano – a derrota. Nada se realiza em sua vida. E o narrador vai fazendo com que isso fique claro a cada parágrafo. As viagens não acontecem; as cartas viram bilhetes; os livros não são lidos; os viúvos desistem e os dias vão passando. Os percursos desses fracassos são descritos em minúcias. O entusiasmo como ela se joga nas coisas é retratado em detalhes e é em detalhes que nos mostra como essa chama se apaga rapidamente. É possível ver D. Benedita como pessoas que conhecemos, como situações ou até como o país em que vivemos. As coisas não passam do entusiasmo inicial
A construção de D. Benedita é sofisticada. É humana naquilo que todos temos de mais humano – a derrota. Nada se realiza em sua vida. E o narrador vai fazendo com que isso fique claro a cada parágrafo. As viagens não acontecem; as cartas viram bilhetes; os livros não são lidos; os viúvos desistem e os dias vão passando. Os percursos desses fracassos são descritos em minúcias. O entusiasmo como ela se joga nas coisas é retratado em detalhes e é em detalhes que nos mostra como essa chama se apaga rapidamente. É possível ver D. Benedita como pessoas que conhecemos, como situações ou até como o país em que vivemos. As coisas não passam do entusiasmo inicial
O segredo do Bonzo — narrado como um relato de um desbravador, Fernão Mendes Pinto, que visita o reino de Bungo e descobre o milagroso Bonzo Pomada, capaz de convencer outras pessoas.
O anel de Polícrates — narrado como um diálogo entre transeuntes.
A história é baseada no conto romano e Plínio, onde Policarpo joga ao mar um anel que lhe dá muita sorte, para conhecer o lado triste da vida. O anel, no entanto é resgatado e devolvido para Policarpo.
No conto de Machado, a história fecha-se como um círculo, e acaba alguns dias depois de começada. A primeira pessoa a quem Xavier levou a fala estava a beira da morte, e vendo Xavier perto da cama, reconheceu o amigo, e falou-lhe com a voz trêmula: “ Cá vou, meu Caro Xavier, o cavalo xucro ou manhoso da vida deitou-me ao chão: se fui mau cavaleiro, não sei; mas forcejei por parecê-lo bom ”. Xavier chorava. A frase não se prendeu a sua mente, pousou irônica em cima do cadáver, e com um risinho de escárnio... ainda fixou-se no cérebro de alguns amigos da casa , que recolheram esse legado caridoso do defunto. Adeus.
O empréstimo — narrado como anedota. Custódio um em sucedido tabelião recebe Vaz Nunes em seu escritório. Esse, mesmo sem conhecê-lo lhe pede um empréstimo. Custódio resiste, e a ada recusa Vaz Nunes vai baixando a pedida. Por fim Custódio empresta 5 mil réis para Vaz Nunes, ficando com outros 5 mil na carteira. Vaz Nunes saí satisfeito por ter conseguido seu intento, apesar de valor aquém do desejado, e Custódio também fica feliz por ter emprestado uma quantia pequena para um desconhecido, mantendo sua avareza.
A Sereníssima República — Narrado como um texto científico, descrevendo a "política das aranhas ".
Como não poderia deixar de ser em Machado, o conto é uma crítica: crítica ao processo eleitoral, feita como um discurso de um cônego, que afirma ter achado uma espécie de aranha que fala, e ter criado uma sociedade delas, chamada "Sereníssima República". Ele escolhe o sistema de eleição baseado no da República de Veneza, onde se retirava de um saco bolas com o nome dos eleitos. Este sistema vai sendo fraudado pelas aranhas, corrigindo-se, adaptando-se e variando-se diversas vezes e de diversos modos, eternamente corrupto.
O Espelho - Conta a história de Jacobina que quando olha no espelho não consegue enxergar a si próprio.
Por conta do status de seu sobrinho, ela lhe oferece um grande espelho, proveniente da Família Real Portuguesa e melhor mobília da casa, e o coloca no quarto destinado a Jacobina. A partir de então tudo mudou em sua vida. A percepção que tinha de si mesmo passou a ser aquela que outros tinham dele, e a pessoa que Jacobina era não mais existia.
Uma visita de Alcibíades — Narrado como uma carta, em que um chefe de polícia descreve como o general grego Alcibíades apareceu em sua casa.O ateniense se sentou em uma poltrona indagando qual seria o propósito de sua invocação. A conversa entre Alcibíades e o desembargador assume um rumo político, enquanto este enumerava notícias sobre Atenas, aquele o ouvia com atenção, olhando para o espelho esporadicamente – demasiado vaidoso. Com algum tempo de prosa, o redator da carta escreve que depois do encanto que lhe foi proporcionado, uma ideia temerosa perturbou sua plenitude: se Alcibíades veio do mundo dos mortos ao seu encontro, é possível que os papéis se invertam, ou seja, o desembargador pode ter com ele à eternidade.
Verba testamentária — A história de um homem que nunca aceitava ser inferior, Nicolau . A síntese da história mostra que Nicolau, desde a infância, revela um comportamento doentio: destrói os brinquedos de outras crianças que são melhores do que os seus; na escola, espanca os colegas que se mostram mais adiantados do que ele nos estudos.
Fontes:
resumos.netsaber.com.br
guiadoestudante.abril.com.br
wikipedia.org
google.com.br
coladaweb.com.br
coladaweb.com.br
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