sábado, 18 de agosto de 2018

Hoje vamos falar do grande poeta brasileiro, Olavo Bilac.




Olavo Bilac nasceu em 16 de dezembro de 1865, no Rio de Janeiro. Faleceu na mesma cidade, no dia 28 de dezembro de 1918, aos 53 anos





Olavo Bilac (Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac) nasceu no dia 16 de dezembro de 1865, no Rio de Janeiro, então capital federal. Foi jornalista, poeta, inspetor de ensino e representante máximo do Parnasianismo, escola literária surgida no Brasil no século XIX, década de 80.

Filho de Braz Martins dos Guimarães Bilac e Delfina Belmira dos Guimarães Bilac, Olavo cursou até o quarto ano da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em São Paulo, iniciou o curso de Direito, que também não concluiu. Dedicou-se ao jornalismo e à literatura, engajando-se em campanhas cívicas e na política, sendo, inclusive, o autor da letra do Hino à Bandeira. Seu interesse pela política rendeu-lhe desafetos: em virtude da perseguição que sofria por parte do então presidente, o Marechal Floriano Peixoto — ao qual ele se opunha —, escondeu-se em Minas Gerais e, quando regressou para o Rio de Janeiro, foi preso.

Em 1891 foi nomeado oficial da Secretaria do Interior do Estado do Rio. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em 1897, tendo criado a cadeira de nº 15, cujo patrono é o escritor Gonçalves Dias. Posteriormente, em 1898, assumiu o cargo de inspetor escolar do Distrito Federal, do qual se aposentou pouco antes de falecer, em 28 de dezembro de 1918.


Olavo Bilac (em pé, o quarto da esquerda para a direita) entre os membros-fundadores da Academia Brasileira de Letras

                         Fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL)





Nome mais conhecido do Parnasianismo brasileiro, Olavo Bilac publicou seu primeiro livro em 1888, intitulado Poesias. Ao lado de nomes como Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, Bilac defendeu veementemente a estética parnasiana, cuja principal preocupação era o formalismo e o culto ao estilo, empregando uma linguagem elaborada, constituída por um vocabulário hermético e repleto de referências à cultura greco-romana.

Um de seus mais famosos poemas, visto por muitos como a obra-prima do Parnasianismo, Profissão de fé, é um exercício de metalinguagem, no qual Bilac descreve o ofício de um poeta em sua busca pela forma perfeita, demonstrando uma preocupação exacerbada com a estrutura dos versos em detrimento do conteúdo.



Olavo Bilac deu preferência às formas fixas do lirismo, sobretudo ao soneto. Em seu primeiro livro, Poesias, encontram-se poemas famosos, entre eles o soneto Via Láctea, que mostra a evolução da objetividade parnasiana para uma postura mais intimista e subjetiva:


Via Láctea
Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…

E conversamos toda a noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”



Foi o mais popular poeta parnasiano e também um dos autores mais lidos à sua época. Eleito “Príncipe dos Poetas Brasileiros” em um concurso promovido pela revista Fon-fon, Bilac ainda hoje desperta o interesse de leitores, já que representa com maestria a estética do parnasianismo.

A um poeta
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego
Não se mostre na fábrica o suplicio
Do mestre. E natural, o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

Última flor do Lácio



Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho




Fontes:
wikipedia.org
portugues.uol.com.br
google.com.br
versosdiversos.blogs.sapo.pt



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