Olá, pessoal!
Hoje vamos falar de uma das maiores obras literárias da América Latina, chamada de "Canto Geral" de Pablo Neruda.
Ricardo Eliecer Naftali Reyes y Basoalto,mais conhecido como Pablo Neruda, poeta chileno (1904-1973) vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1971.
Ao justificar o prêmio a Academia Sueca disse: “Por sua obra poética, que, com o efeito de uma força natural, vitaliza o destino e os sonhos de um continente”
Canto geral é o livro mais importante, de Neruda, e em escala de grandeza, e por sua importância se iguala à Divina Comédia de Dante Alighiere, Lusíadas de Camões e o Paraíso Perdido de Milton.
O livro é composto de 231 poemas, e versa sobre diversos assuntos. Foi escrito numa época conturbada da vida do poeta, quando ele era perseguido no Chile por seus ideais comunistas, e foi obrigado a se exiliar na Itália.
O livro foi lançado em 1950 de forma oficial no México e de forma clandestina no Chile.
Filiado ao partido comunista, Neruda sempre lutou contra as injustiças sociais, e pela igualdade e liberdade.
A Obra de 15 cantos é uma elegia ao povo da América Latina, descrevendo seu sofrimento, suas alegrias, suas belezas, suas histórias, suas culturas e seus amores.
O Canto I da obra Canto Geral é "Lâmpada Mágica", do qual destacamos um enxerto do poema "Algumas Bestas"
Era o crepúsculo do iguano.
Da arco irisada rosácea
sua língua como um dardo fundia-se na verdura,
o formigueiro monacal pisava
com melodioso pé a selva,
o guanaco fino como o oxigênio
nas largas alturas pardas
ia calçando botas de ouro,
enquanto a lhama abria cândidos
olhos na delicadeza do mundo cheia de rocio.
Os macacos trançavam um fio
interminavelmente erótico.
O canto II - "Alturas de Machu Picchu."
Do ar ao ar como uma rede vazia,
ia eu entre as ruas e a atmosfera chegando e despedindo,
no advento do outono a moeda estendida
das folhas, e entre a primavera e as espigas,
o que maior amor, como dentro duma luva
que cai, nos entrega qual uma longa lua.
O Canto III "Os Conquistadores"
Chegam pelas ilhas (1493)
Os carniceiros desolaram as ilhas
. Guanahaní foi a primeira
nesta história de martírios.
Os filhos da argila viram partido
seu sorriso, ferida
sua frágil estatura de gamos,
e nem mesmo na morte entendiam.
Canto IV "Os Libertadores"
Bolívar e Martin
Esta é a árvore dos livres.
A árvore terra, a árvore nuvem.
A árvore pão, a árvore flecha,
a árvore punho, a árvore fogo.
Afoga-a a água tempestuosa
de nossa época noturna,
mas seu mastro faz balançar
o círculo de seu poder.
E assim segue-se a obra, de grande beleza poética e artística.
Canto V - A areia traída
Brasil
Brasil, o Dutra, o pavoroso
Peru das terras quentes,
Engordado pelos amargos
Ramos do ar venenoso:
Sapo dos negros lameiros
De nossa lua americana:
Botões dourados, olhinhos
De rato cinzento arroxeado:
Canto VI - América, não invoco o teu nome em vão
Canto VII - Canto Geral do Chile
Canto VIII - Terra se chama Juan
Canto IX - Que acorde o lenhador
Canto X - O Fugitivo
Canto XI - As Flores de Punataqui
Canto XII - Rios do Canto
Canto XIII - Coral de Ano Novo para Pátria em trevas
Canto XIV - O Grande Oceano
Canto XV - Eu sou
XXIII
Testamento (I)
Deixo aos sindicatos
do cobre, do carvão e do salitre
a minha casa junto ao mar de Isla Negra.
Quero que lá repousem os maltratados filhos
da minha pátria, saqueada por machados e traidores,
desbaratada em seu sangue sagrado,
consumida em vulcânicos farrapos.
Fontes:
apagina.pt
dialogosliterarios.files.wordpress.com/2014/11/canto-geral.pdf
travessa.com.br/canto-geral
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