domingo, 5 de agosto de 2018

Olá, pessoal!

Hoje vamos falar de uma das maiores obras literárias da América Latina, chamada de "Canto Geral" de Pablo Neruda.



PABLO NERUDA




Ricardo Eliecer Naftali Reyes y Basoalto,mais conhecido como Pablo Neruda, poeta chileno (1904-1973) vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1971. 
Ao justificar o prêmio a Academia Sueca disse: Por sua obra poética, que, com o efeito de uma força natural, vitaliza o destino e os sonhos de um continente”

Canto geral é o livro mais importante, de Neruda, e em escala de grandeza, e por sua importância se iguala à Divina Comédia de Dante Alighiere, Lusíadas de Camões e o Paraíso Perdido de Milton.

O livro é composto de 231 poemas, e versa sobre diversos assuntos. Foi escrito numa época conturbada da vida do poeta, quando ele era perseguido no Chile por seus ideais comunistas, e foi obrigado a se exiliar na Itália.

O livro foi lançado em 1950 de forma oficial no México e de forma clandestina no Chile.

Filiado ao partido comunista, Neruda sempre lutou contra as injustiças sociais, e pela igualdade e liberdade.

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A Obra de 15 cantos é uma elegia ao povo da América Latina, descrevendo seu sofrimento, suas alegrias, suas belezas, suas histórias, suas culturas  e seus amores.


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O Canto I da obra Canto Geral é "Lâmpada Mágica", do qual destacamos um enxerto do poema "Algumas Bestas"

 Era o crepúsculo do iguano.
 Da arco irisada rosácea
 sua língua como um dardo fundia-se na verdura,
 o formigueiro monacal pisava 
com melodioso pé a selva, 
o guanaco fino como o oxigênio
 nas largas alturas pardas 
ia calçando botas de ouro,
 enquanto a lhama abria cândidos
 olhos na delicadeza do mundo cheia de rocio.
 Os macacos trançavam um fio 
interminavelmente erótico.

O canto II - "Alturas de Machu Picchu."


Machu Picchu Pictures, Photos, History & Facts -


Do ar ao ar como uma rede vazia,
 ia eu entre as ruas e a atmosfera chegando e despedindo,
    no advento do outono a moeda estendida
 das folhas, e entre a primavera e as espigas,
 o que maior amor, como dentro duma luva
 que cai, nos entrega qual uma longa lua.


O Canto III "Os Conquistadores"

Chegam pelas ilhas (1493)
 Os carniceiros desolaram as ilhas
. Guanahaní foi a primeira
 nesta história de martírios. 
Os filhos da argila viram partido
 seu sorriso, ferida 
sua frágil estatura de gamos,
 e nem mesmo na morte entendiam. 

Canto IV "Os Libertadores"


Bolívar e Martin



Esta é a árvore dos livres.
 A árvore terra, a árvore nuvem.
 A árvore pão, a árvore flecha,
 a árvore punho, a árvore fogo.
 Afoga-a a água tempestuosa
de nossa época noturna,
 mas seu mastro faz balançar
o círculo de seu poder.

E assim segue-se a obra, de grande beleza poética e artística.

Canto V - A areia traída


Brasil 
Brasil, o Dutra, o pavoroso 
Peru das terras quentes,
 Engordado pelos amargos
 Ramos do ar venenoso:
 Sapo dos negros lameiros
 De nossa lua americana: 
Botões dourados, olhinhos 
De rato cinzento arroxeado:


Canto VI - América, não invoco o teu nome em vão
Canto VII - Canto Geral do Chile
Canto VIII - Terra se chama Juan
Canto IX - Que acorde o lenhador
Canto X - O Fugitivo
Canto XI - As Flores de Punataqui
Canto XII - Rios do Canto
Canto XIII - Coral de Ano Novo para Pátria em trevas
Canto XIV - O Grande Oceano
Canto XV - Eu sou


XXIII 
Testamento (I) 
Deixo aos sindicatos 
do cobre, do carvão e do salitre
 a minha casa junto ao mar de Isla Negra.
 Quero que lá repousem os maltratados filhos
 da minha pátria, saqueada por machados e traidores,
desbaratada em seu sangue sagrado,
 consumida em vulcânicos farrapos. 


Fontes:
apagina.pt
dialogosliterarios.files.wordpress.com/2014/11/canto-geral.pdf
travessa.com.br/canto-geral




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