terça-feira, 26 de setembro de 2017

Olá, pessoal !



Hoje vamos falar do livro Macunaíma de Mário de Andrade.





Resultado de imagem para livro macunaima imagens




Mário de Andrade, paulistano, professor de piano e erudito, foi um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna de 1922.


Sua obra prima, Macunaíma de 1928, é fruto dos estudos do escritor sobre a cultura, os costumes e folclore brasileiro.

O livro foi escrito em quinze dias numa fazenda da família de Mário, em Araraquara, interior de São Paulo, onde o escritor foi passar férias.

O texto é repleto de palavras do Tupi, mas são compreensíveis para quem lê, dado ao contexto do livro.

Macunaíma, segundo o autor, era um herói sem nenhum caráter, que é preguiçoso, mentiroso, desleal, mesmo com os irmãos; Jiguê e Maanape.

Um dia num passeio pela mata com a cunhada Sofara, mulher de Jiguê, Macunaíma brinca com ela.

Mais tarde se apaixona pela mãe do mato, Ci,  que lhe dá um filho que nasce morto.

O ator traça um retrato do povo brasileiro, em contrapartida com os brasileiros de São Paulo, a locomotiva do Brasil.

Macunaíma nasceu no Amazonas, e de tão preguiçoso só começou a falar com seis anos, se banha num lago encantando e fica branco de olhos claros, seu irmão Jiguê vendo isso, pula na água, já suja da negrura de Macunaíma, de modo que Jiguê fica mulato.


Resultado de imagem para livro macunaima imagens




No desespero para tornar a pele branca como o irmão, ele se esfrega freneticamente jogando toda a água para fora do lago, de modo que quando Maanape, vai se banhar, a água é tão pouca que somente as plantas dos pés, e as palmas da mão ficam brancas, o resto do corpo continua negro.

O livro é uma crítica social ao Brasil e aos brasileiros, que com sua apatia, não percebem o gigantismo do país onde moram, e vivem enaltecendo outros países e outros povos.

"Inda tanto nos sobra, por este grandioso pais, de doenças e insectos por cuidar!... Tudo vai num descalabro sem comedimento, e estamos corro (dos pelo morbo e pelos miríapodes!" (Macunaíma. p. 105). 



Além desses aspectos de natureza social e étnica, destaca-se também em Macunaíma o problema da língua portuguesa no Brasil. Como vimos, o Modernismo fez uma verdadeira revolução na língua literária, dessacralizando-a da sua feição acadêmica e clássica. Os modernistas aproximam-na do povo, incorporando a ela os modismos brasileiros – É o português do jeito que o brasileiro fala. 

O movimento modernista ironizava o parnasianismo, e suas locuções e frases pomposas em total diversidade da fala do povo brasileiro.

A obra se desenvolve num espaço e tempo imprecisos e por vezes confusos; ora Macunaíma está no Amazonas, e momentos depois em São Paulo, para logo em seguida estar no Mato Grosso ou Rio de Janeiro.

A narrativa e feita em terceira pessoa, embora por vezes, Mário de Andrade dê vez às falas dos personagens.


O professor Alfredo Bosi, destaca três estilos narrativos  no livro:

O primeiro o estilo de lenda, épico lírico:

"No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamara de Macunaíma."


O segundo era um estilo de crônica e cômico:


"Já na meninice fez coisas de sarapantar De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam afalar~ exclamava:
ai! que preguiça!...
E não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força de homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém."

E por fim o terceiro estilo era de paródia:


"Mas cair-nos-iam as faces, si ocultássemos no silêncio, uma a curiosidade original deste povo. Ora sabereis que à sua riqueza de expressão intelectual é tão prodigiosa, que falam numa língua e escrevem noutra. "

Esse trecho do livro chamado de  "Carta para Icamiabas", capítulo IX - Macunaíma, foge de sua linguagem usual e tenta ser erudito, cometendo erros crassos de português, o que dá ao texto um ar cômico.

Muiraquitá - A muiraquitã é um amuleto que se associa à vida primitiva de Macunaíma, antes do contato com a civilização. Pode-se dizer que a muiraquitã se associa à idéia de pureza e inocência. Com a perda do amuleto, Macunaíma vai-se civilizando e “sifilizando": contrai as doenças da civilização, conforme constata e registra na sua carta as icamiabas.

Em busca do muiraquitã perdido, Macunaima e seus irmãos vêm para São Paulo, atrás do peruano, Venceslau Pietro Pietra, o gigante Piaimã.
Macunaíma consegue recuperar a sua pedra e volta pra a sua tribo, lá perdendo-a de novo.
Desanimado, com a perda do talismã que representava o próprio motivo de sua existência ele morre e se transforma na Constelação Ursa Maior.


Piaimã - O gigante Piaimã, por outro lado, representa bem o elemento estrangeiro, civilizado e superior, que vai dominando a pobre nação, subdesenvolvida e fraca. Somente com muita artimanha, o herói consegue enganá-lo e vencê-lo, na ficção de Mário de Andrade. Na realidade de hoje, a selva amazônica, reduto majestoso das icamiabas de Macunaíma, está à mercê do gigante Piaimã dos impérios internacionais que rondam gulosos à procura de um "pulmão". 


Em 1969 o diretor Joaquim Pedro de Andrade fez o filme Macunaíma, baseado na obra de Mário de Andrade.



Resultado de imagem para livro macunaima imagens






Macunaíma foi interpretado por Grande Otelo, e teve ainda no elenco Dina Sfat, Jardel Filho, Hugo Carvana, Joana Fomn, Milton Gonçalves e Paulo José  como atores principais.

Esse livro é um dos que mais são pedidos no Enem e em vestibulares.

Fontes:
wikipedia.org
infoescola.com
guiadoestudante.abril.com.br
falandoemliteratura.com
taniaqueirozz.blogspot.com.br
filmow.com/macunaima
youtube.com




























Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vamos falar hoje de objeto direto e objeto indireto. O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o se...