domingo, 2 de abril de 2017

Olá,pessoal!

Hoje vamos falar da grande obra do sociólogo Gilberto Freyre, "Casa Grande e Senzala"

Publicado em 1933, o livro é um retrato da formação e da cultural do "brasileiro", miscigenado, tanto na raça como na cultura, como na música, como na dança como na religiosidade.


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Freyre apresenta a importância da Casa Grande na formação sócio-cultural brasileira, assim como a importância da Senzala, em complementação da primeira.

A sociedade brasileira da época era uma sociedade patriarcal, em muitos aspectos assemelhando-se às sociedades feudais, onde o homem era o proprietário das terras, a quem estavam subordinados todos os outros personagens da sociedade.

Ele era o dono dos escravos, a própria Igreja se subordinava aos senhores dos engenhos, assim como a própria família.



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Freyre também desmistifica a tese de que o Brasil teria uma raça inferior devido a sua miscigenação entre brancos, negros e índios.
O português trouxe para o Brasil comportamentos ligados a sua cultura, e a valorização dos excessos e paixões.

O Brasil de Freyre é o Brasil do parentesco,  Brasil escravocrata e patrimonialista.Um país que se mostra através da cultura e até pela culinária mostrando grande influência na vida social.

Um ponto destacado pelo antropólogo Ricardo Benzaquen de Araujo, recentemente falecido, é o aspecto que devido esse grau de parentesco e familiaridade da cultura implantada na Casa Grande e na Senzala, influenciou na vida pública, onde as relações familiares são misturadas, entre o público e o privado. O nepotismo das oligarquias brasileiras influenciaram a política até os dias atuais.


A obra de Freyre é criticada por alguns sociólogos e antropólogos por ser muito condescendente com a escravidão e os senhores de engenho. Segundo Clóvis Moura "Gilberto Freyre caracterizou a escravidão no Brasil como senhores bons e escravos submissos" .

Segundo outro sociólogo, Martiniano J.Silva, a miscigenação no Brasil nunca existiu num processo livre entre duas raças que se uniram, mas através da força e submissão a que foram subjugadas as mulheres negras perante ao senhor da Casa Grande.
Algumas delas requintavam a sensualidade, buscando fugir à brutalidade do trabalho servil pelo reconhecimento de um senhor mais generoso.

No entanto, não podemos relegar a importância da obra de Freyre na formação do estudo da sociologia e da antropologia brasileira.

Junto com " Raízes do Brasil" (1936) de Sérgio Buarque de Hollanda, e Formação do Brasil Contemporâneo de Caio Prado Jr. de 1942, Casa Grande e Senzala, segundo Antonio Cândido; " estimularam o jovem brasileiro a refletir sore seu país."
Em resposta às críticas que recebia, Freyre afirmou :

“Não é que inexista preconceito de raça ou de cor conjugado com o preconceito de classes sociais no Brasil. Existe. Mas ninguém pensaria em ter Igrejas apenas para brancos. Nenhuma pessoa no Brasil pensaria em leis contra os casamentos inter-raciais. Ninguém pensaria em barrar pessoas de cor dos teatros ou áreas residenciais da cidade. Um espírito de fraternidade humana é mais forte entre os brasileiros que o preconceito de raça, cor, classe ou religião. É verdade que a igualdade racial não se tornou absoluta com a abolição da escravidão. (…). Houve preconceito racial entre os brasileiros dos engenhos, houve uma distância social entre o senhor e o escravo, entre os brancos e os negros (…). Mas poucos aristocratas brasileiros eram rígidos sobre a pureza racial, como era a maioria dos aristocratas anglo-americanos do Velho Sul”


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Nesse ponto discordo de Gilberto Freyre, pois, infelizmente existe sim uma discriminação racial e social no Brasil. Velada às vezes, muito embora não de forma explícita, como explicou o sociólogo, mas nas entrelinhas das conversas e das atitudes.

A sociedade brasileira, na sua maioria é hipócrita o bastante para não reconhecer o preconceito, e finge que enxerga no outro um seu semelhante, disfarça às vezes, embora não tenhamos escolas, igrejas, bairros para negros, como disse Freyre, a própria posição social inibe o acesso aos lugares frequentados pela elite branca.


Fontes:
wikipedia.org
periodicos.ufes.br
cafecomsociologia.com


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