Publicado em 1901, depois de sua morte, portanto, esse livro traça uma comparação entre a vida atribulada da cidade grande, no caso Paris, e a vida pacata do campo, no caso Alba de Tormes, Espanha.
O livro foi um desenvolvimento do conto "Civilização"de 1892, do próprio autor, e faz parte da última fase do escritor, onde ele deixa um pouco de lado o realismo, sem abandoná-lo de todo, no entanto.
A obra serve também para uma espécie de reconciliação com a sociedade portuguesa, que ele tanto criticou em "O crime do padre Amaro" e "Primo Basílio"
Casa de Alba de Tormes
O romance enaltece a vida do campo, sem pieguices de supervalorizar os atrasos e a falta de progresso. Ao contrário é muito mais uma enaltação do espírito do trabalhador português.
Através do narrador , Zé Fernandes, a história de Jacinto, seu amigo, é contada.
Jacinto nasceu e morava em Paris, arquétipo da cidade moderna e berço da civilização ocidental.
Zé Fernandes estudou com Jacinto na Universidade de Paris, mas teve de regressar para Portugal, e ficou sete anos sem ver o amigo.
Um dia resolveu visitá-lo, e partiu para casa de Jacinto na Av. Campos Elísios nº 202.
Lá encontrou o amigo, triste e insatisfeito com a tecnologia à disposição, dos amigos, e dos livros; embora vivendo uma vida de fartura.
Por razão de um desmoronamento em sua propriedade em Alba de Tormes, Espanha, Jacinto parte para lá. Depois dos reparos, resolve ficar no lugar, e se encanta com a vida bucólica do lugarejo.
Apaixonado por Joaninha, prima de Zé Fernandes, instala-se definitivamente no local.
Zé Fernandes, retorna mais uma vez para Paris, e lá descobre o motivo da tristeza e desesperança do amigo Jacinto.
A pressa, a falsidade, a degeneração do espírito de cidade e das pessoas.
A obra é de certo maneira, uma crítica ao modo de vida atribulado, e do cada um por si, das cidades grandes.
Faz um paralelo entre a elite e a população mais humilde que vive no campo.
O período retratado é o final do século XIX. O foco narrativo é em primeira pessoa, onde o personagem Zé Fernandes, narra a ação.
Sobre o autor:
Eça de Queirós nasce em 25 de novembro de 1845 e morreu em 16 de Agosto de 1900.
Escritor português, é um dos maiores representantes da literatura portuguesa do século XIX e mesmo atualmente. Sua obra como "O crime do padre Amaro", "Primo Basílio" e "As cidades e as serras" são marcos da literatura portuguesa.
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