terça-feira, 11 de novembro de 2025

 Terremoto de Lisboa de 1755.




Era uma linda manhã de 1º de novembro de 1755, em Lisboa


Lisboa era uma metrópole capital do reino de Portugal, que abrangia colônias, na África, Ásia e América Latina.


Lisboa antes do terremoto



Aquele dia em 1755 era o Dia de Todos os Santos, e às 9h30 da manhã muitos dos moradores mais devotos da cidade estavam nas igrejas.


De repente começou a ser ouvido o que várias testemunhas oculares, incluindo o reverendo Davy, acreditavam ser o barulho de muitas carruagens.


Relatos da época afirmam que os abalos foram sentidos, consoante o local, durante duas horas e meia, causando fissuras enormes de que ainda hoje há vestígios em Lisboa. O padre Manuel Portal é a mais rica e completa fonte sobre os efeitos do sismo, tendo descrito, detalhadamente e na primeira pessoa, o decurso do sismo e a vida lisboeta nos meses que se seguiram. A intensidade do sismo em Lisboa e no cabo de São Vicente estima-se entre X-XI na escala de Mercalli (Giuseppe Mercalli - escala vai de I a XII). Com os vários desmoronamentos os sobreviventes procuraram refúgio na zona portuária e assistiram ao recuo das águas, revelando o fundo do mar cheio de destroços de navios e cargas perdidas. Poucas dezenas de minutos depois, um tsunami, que atualmente se supõe ter atingido pelo menos seis metros de altura, havendo relatos de ondas com mais de 10 metros, fez submergir o porto e o centro da cidade, tendo as águas penetrado cerca de 250 m.




"Logo vi que tinha me equivocado, pois descobri que era devido a algum tipo de ruído estranho e assustador embaixo da terra, como o estrondo distante e oco de um trovão."


O abalo era um mega terremoto sentido em grande parte da Europa Ocidental e na costa noroeste da África.


"Ainda é um dos maiores terremotos já registrados. Houve três tremores no total e o segundo foi sem dúvida o maior. Posteriormente, foi avaliado entre 8,5 e 9 na escala Richter", disse Paice.


Os sobreviventes do primeiro tremor procuraram segurança numa enorme praça aberta junto ao rio Tejo, incluindo o Sr. Braddick, um comerciante inglês.


"Ali encontrei uma prodigiosa reunião de pessoas de ambos os sexos e de todas as classes e condições, entre as quais observei alguns dos principais cônegos da igreja patriarcal em suas vestes roxas e avermelhadas, vários padres que haviam fugido do altar em suas sagradas vestimentas em meio à missa festiva, senhoras seminuas e outras sem sapatos... todas de joelhos com os terrores da morte no semblante, gritando sem cessar 'misericórdia, meu Deus!'."


"No meio da devoção, veio o segundo grande abalo e completou a ruína daqueles prédios que já haviam sido gravemente destruídos."


Mais horror estava por vir: o terremoto desencadeou um tsunami no Atlântico que então subiu o rio.



"Ele veio espumando, rugindo e correu em direção à margem com tanta energia que imediatamente corremos para salvar nossas vidas, o mais rápido que podíamos", escreveu o reverendo Davy.


"Você pode pensar que este evento sombrio termina aqui, mas que nada, os horrores de 1º de novembro são suficientes para preencher um volume."


"Assim que escureceu, toda a cidade parecia brilhar, com uma luz tão forte que dava para ler. Pode-se dizer, sem exagero, que houve incêndios em pelo menos cem lugares ao mesmo tempo e continuou como isso por seis dias, sem interrupção."


Para a celebração religiosa, todas as velas das igrejas e catedrais haviam sido acesas, que quando caíam multiplicavam suas chamas.





"Não há palavras para expressar o horror", escreveu outra testemunha. "Tal situação não é fácil de imaginar para quem não a sentiu, nem de descrever para quem a sentiu."


"Deus permita que você nunca tenha uma ideia precisa disso, porque isso só pode ser obtido através da experiência."



Após o abalo sísmico e o tsunami, os lisboetas tiveram ainda que lidar com incêndios, pilhagens e enterrar os mortos -- cuja estimativa varia bastante, entre 10.000 e 70.000 -- antes de pensar na reconstrução. Muitos prédios do centro estavam inteiramente destruídos, tais como o Convento do Carmo, a Torre de São Roque e a recém-construída Casa da Ópera, sem falar na Real Biblioteca, que guardava cerca de 70.000 volumes e centenas de obras de arte. Felizmente, o acervo foi recomposto por meio de compras, doações e incorporação de bibliotecas religiosas, ao passo que a cidade era aos poucos reconstruída. As igrejas foram a prioridade, e a parte nobre da cidade teve o traçado medieval substituído por ruas mais largas e retas. É a chamada “baixa pombalina”, em alusão a seu idealizador: Sebastião José de Carvalho e Melo (1699 – 1782), então Secretário de Estado do Reino, que mais tarde se tornaria marquês de Pombal.







Fontes:

wikipedia.org
google.com
bbc.com
antigo.bn.gov.br


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