A conquista de Ceuta
A Conquista de Ceuta ocorreu em 1415 e simboliza o começo da expansão ultramarina portuguesa.
O objetivo da Coroa, impulsionada pela burguesia, era se apoderar da cidade que recebia as caravanas de mouros que transportavam ouro, marfim, especiarias e escravos.
Quando o rei Dom João I (1351-1433) assumiu o trono português, em 1385, o reino enfrentava dificuldades financeiras. Portugal encarava a falta de produtos agrícolas, mão de obra e sua moeda se encontrava desvalorizada.
A insuficiência de metais preciosos influenciou na edição de uma lei, em 1402, que proibia a exportação do ouro, pois sem o metal, não era possível cunhar moedas.
Por isso, o rei começou a buscar alternativas para a crise econômica. Uma das ideias foi a de expandir o reino para o Mediterrâneo e não para a Europa.
Assim, influenciado pelos filhos, começa construir uma enorme armada a fim de conquistar a praça de Ceuta.
Ceuta é uma cidade costeira do norte de África localizada estrategicamente no estreito de Gibraltar. Em 711, logo após a conquista árabe do Norte da África, a cidade foi usada como ponto de partida para Invasão muçulmana da Peninsula Ibérica. Porém, a cidade foi destruída em 740 e só reconstruída no século IX, passando para o Califado de Córdova no século X. Nos séculos seguintes, foi governado pelos Almorávidas. Ceuta viveu então um período de instabilidade política, sob interesses concorrentes do Império Merínida e do Reino de Granada. Uma frota nacérida enviada por Abuçaíde Faraje, governador de Málaga, conquistou Ceuta aos Azáfidas, que a governavam, em Maio de 1306. Mais tarde, em 1309, a cidade foi tomada pelos merínidas com o apoio de uma frota aragonesa.
A conquista de Ceuta foi o primeiro passo para os descobrimentos que os portugueses realizaram nos séculos XV e XVI.
A possibilidade de chegar á Índia tornou-se real na segunda metade do século XV depois dos navegadores portugueses desceram a costa atlântica do continente africano e Bartolomeu Dias transpor o Cabo da Boa Esperança.
Vasco da Gama, nascido em Sines e filho de Estevão da Gama, seria o homem escolhido para comandar a frota que navegou à descoberta do caminho marítimo para as Índia.
A viagem abriu uma nova rota comercial entre a Europa e a Ásia.
Assim que as galés portuguesas deram entrada no porto, o governador merínida de Ceuta Salá ibne Salá evacuou muitas das mulheres e crianças para as terras vizinhas e convocou em seu auxílio os habitantes, tribais, da região, muitos acorrendo voluntariamente liderados por líderes religiosos. Tantos pegaram em armas em defesa de Ceuta que os portugueses mais tarde afirmaram ter a cidade sido reforçada por nada menos que 100.000 pessoas. Ceuta não recebeu, porém, qualquer ajuda do próprio Sultão de Fez, seja porque este encontrava-se demasiado envolvido em querelas internas para poder organizar ajuda ou porque Salá ibne Salá agira de forma independente em anos recentes.
Deram-se então os primeiros confrontos entre os portugueses e os defensores de Ceuta, com as galés portuguesas a serem alvejadas a partir das muralhas, sendo a embarcação do almirante Carlos Pessanha a mais danificada, por ser a que se encontrava mais próxima da costa. Apesar da separação da frota, Pessanha desembarcou um destacamento de homens para combater os marroquinos em terra.
Tendo reunido a armada diante de Ceuta a 16, o rei decidiu atacar a cidade no dia seguinte, mas os fortes ventos dispersaram novamente a frota portuguesa, obrigando o rei a refugiar-se na baía de Algeciras com os navios a remos, ao passo que as naus foram empurradas mais para leste.
Fontes:
wikipedia.org
todamateria.com.br
ensina.rtp.pt
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