segunda-feira, 10 de novembro de 2025

 Jesuítas no Brasil


Os jesuítas eram padres que pertenciam à Companhia de Jesus, uma ordem religiosa vinculada à Igreja Católica que tinha como objetivo a pregação do evangelho pelo mundo. Essa ordem religiosa foi criada em 1534 pelo padre Inácio de Loyola e foi oficialmente reconhecida pela Igreja a partir do papa Paulo III em 1540.




Os primeiros jesuítas que vieram ao Brasil chegaram com o primeiro governador-geral da colônia, Tomé de Sousa, em 1549. Eles eram liderados por Manuel da Nóbrega e tinham como principal missão a cristianização dos nativos e zelar pela Igreja instalada no Brasil colonial. Os jesuítas construíram locais chamados missões, onde combinavam a catequese dos nativos com a sua utilização como mão de obra para a produção de tudo o que a missão precisasse.



Padre Manuel da Nóbrega


Padre José de Anchieta



Para que exercessem seu trabalho na colônia, inicialmente, foi necessário criar uma comunicação com os nativos, uma vez que esses falavam tupi e os jesuítas falavam português. Assim, o padre José de Anchieta desenvolveu um manual que auxiliava na comunicação dos jesuítas com os nativos. Nesse período da história brasileira, o idioma mais comum existente aqui era a Língua Geral, que mesclava elementos do português com idiomas nativos.




No Brasil, os jesuítas se reuniam nas missões jesuíticas, basicamente aldeias em que os religiosos procuravam criar verdadeiras comunidades cristãs sem repetir os vícios existentes na sociedade europeia. O intuito deles, além de transmitir o catolicismo, era transmitir os “valores civilizacionais” da sociedade europeia.

Nessas missões, os padres conseguiam produzir quase tudo do que necessitavam para garantir o seu sustento mas também exploravam a mão de obra dos indígenas que ali residiam. Entre as instalações presentes nesses aldeamentos, havia escolas, oficinas de artesanato, cabanas que serviam de residência para os indígenas, capelas, e as residências dos padres.





As missões jesuíticas acabaram sendo um local onde os indígenas poderiam ser abrigados da violência dos colonos. Isso porque, em muitas partes do Brasil, os colonos procuravam, de todos os meios, escravizar os indígenas e, ainda, eram comuns os sequestros de indígenas pelos bandeirantes, por exemplo.




Os jesuítas procuravam defender os indígenas nesse sentido, garantindo que eles não fossem escravizados pelos colonos. As disputas dos jesuítas com bandeirantes e colonos, em geral por essa questão, foram frequentes. Esses conflitos faziam com que algumas missões fossem atacadas pelos bandeirantes.

A pressão dos jesuítas sobre a Coroa portuguesa pela questão da escravização dos indígenas fez com que a Coroa determinasse, por meio de uma Carta Régia de 1570, que a escravização de indígenas somente seria permitida se fosse em caso de “guerra justa”, isto é, se o grupo de indígenas escravizados tivesse hostilizado os portugueses primeiro.

No campo educacional, o trabalho dos jesuítas foi extenso, e eles foram praticamente os únicos educadores do Brasil durante todo o período colonial. O trato dos padres com os nativos precisou ser adaptado para garantir que estes permanecessem nas missões daqueles. Os jesuítas que agiam com rigor e com castigos físicos viam suas escolas se esvaziarem. Com isso, os métodos de ensino passaram a usar práticas como danças e cantorias, por exemplo.

Os jesuítas possuíam técnicas para abordar os povos indígenas e faziam sua comunicação com eles por meio da língua geral, um idioma que misturava elementos do português e de línguas nativas, como o tupi. Por certo tempo, essa foi a língua mais falada no Brasil.

As missões jesuíticas se espalharam por diversas partes do Brasil, tais como Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Bahia, entre outros locais. Uma das missões mais famosas foi a fundada por Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, em 1554. Trata-se do Colégio de Piratininga, fundado em 25 de janeiro de 1554, local que daria origem à cidade de São Paulo.






Ao longo dos séculos, os jesuítas enriqueceram bastante, pois, além de controlar os indígenas e explorar sua mão de obra, tinham acesso a recursos importantes, como as drogas do sertão exploradas pelos religiosos no Grão-Pará. A partir do século XVIII, a relação da Companhia de Jesus com a Coroa portuguesa foi piorando progressivamente.

A expulsão da ordem de Portugal e de todas as colônias portuguesas se deu durante a gestão de Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, enquanto secretário de Estado de Portugal.

O marquês de Pombal ordenou a expulsão dos jesuítas em 1759, e isso foi uma tentativa da Coroa de centralizar a administração colonial e neutralizar a ação de ordens religiosas que atuavam na colônia de maneira autônoma e sem o controle da metrópole. Ao longo desse século, os jesuítas ainda foram expulsos de outras nações europeias.



A Guerra Guaranítica foi um dos acontecimentos mais significativos que envolveram os jesuítas em território brasileiro. Esse conflito foi uma consequência direta do Tratado de Madri, assinado em 1750, por Portugal e Espanha, e responsável por reorganizar as fronteiras entre as duas nações no continente americano.

Como parte desse tratado, os espanhóis entregaram a região de Sete Povos das Missões para Portugal, obrigando as missões jesuíticas espanholas a abandonarem a região. Tanto os jesuítas instalados naquela região quanto os indígenas guaranis que residiam nas missões jesuíticas não ficaram agradados com a mudança e armaram-se para resistir aos portugueses.

A guerra estendeu-se de 1753 a 1756 e se encerrou com a derrota e a subjugação dos guaranis às tropas espanholas e portuguesas. Com a derrota, as missões jesuíticas da região foram destruídas.



Fontes:

wikipedia.org
google.com
brasilescdola.uol.com.br
mundoeducacao.uol.com.br




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