Hoje vamos falar do navegador português Bartolomeu Dias, que dobrou o Cabo das Tormentas, no extremo sul do continente africano, que depois foi rebatizado como Cabo da Boa Esperança.
Calcula-se que ele deve ter nascido em 1450, mas não se tem certeza quanto a isso. O certo é que ele morreu em 1500, depois de voltar do Brasil onde participou da expedição de Cabral no achamento¹ do Brasil.
Bartolomeu Dias
Bartolomeu Dias foi um navegador português do século XV e o primeiro europeu a cruzar o cabo da Boa Esperança, no sul da África.
Por apresentar grande importância para a história de Portugal, ele é citado nas obras de dois poetas portugueses: Luiz de Camões e Fernando Pessoa.
"Jaz aqui, na pequena praia extrema
O Capitão do Fim. Dobrado o Assombro,
O mar é o mesmo: já ninguém o tema!
Atlas, mostra alto o mundo no seu ombro."
Fernando Pessoa
Já no Canto V estrofe 44 dos Lusíadas de Luís de Camões ele também é lembrado.
«Aqui espero tomar, se não me engano
de quem me descobriu suma vingança,
e não se acabará só nisto o dano
de vossa pertinace confiança:
antes em vossas naus vereis cada ano
se é verdade o que meu juízo alcança,
naufrágios, perdições de toda sorte,
que o menor mal de todos seja a morte.»
Cabo da Boa Esperança
Bartolomeu Dias e Vasco da Gama partem em busca do caminho marítimo às Índias.
Bartolomeu Dias
Ambas expedições foram açoitadas por fortes tempestades e quase foram aniquiladas pelo monstro mitológico Adamastor. Mas a tenacidade lusitana fez com que as naus conseguissem contornar o extremo sul do continente africano, se tornando pioneiros com a proeza. O Cabo das Tormentas, por abrir uma nova rota para o comércio lusitano, foi rebatizado com seu nome mais auspicioso e positivo pelo rei de Portugal D. João II.
O primeiro a dobrar o Cabo da Tormentas foi Bartolomeu Dias. Ele descobriu o fim do continente africano, depois de tempestades, fome, calmarias, ele finalmente chega às Índias.
Viagem de Bartolomeu Dias
Em 1486, o rei Dom João II nomeou Bartolomeu Dias Capitão Mor de uma esquadra marítima. Havia duas caravelas e uma naveta de apoio, que levava os mantimentos.
Sendo assim, partiu de Lisboa em agosto de 1487, no comando de três navios.
O intuito era estabelecer relações de paz com Prestes João, um rei cristão africano. Além disso, tinha como objetivo descobrir as rotas marítimas para as Índias, facilitando a ligação entre o Oceano Atlântico e Índico.
Nessa empreitada, em 1488, ele descobriu e passou pelo Cabo da Boa Esperança (ou Cabo das Tormentas) contornando o continente africano, até chegar no Oceano Índico. Algo que ainda nenhum europeu tinha feito.
Por este feito extraordinário, não recebeu de D. João II quaisquer honras ou recompensas…Durante os cerca de quatro anos seguintes não volta ao mar, ficando como recebedor no Armazém da Guiné, em Lisboa.
Por sua vez, o rei, até à assinatura do Tratado de Tordesilhas em 1494, para com as missões navais, embora comece a delinear a expedição à Índia, que não chega a terminar, pois falece em 1495.
Com a subida ao trono de D. Manuel I, este envia-o para os estaleiros da Ribeira das Naus, a fim de orientar os trabalhos de construção dos barcos que iriam fazer a viagem até à Índia, dada a sua experiência na descoberta marítima do Cabo. Mas não foi a ele que o rei deu o comando da expedição…Quando a altura chegou, o capitão escolhido foi Vasco da Gama e a Bartolomeu foi ordenado que acompanhasse a expedição, sim, mas só até S. Jorge da Mina.
A amargura e a frustração que sentiu devem ter sido enormes… mas não seria a última vez!
Em 1500, nova expedição é enviada até à Índia, e novamente é preterido em favor de Pedro Álvares Cabral! Bartolomeu segue nesta viagem comandando um dos navios, mas o seu destino é Sofala, na costa oriental africana. A Índia continuava a ser uma miragem…Tem, no entanto, a consolação de participar no descobrimento das Terras de Vera Cruz, onde permaneceram cerca de nove dias, continuando depois a sua derrota, no início de Maio desse ano.
Cerca do dia 23 do mesmo mês avistaram o Cabo da Boa Esperança, quando um forte temporal causou o naufrágio de quatro naus, entre elas, a de Bartolomeu Dias, que por mais uma ironia do Destino, veio a falecer precisamente junto da sua descoberta mais famosa - o Cabo das Tormentas.
Fontes:
epoca.globo.com
todamateria.com.br
obaudahistoria.blogspot.com
cm-sesimbra.pt
dominiopublico.gov.br/
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