terça-feira, 31 de março de 2020

O primeiro texto conhecido da língua portuguesa data do século XIII, chama-se "Cantiga da Ribeirinha", escrito por Paio Soares de Taveirós  para Maria Pais de   Ribeira, senhora da corte que tinha um relacionamento amoroso com o soberano D.Sancho I. Era um exemplo clássico de Cantiga de Amigo modelo típico do Trovadorismo. 


Representação de uma cantiga e seus elementos.

D. Maria Pais de Ribeira, A Ribeirinha (como também é conhecida) ( 1170 - Grijó 1258), foi uma nobre portuguesa. Destacou-se por ser concubina de Sancho I de Portugal.


Na Cantiga de Amigo o poeta põe as palavras na boca de sua amada, como se fosse ela a dize-las.


Cantiga da Ribeirinha
(texto em galego-português)

No mundo non me sei parelha,
mentre me fôr como me vai,
ca já moiro por vós – e ai!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos eu vi en saia!
Mau dia me levantei,
que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, dês aquel dia, ai!
me foi a mi mui mal,
e vós, filha de don Paai
Moniz, e ben vos semelha
d’haver eu por vós guarvaia,
pois eu, mia senhor, d’alfaia
nunca de vós houve nen hei
valia d’ua correa.


"Ay eu coitada
Como vivo em gran cuidado
Por meu amigo que ei alongado!
Muito me tarda
O meu amigo na Guarda!

Ay eu coitada
Como vivo em gram desejo
Por meu amigo que tarda e não vejo!
Muito me tarda
O meu amigo na Guarda."

O testamento de D.Afonso de 1214, também é considerado um dos primeiros textos em língua portuguesa.


O Testamento do D. Afonso II (trecho, datado de 1214)

En’o nome de Deus, Eu rei don Afonso pela gracia de Deus rei de Portugal, seendo sano e saluo, temẽte o dia de mia morte, a saude de mia alma e proe de mia molier raina dona Orraca e de me(us) filios e de me(us) usassalos e de todo meu reino fiz mia mãda p(er) q(ue) depos mia morte mia molier e me(us) filios e meu reino e me(us) vassalos e todas aq(ue)las cousas q(ue) Deu(us) mi deu en poder sten en paz e en folgãcia. Primeiram(en)te mãdo q(ue) mu filio infante don Sancho q(ue) ei da raina dona Orraca agia meu reino enteg(ra)m(en)te e en paz. E ssi este for morto sen semmel, o maior filio q(ue) ouuer da raina dona Orraca agia o reino entegram(en)te e en paz. E ssi filio barõ nõ ouremos, a maior filia que ouuermos agia’o…


Em língua portuguesa a primeira gramática conhecida é da autoria de Fernão de Oliveira, foi publicada em Lisboa, em 1536, com o título “Grammatica da lingoagem portuguesa”. Fernão de Oliveira estabeleceu um sistema ortográfico para a língua portuguesa e definiu a “arte que ensina a bem ler e falar”. Ele deu destaque aos aspectos sonoros da língua e criou regras de sintaxe e dedicou seu livro a D. Fernando de Almada.


João de Barros (1496-1570), contemporâneo de Fernão de Oliveira, publicou sua “Grammatica da Língua Portuguesa" juntamente com o Diálogo em Louvor de nossa Linguagem, obras que veem valorizar e afirmar a língua portuguesa.


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João de Barro (1496-1570)

João de Barros nasceu provavelmente em Viseu (Portugal) e foi um importante historiador e cronista da expansão portuguesa.

Filho de um nobre, Lopo de Barros, teve a sua entrada facilitada na corte de D. Manuel I. Tornou-se, ainda jovem, servidor do Paço Real e "moço do guarda-roupa" do então príncipe D. João III. Reconhecendo a capacidade do jovem, D. João III, logo que subiu ao trono, em 1521, concedeu a Barros o cargo de capitão da fortaleza de São Jorge da Mina, em África. No ano a seguir à sua nomeação, João de Barros partiu para assumir o seu posto, em África. Em 1525, já em Lisboa, foi nomeado tesoureiro da Casa das Índias, função que cumpriu durante três anos.


Além de se dedicar à administração pública, João de Barros também interessou-se pelas letras. Muito influenciado pela filosofia humanista, Barros escreveu várias obras em que destacou a importância da língua como fator de fixação da soberania imperial. 


Publicou, em 1540, a segunda gramática da língua portuguesa, sendo precedido, apenas, por Fernão de Oliveira. Intitulada "Grammatica da Língua Portuguesa", a gramática de Barros foi a segunda obra publicada, em Portugal, com o objetivo de normatizar a língua, tal como era falada naquele tempo. Além do caráter normativo de uma gramática, também tinha um carácter pedagógico, com o objetivo de ensinar e educar. 

Além destas obras, que colaboraram para o ensino e a normalização da língua portuguesa, João de Barros também escreveu obras que exaltavam os feitos dos portugueses no mundo. A primeira, A Crônica do Imperador Clarimundo, publicada em 1522, exalta a história de Portugal, que é tratado como "a clareza do mundo", uma terra que representa "a mãe de todo o esforço". Sempre exaltando os feitos de Portugal, Barros justificava a expansão ultramarina com argumentos espirituais, apresentando-a como uma cruzada religiosa contra os mouros. 

Consta que, em janeiro de 1568, sofreu um acidente vascular cerebral e foi exonerado das suas funções na Casa da Índia, recebendo título de fidalguia e uma tença régia do rei Dom Sebastião. Faleceu, dois anos mais tarde, na sua quinta de Alitém. Tendo-se endividado por causa da expedição fracassada de 1539 quando vinha assumir duas capitanias hereditárias no Brasil, nunca conseguiria recuperar-se financeiramente, morrendo na mais completa miséria, sendo tantas as suas dívidas que os filhos renunciaram ao seu testamento.



Capitanias hereditárias, o que eram, mapas e curiosidades do período



Fernão de Oliveira nasceu em Aveiro, em 1507. Foi um homem de múltiplos interesses, tendo desenvolvido atividades como gramático, historiador, cartógrafo, piloto e teórico de guerra e de construção naval. Iniciou os estudos, aos nove anos, no Convento de S. Domingos daquela cidade, tendo sido transferido, em 1520, para o convento da mesma ordem, em Évora. Aos 25 anos, fugiu para Castela, onde se dedicou ao estudo da língua espanhola e se tornou clérigo secular. Em 1536, regressou a Lisboa, dedicando-se ao ensino e publicando a primeira gramática da língua portuguesa, intitulada "Grammatica da Lingoagem Portuguesa".


Fernão de Oliveira



A partir desta publicação, passou a integrar o grupo dos gramáticos do Renascimento que se dedicaram à descrição das suas línguas maternas. Por volta de 1541, partiu para Itália, onde se dedicou à diplomacia secreta, provavelmente relacionada à complexa questão a respeito dos cristãos-novos que o rei D. João III manteve com a Santa Sé. Em 1543, regressou a Portugal, onde foi ameaçado de ser denunciado ao Tribunal da Santa Inquisição, por heresia. Temendo a perseguição do Santo Ofício, Fernão de Oliveira deixou o sacerdócio e fugiu para a França, onde se alistou como soldado e serviu na guerra contra a Inglaterra.

alvor-silves: Fernão de Oliveira


Um dos aspetos que caracterizaram Fernão de Oliveira foi o espírito crítico e humanista. O seu fascínio pelo mar, pela arte de navegar e pela expansão marítima levou-o a desenvolver também um fascínio pelas línguas, especialmente a portuguesa. Publicou, em 1536, a primeira gramática da língua portuguesa, que tinha como objetivo primordial a perpetuação da memória daquela língua. Foi publicada num período em que Portugal procurava afirmar sua a autonomia nacional em relação às outras nações.

Por seu espírito rebelde,  e aventureiro e pelo apoio dado ao rei da Inglaterra Henrique VIII, àquele que para conseguir o divórcio da esposa Catarina e casar com Ana Bolena, rompeu com a Igreja Católica e fundou a Igreja Anglicana,  teve diversos problemas com a Santa Inquisição sendo presos algumas vezes.

Henrique VIII



Fontes:
letras119.tumblr.com
cvc.instituto-camoes.pt
faseshistoricasdalp.wordpress.com
super.abril.com.br
coladaweb.com
wikipedia.org
google.com
sohistoria.com.br






segunda-feira, 30 de março de 2020




A eleição presidencial de 1910 foi, provavelmente, uma das mais injustas e maldosas já registradas na história das eleições no País, envolvendo Rui Barbosa de um lado e o marechal Hermes da Fonseca de outro. O ano de 1910, portanto, marcou a eleição da toga contra a farda.


Hermes, Costa e Silva, Bolsonaro: o anedotário da limitação ...
Hermes da Fonseca

Rui Barbosa | Academia Brasileira de Letras
                                        Rui Barbosa


A população se encarregou de pintar a maldade no pleito, ao qualificar a eleição da inteligência contra a burrice, porque um dos candidatos, Rui Barbosa, era reconhecidamente o mais culto dos brasileiros.

A disputa era entre um homem reconhecidamente culto, um professor, diplomata e um militar cuja capacidade intelectual era bastante discutida.

Rui concorreu à eleição vestindo a auréola conquistada na Holanda, quando participou de uma Conferência de fama internacional e onde foi premiado ao ser conhecido pelo resto da vida como "Águia de Haia".


Ruy Barbosa desafiou elite e fez 1ª campanha eleitoral moderna ...


A participação de Rui Barbosa no encontro da Holanda foi tão brilhante que, além de ser agraciado com o apelido de "Águia de Haia", ainda conquistou a simpatia da imprensa estrangeira, cabendo aos jornalistas ingleses conceder ao brasileiro a chancela de "Dr. Verbosa".

Rui impressionou o mundo intelectual ao discusar no conclave em vários idiomas. Some-se a tudo isso a invejável cultura jurídica que carregou até a morte, ocorrida em 1923.

Do lado oposto estava o adversário marechal Hermes da Fonseca que, quietinho, quietinho, acabou derrotando Rui Barbosa, para exercer um mandato cheio de altos e baixos.

Além da fama que adquiriu de ser um militar de inteligência curta, o marechal Hermes foi considerado o presidente mais sem sorte que o Brasil conheceu, até então. Portanto, na briga farda x toga, venceu a farda.


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Ruy tratava de desconstruir a imagem de Hermes. Num dos encontros, chamou-o de bronco:



"— O meu competidor tem sido até agora homem exclusivamente de sua classe, militar dado só e só aos misteres da sua profissão. Ninguém sabia que tivesse ideias políticas. Ou, não as tendo revelado nunca, ninguém podia saber quais fossem."


Na época em que governou -de 1910 a 1914- o jogo do bicho era legalizado no País; mas, um fato inusitado ocorreu: o chefe de polícia do governo do marechal proibiu os jornais de publicarem a sugestão para o apostador jogar no burro.


Entendia o chefe de polícia que a simples menção da palavra "burro" publicada nos jornais poderia ser entendida como uma insinuação de que se estava fazendo uma referência injuriosa ao presidente da República.





Podia-se sugerir, portanto, que se apostasse em qualquer um dos outros 24 espécies de bichos, menos no burro.

Um fato digno de registro ocorreu no governo do marechal Hermes, que serve para atestar que se tratava realmente de um presidente de pouca sorte: o Brasil conseguiu um valioso empréstimo em libras esterlinas em banco da Inglaterra.

O dinheiro, contudo, foi depositado -para render juros- em uma agência de Moscou. Quando os comunistas, porém, tomaram o Poder na Rússia, os bancos privados foram estatizados e os ativos financeiros, inclusive depósitos, foram confiscados.O Brasil perdeu tudo e ainda ficou devendo aos ingleses.

É oportuno atestar que o marechal Hermes da Fonseca foi favorecido na eleição contra Rui Barbosa pela morte do presidente que o antecedeu, o mineiro Afonso Pena, ocorrida em 1909, 1 ano e meio antes de concluir o mandato.

Afonso Pena era o principal suporte da candidatura de Rui. Com sua morte, Rui ficou desamparado na campanha, perdendo, então, a eleição para o marechal. (O restante do mandato de Afonso Pena -17 meses- foi exercido pelo vice Nilo Peçanha).

Rui Barbosa gostava de servir os amigos e socorrer os políticos, principalmente os que se envolviam em conspirações. Foi ele, por exemplo, que impetrou habeas-corpus no STF em favor de um grupo de políticos e figuras de destaques que pediam a renúncia do segundo presidente do Brasil, o marechal Floriano Peixoto, também conhecido por Marechal de Ferro.

Floriano era duro e governou um País -de 1891 a 1894- em estado de sítio. Em resposta à decisão de Rui de impetrar os habeas corpus em favor dos conspiradores, Floriano respondeu com ironia: "eu quero ver quem vai julgar os habeas corpus em favor dos ministros do STF".

Rui foi o primeiro Ministro da Fazenda do Brasil Republicano, servindo ao marechal -presidente Deodoro da Fonseca.

Devido à sua fama, Rui participou ainda de outros ministérios de outros presidentes, mas o seu sonho era ser presidente da República.

Derrotado na eleição contra o marechal Hermes da Fonseca, em 1910, Rui foi candidato pela segunda vez à presidência em 1919, concorrendo com o paraibano Epitácio Pessoa, sendo novamente derrotado.. Esta segunda derrota abalou psicologicamente o grande jurista. Segundo historiadores, Rui caiu em depressão, fato que teria precipitado sua morte.

Depois de morto, o grande Rui recebeu o título-póstumo de Chefe de Estado, em reconhecimento aos serviços prestados à Nação. A mesma honraria, no entanto, ele recusou ainda vivo, não aceitando aquele que seria um prêmio de consolação, que acabou vindo depois de morto.



Fontes:
12.senado.leg.br
dcomercio.com.br
wikipedia.org
google.com

domingo, 29 de março de 2020

Muito conhecido por suas famosas marchas de carnaval, Carlos Alberto Ferreira Braga nasceu no dia 29 de março de 1907, no Rio de Janeiro.


João de Barro, Braguinha


Chamado de Braguinha ou João de Barro, ele também foi dublador, roteirista e trabalhou na direção artística da Columbia e da Continental.

João de Barro – Wikipédia, a enciclopédia livre

Braguinha optou pelo apelido de João de Barro, pois sua família não queria ter o nome associado à música popular, já que havia muito preconceito na época. A paixão pela música falou mais alto e João de Barro resolveu abandonar seus estudos de arquitetura para fazer parte da chamada "Era de Ouro" do carnaval brasileiro (1930/1942). 

Carinhoso - Orlando Silva


Em 1937 compôs "Carinhoso" (junto com Pixinguinha), um de seus maiores sucessos internacionais. Nesta época, também compôs outras músicas marcantes como "Pastorinhas" (com Noel Rosa), "Touradas em Madri" Era 13 de julho de 1950, uma quinta-feira. Na Copa do Mundo de Futebol de 1950, a vitória do Brasil sobre a Espanha por 6 a 1 passou a ser lembrada por um fato até então inédito: a torcida brasileira, em peso, cantou a marcha carnavalesca 'Touradas em Madri', de João de Barro, o Braguinha,   e "Yes, nós temos bananas" (com Alberto Ribeiro). 

Touradas em Madrid




Com uma intensa produção ao longo da carreira, sua musicografia completa passa dos 420 títulos. Em 1934, trabalhou como roteirista e assistente de direção em filmes da Cinédia. Escreveu argumentos e composições para a trilha sonora de filmes como "Alô, Alô, Brasil" e "Estudantes", filmes que contaram com a estrela de Carmem Miranda. Em 1938, foi um dos responsáveis pela dublagem brasileira de Branca de Neve e os sete anões, de Walt Disney, o primeiro desenho animado em longa metragem da história do cinema.

Copacabana - Dick Farney

Um de seus maiores sucessos internacionais seria composto em 1944: "Copacabana", gravada por Dick Farney, com orquestração de Radamés Gnattali, em 1946. O compositor morreu aos 99 anos, em 24 de dezembro de 2006, por conta de falência múltipla dos órgãos, provocada por infecção generalizada.


Fontes:
seuhistory.com
google.com
youtube.com

sábado, 28 de março de 2020


USA Kernkraftwerk Three Mile Island (picture-alliance/dpa)




Harrisburg é a capital da Pensilvânia, um estado dos EUA. Segundo o censo do ano 2000, tem uma população de 48.950 pessoas. Fica no condado de Dauphin. Harrisburg também é conhecida pelo acidente nuclear de Three Mile Island, em 28 de março de 1979. Nesse dia o reator TMI-2 sofreu uma fusão parcial do núcleo do reator. As bombas principais de água de alimentação deixaram de funcionar por causa de uma avaria mecânica ou elétrica. Isto impediu a retirada de calor do sistema de geração de vapor. 




Um dia depois, um grupo de ecologistas mediu a radioatividade em volta da usina. Sua intensidade era oito vezes maior que a letal. Uma área de até 16 quilômetros em volta de Three Mile Island estava contaminada. Apesar de ter sido declarado estado de emergência, nenhum dos 15 mil habitantes que moravam numa área até dois quilômetros da área contaminada foi evacuado. O governador do estado da Pensilvânia, Dick Thornburgh, iniciou a retirada dos habitantes só dois dias depois, começando com gestantes e crianças.

Enquanto os operadores debatiam sobre o que fazer, o nível de água baixou a ponto de descobrir as varetas de urânio radioativo. Este derreteu e atingiu a água que ainda havia no fundo do reator. A água e o vapor contaminados continuaram a vazar pela válvula de emergência e formaram uma camada de aproximadamente 60 cm de líquido no chão das instalações.



O tema foi assunto constante da imprensa americana, em todos os seus boletins de notícias. Mais de cem peritos foram reunidos para tentar resfriar os elementos combustíveis e assim controlar o reator até desligá-lo.






Ainda que na hora do acidente cerca de 25.000 pessoas residissem em zonas a menos de oito quilômetros da central, os estudos realizados sobre a população demonstraram que não houve danos às pessoas, nem imediatos nem a longo prazo. 




Contudo, as consequências econômicas e de relações públicas foram sim importantes, e o processo de limpeza longo e custoso. Além disso, o acidente reduziu notavelmente a confiança da população nas centrais nucleares, e foi para muitos um presságio dos piores temores associados a esta tecnologia. Até o Acidente de Chernobyl, ocorrido sete anos depois, Three Mile Island foi considerado o mais grave dos acidentes nucleares civis (de categoria 5 na Escala Internacional de Acidentes Nucleares (INES).




No dia 1º de novembro de 1979, uma comissão nomeada pelo então presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, chegou à conclusão de que o acidente fora causado por falha humana. A princípio, a direção da usina pretendia reparar o reator danificado. Os técnicos constataram, no entanto, que os danos haviam sido maiores do que se suspeitava. Setenta por cento do núcleo do reator fora destruído pelo calor.


Fontes:
dw.pt
seuhistory.com
google.com
aventurasnahistoria.uol.com.br

sexta-feira, 27 de março de 2020

Principais erros ortográficos no Português.


Os erros ortográficos ocorrem, principalmente, porque não existe uma correspondência direta entre todos os grafemas e fonemas da língua portuguesa, ou seja, entre todas as letras e os sons que elas podem representar. Um som pode ser representado por várias letras e uma letra pode representar diferentes sons.


Veja quais os erros de ortografia são mais comuns



1. “Mal” e “mau”


Mau” com “U” é um adjetivo, enquanto “mal” pode ser advérbio ou Substantivo. 
O contrário de Mau é Bom, enquanto o contrário de Mal é Bem.

A luta entre o bem e o mal nunca acaba.
Comemos muito mal durante a viagem.
Nas histórias, as madrastas sempre são más, isto é, têm o coração mau.
Quem é mal-humorado está sempre de mau humor!


Confira os principais erros ortográficos do português:X ou CH

A consoante x e o dígrafo ch são facilmente confundidos, uma vez que o x pode assumir o valor de ch no princípio e no meio das palavras.

Palavras com x:
mexer (e não mecher);
puxar (e não puchar);
xingar (e não chingar);
enxergar (e não enchergar);
xícara (e não chícara).

Palavras com ch:
encher (e não enxer);
pichar (e não pixar);
chuchu (e não xuxu);
chilique (e não xilique);
inchado (e não inxado).
G ou J

A troca entre j e g é comum, porque essas duas consoantes representam o mesmo fonema quando formam sílaba com a vogal i e com a vogal e. Assim, as sílabas ge/je e gi/ji são pronunciadas da mesma forma.

Palavras com g:
bege (e não beje);
longe (e não lonje);
gesto (e não jesto);
exigir (e não exijir);
dirigir (e não dirijir).

Palavras com j:
jeito (e não geito);
laje (e não lage);
ajeitar (e não ageitar);
jiboia (e não giboia);
canjica (e não cangica).
S ou Z

A dúvida na escrita de s ou z nas palavras ocorre quando a consoante s está posicionada entre duas vogais, assumindo o som /z/.

Palavras com s:
atrasado (e não atrazado);
paralisar (e não paralizar);
pesquisa (e não pesquiza);
análise (e não análize);
quiseram (e não quizeram).

Palavras com z:
prezado (e não presado);
azia (e não asia);
batizado (e não batisado);
gentileza (e não gentilesa);
deslize (e não deslise).
S, SS, Ç ou C

O uso de s, ss, ç ou c causa muitas dúvidas, porque todas essas opções podem representar o mesmo som: /s/.

Palavras com s:
ansioso (e não ancioso);
descanso (e não descanço);
suspense (e não suspence);
subsídio (e não subcídio);
compreensão (e não compreenção).

Palavras com ss:
excesso (e não exceço);
necessidade (e não nececidade);
permissão (e não permição);
impressão (e não impreção);
pressão (e não preção).

Palavras com ç:
exceção (e não excessão);
cansaço (e não cansasso);
licença (e não licensa);
embaçado (e não embassado);
peça (e não pessa).

Palavras com c:
você (e não voçê);
parece (e não pareçe);
gracinha (e não graçinha);
comecei (e não começei);
coceira (e não coçeira).
I ou E

Devido à proximidade de pronúncia existente entre a vogal i e a vogal e, o erro na escrita das duas vogais é frequente.

Palavras com i:
digladiar (e não degladiar);
privilégio (e não previlégio);
incomodar (e não encomodar);
possui (e não possue);
contribui (e não contribue).

Palavras com e:
empecilho (e não impecilho);
entrevista (e não intrevista);
periquito (e não piriquito);
desvio (e não disvio);
irrequieto (e não irriquieto).
L ou R

A troca entre a consoante r e a consoante l é um erro de articulação comum em diversas regiões do Brasil.

Palavras com r:
cérebro (e não célebro);
cerebral (e não celebral);
cabeleireiro (e não cabeleileiro).

Palavras com l:
pílula (e não pírula);
problema (e não probrema);
blusa (e não brusa).
Acréscimo de letras

A escrita de letras que não existem na palavra provoca, também, vários erros ortográficos. Isso ocorre, principalmente, perto de consoantes mudas, que deverão ser pronunciadas sem a inclusão de uma vogal.

Exemplos de erros por acréscimo de letras:
advogado (e não adevogado);
beneficente (e não beneficiente);
amnésia (e não aminésia);
absurdo (e não abisurdo);
idolatrada (e não idrolatrada);
losango (e não losângulo);
asterisco (e não asterístico).
Supressão de letras

A não escrita de todas as letras que formam a palavra provoca, também, diversos erros ortográficos.

Exemplos de erros por supressão de letras:
perturbar (e não pertubar);
prostração (e não prostação);
retrógrado (e não retrógado);
propriedade (e não propiedade);
brincadeira (e não brincadera);
poliomielite (e não poliomelite).
Troca na posição das letras

Erros ortográficos derivados de trocas na posição das letras surgem em palavras maiores e mais complexas.

Exemplos de erros por troca na posição das letras:
bicarbonato (e não bicabornato);
padrasto (e não padastro);
madrasta (e não madastra).
muçulmano (e não mulçumano);
meteorologia (e não metereologia);
entretido (e não entertido);
supérfluo (e não supérfulo).
Extensão da nasalidade

Alguns erros ortográficos surgem devido à extensão indevida do traço de nasalidade de uma sílaba para outra anterior ou posterior.

Exemplos de erros por extensão da nasalidade:
mendigo (e não mendingo);
sobrancelha (e não sombrancelha);
bugiganga (e não bugingana);
identidade (e não indentidade);
reivindicar (e não reinvindicar).
Junção de palavras separadas

Diversas expressões de uso corrente são erradamente escritas de forma junta, quando na realidade deverão ser escritas de forma separada.

Expressões que se escrevem separadas:
com certeza (e não concerteza);
de repente (e não derrepente)
por isso (e não porisso);
a partir de (e não apartir de);
de novo (e não denovo).
Acentuação gráfica

A falta de acentos gráficos ou a escrita indevida de um acento gráfico são considerados, também, erros ortográficos. A acentuação gráfica das palavras deverá ser sempre feita de acordo com as regras de acentuação do português.

Palavras sem acento gráfico:
item (e não ítem);
coco (e não côco);
gratuito (e não gratuíto);
rubrica (e não rúbrica);
higiene (e não higiêne);
menu (e não menú);
raiz (e não raíz).

Palavras com acento gráfico:
mantém (e não mantem);
papéis (e não papeis);
pólen (e não polen);
pôr (para distinguir de por);
pôde (para distinguir de pode);
têm (para distinguir de tem).
Uso do hífen

Desde a entrada em vigor do atual acordo ortográfico, a escrita de palavras com hífen e sem hífen tem sido motivo de dúvidas para diversos falantes.

Palavras com hífen:
segunda-feira (e não segunda feira);
bem-vindo (e não benvindo);
mal-humorado (e não mal humorado);
micro-ondas (e não microondas);
bem-te-vi (e não bem te vi).

Palavras sem hífen:
dia a dia (e não dia-a-dia);
fim de semana (e não fim-de-semana);
à toa (e não à-toa);
autoestima (e não auto-estima);
antirrugas (e não anti-rugas).
Parônimos e homônimos homófonos

Devido à proximidade gráfica e fonética que as palavras parônimas e homônimas homófonas apresentam, é frequente que sejam usadas de forma errada. Muitas vezes, apesar de estarem bem escritas, são usadas de forma trocada, no contexto errado, originando o erro ortográfico.

Palavras parônimas:
cumprimento e comprimento;
iminente e eminente;
tráfego e tráfico;
retificar e ratificar;
cavaleiro e cavalheiro;
estofar e estufar.

Palavras homônimas homófonas:
mau e mal;
acento e assento;
houve e ouve;
alto e auto;
concerto e conserto;
trás e traz.


Fontes:
dicio.com.br
comunidade.rockcontet.com
estudopratico.com.br

quinta-feira, 26 de março de 2020



Desvendado o grande mistério da longitude na navegação

Resultado de imagem para criação da latitude e longitude na navegação



No dia 26 de março de 1762, o grande mistério da longitude foi resolvido quando um cronômetro  orientou com sucesso o navio HMS Deptford de Portsmouth para a Jamaica. Durante grande parte da história, muitas mentes científicas tentaram encontrar um método para determinar a longitude exata, fundamental tanto para a cartografia quanto para a navegação oceânica. No século 3 a. C, astrônomo grego Eratóstenes propôs o primeiro sistema de latitude e longitude para um mapa do mundo. Até o século 2 a.C., Hiparco, um astrólogo e astrônomo grego, propôs um sistema de determinação da longitude, comparando a hora local e absoluto. No século 11, o muçulmano erudito Al-Biruni estabeleceu a moderna noção que o tempo e a longitude estão relacionados ao conceito de que Terra girava sobre um eixo.




A partir daí, dezenas de cientistas, de Galileu a Edmund Halley ou Nevil , buscaram um método preciso para determinar a longitude. Encontrar a latitude foi fácil: ela foi calculada usando um quadrante ou astrolábio para determinar a inclinação do sol ou das estrelas gráfico. E determinar a longitude em terra também não foi muito difícil em comparação com a tarefa no mar - em terra, os cientistas tinham uma superfície estável, local confortável e a chance de repetir os experimentos. No mar, os navegadores eram pressionados para saber a sua localização exata longitudinal, o que muitas vezes causava desastres.






Quando um erro de navegação resultou em um acidente com o navio Scilly, em 1707, o governo britânico estabeleceu um prêmio de 20 mil libras para quem apresentasse uma solução. Um relojoeiro autodidata chamado John Harrison acreditava que a solução estava em um dispositivo mecânico que poderia ser colocados em navios, quando iam para o mar. Harrison projetou e construiu um complicado relógio marinho, com duas barras interligadas para suportar o balanço de um navio no mar. Em 1737, o dispositivo foi testado em uma viagem a Lisboa. O relógio de Harrison indicava corretamente a posição do navio, mas ele não estava satisfeito. Harrison construiu mais cronômetros marinhos, cada um com maior precisão. Uma cópia de sua invenção foi inclusive levada na viagem do capitão James Cook, entre 1772-1774, e permitiu ao explorador fazer as primeiras cartas sobre as Ilhas do Mar do Sul. Apesar de cumprir os requisitos para ganhar o prêmio, o astrônomo real Nevil Maskelyne não aceitou que o problema da longitude pudesse ser resolvido por meios mecânicos e convenceu o conselho a não entregar o prêmio ao relojoeiro. Filho de Harrison, William pediu ao Parlamento Europeu e até mesmo escreveu ao rei George III, que examinou o relógio. No final, Harrison recebeu um total 14.250 libras durante o tempo em que ficou empenhado na solução dos problemas relacionados à longitude. Em 24 de março de 1776, John Harrison morreu em Londres aos 83 anos. Apesar dos seu invento nunca ter sido padrão para a navegação náutica, seu dispositivo abriu o caminho para a criação das ferramentas modernas de navegação.

Geometricamente falando existe uma diferença fundamental entre a latitude e a longitude. O eixo de rotação da Terra é, em primeira aproximação, fixo a respeito da crosta terrestre, o que permite definir sem ambiguidade dois pontos privilegiados (os pólos) e um círculo máximo, o Equador, a partir do qual se mede a latitude. Com a longitude é diferente, é a distância angular entre dois meridianos e, não havendo um meridiano privilegiado, fixa-se convencionalmente um meridiano de referência ou meridiano-zero, nos dias de hoje, o meridiano de Greenwich.



A nossa posição sobre a Terra é referenciada em relação a linha do Equador e ao meridiano de Greenwich, na Inglaterra,  e é expressa em dois valores: a latitude e a longitude. Assim para saber a nossa posição sobre a Terra basta saber a latitude e a longitude.

A latitude é a distância ao Equador medida ao longo do meridiano de Greenwich. Esta distância mede-se em graus, podendo variar entre 0º e 90º para Norte(N) ou para Sul(S).

A longitude é a distância ao meridiano de Greenwich medida ao longo do Equador. Esta distância mede-se em graus, podendo variar entre 0º e 180º para Leste(E) ou para Oeste(W).




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Fixado este, a partir daí nada existe que se assemelhe à determinação da latitude. Porém, existe um outro fenômeno, a rotação da Terra, extremamente regular, ou seja, a velocidade angular da Terra é razoavelmente constante para o problema em questão: 

w = 7,29 x 10-5 radianos por segundo

uma volta por cada dia sideral (23h 56m 4s). Neste ponto impõe-se uma distinção entre tempo solar e tempo sideral.


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Fontes:
seuhisory.com
mat.uc.pt
google.com
coral.ufsm.br

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