Olá, pessoal !
Hoje vamos falar do polêmico romance "A Carne" de Julio Ribeiro de 1888.
Julio Ribeiro (16/04/1845-01/11/1890)
Um romance de caráter naturalista que aborda temas como divórcio, amor livre e o novo papel da mulher na sociedade, algo que até então era ignorado na literatura.
Muitos jovens foram proibidos de ler a obra e conseguiam um exemplar apenas escondido, ao mesmo tempo foi um enorme sucesso. O que mais chocou a sociedade considerada hipócrita na época foi por ele abordar temas como o desejo sexual, perversões, nudez e sexo.
A sua escrita e ficção não são das melhores ou mais complexas, “A Carne” chamou atenção pelo debate que ele iniciou na época, mostrando a mulher independente. A obra conta a história de Lenita e Manuel que tiveram uma ardente paixão.
Resumo de A Carne
“A Carne” narra a história de Lenita, uma jovem que havia sido criada apenas por seu pai, já que sua mãe morrera no seu nascimento. O pai lhe dera uma educação acima da média e ela cresceu uma jovem inteligente e com muita vida. Aos 22 anos o pai de Lenita morre e ela fica extremamente abalada, com a saúde frágil e sensível. Decide então mudar de ares e ir morar no interior de São Paulo, mais precisamente para a fazenda do Coronel Barbosa, velho amigo da família e homem que havia criado seu pai.
Na fazenda conhece o filho do Coronel, o engenheiro Manuel Barbosa, este era um homem maduro que havia conhecido as coisas boas da vida, ficava em seu quarto lendo e estudando e depois partia para longas viagens. Havia morado durante 10 anos na Europa onde se casou com uma francesa, de quem se divorciou há pouco tempo. Lenita e Manuel iniciam uma amizade, que aos poucos se torna numa grande paixão. No início ambos repelem-se, mas depois acabam se entregando ao forte desejo da carne.
O desfecho é trágico. Certo dia Lenita encontra cartas de outras mulheres que Manuel guardou, ela se sente traída e abandonada e decide partir mesmo estando grávida de três meses. Ela casa-se com outro homem e Manuel inconformado com a traição se suicida. O autor tenta mostrar a contradição entre os desejos da carne e os desejos da mente.
A personagem Lenita chocou a sociedade do final do século XIX, causando-lhe incômodo, que ainda via a mulher como ser passivo, devendo ser sempre inferior aos homens. A Carne recebeu vários predicativos à época, a maioria depreciativos, por causa de cenas lúbricas. Ademais, o espanto se deu não só por causa do erotismo da trama, mas também por causa de uma mulher independente, rica e inteligente – mesmo que esta estivesse atrás da máscara do sexo apresentado no romance, sendo difícil sua aceitação para o mundo de então; essa mulher de vanguarda foi vista pela miopia enferma da sociedade cujas dimensões ultrapassavam o natural, e esta, querendo perenizar conceitos e tabus ultrapassados, deixou que os momentos eróticos e exóticos fossem o único ponto máximo do romance, encobrindo a importância da heroína ao contexto social brasileiro e mundial.
Em 1975, o livro virou filme do diretor José Marreco, com Selma Egrei, Newton Prado e Jonas Melo.
Fontes:
wikipedia.org
google.com.br
coladaweb.com
passeiweb.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário