quinta-feira, 17 de maio de 2018

Olá, pessoal !


Hoje vamos falar da invasão da Baía dos Porcos em Cuba em 1961.

A invasão foi mais um ato do imperialismo americano contra um país soberano.

Desde 1898, quando livrou Cuba do domínio espanhol, até 1959, a América do Norte reinou absoluta naquela região do Caribe.  Os presidentes eleitos depois da desocupação militar da ilha, em 1902, resumiam-se a dois tipos bem característicos: ou eram frouxos e incompetentes ou tirânicos e corruptos.

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Mas nem quando extrapolaram, desrespeitando direitos humanos e apelando para golpes (Fulgêncio Batista derrubou o ditador Gerardo Machado em 1933 e o banana Prío Socarrás em 1952), receberam críticas ou ameaças de Washington. Afinal, eram amigos, comparsas ou simplesmente úteis aos negócios norte-americanos, à consolidação do que apregoava uma estrofe de um sucesso musical da década de 1940: o rum e a Coca-Cola workin’ for the yankee dollar (trabalhando juntos para o dólar).

O sonho de uma “Cuba libre” resumiu-se ao drinque inventado pelos soldados enviados pelo presidente William McKinley para expulsar os espanhóis da ilha. José Martí, morto numa emboscada em 1895, não chegou a ver Cuba livre do secular ocupante europeu, mas alertou para a possível substituição dos espanhóis pelos norte-americanos.

Muitos anos mais tarde, os cubanos entravam com o rum, a cana-de-açúcar, os charutos, a música, as mulheres e a jogatina. Os norte-americanos com os investimentos, a Coca-Cola, os carros de última geração e todo o excedente da produção industrial made in USA.

Cuba era um quintal. Um paraíso fiscal e um bordel de luxo.


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Consta que o próprio JFK, então senador, andou por lá participando de uma orgia com três call-girls no Hotel Comodoro. Foi a convite do mafioso Santo Trafficante.

Com Batista no poder – que Fidel e Che Guevara derrubaram – o quintal conquistou fama internacional. Seus hotéis, cassinos e clubes noturnos atraíam astros de cinema, empresários, políticos, playboys e, digamos, damas. Sinatra e Ava Gardner eram habitués. A mordomia da elite-cubana-acasalada-com-endinheirados-estadunidenses, com Sinatra cantando ao fundo, era bancada pela Máfia.

Seu réquiem deu-se no réveillon de 1958. Foi inesquecível para os gringos, para os cubanos e para o Batista. Convencido de que não tinha mais como resistir ao avanço dos rebeldes barbudos comandados por Fidel, o ditador cubano interrompeu a festa, ergueu um brinde, anunciou sua renúncia e embarcou às pressas para a República Dominicana. Levou com ele 180 cupinchas e 300 milhões de dólares.

Fidel já era mito, herói e símbolo da oposição a Batista desde 1952. Em fevereiro de 1957 já aparecera na primeira página do The New York Times, na célebre série de reportagens feita pelo jornalista Herbert Matthews na Sierre Maestra.

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Antes da revolução cubana de 1959, com o aval de uma emenda constitucional chamada Emenda Platt, os americanos entravam e saíam da ilha quando bem entendiam, controlavam as empresas produtoras de frutas e cana-de-açúcar e se esbaldavam durante o dia nas praias e à noite nos cassinos. Do jeito que as coisas iam, era de se esperar que Cuba se tornasse o 51º estado norte-americano – caso Fidel e seu exército de guerrilheiros não tivessem tomado o poder em 1º de janeiro de 1959.

Foi o melancólico desfecho de uma tirania que durou 25 anos – duas décadas e meia de poder do crime organizado sobre a economia, a política e a sociedade de Cuba. Batista era sócio de todas as negociatas, com a conivência da Casa Branca e seus sólidos motivos para considerar Cuba um protetorado.

Com cinco décadas de domínio de Fidel e Cuba amarrada dos pés à cabeça por um embargo, de um lado, e o fim da União Soviética que lhe dava dinheiro e apoio, de outro, ficou fácil para as gerações seguintes apontar o dedo em riste contra os castristas – ou simplesmente mitificar a revolução cubana.

Mas as lembranças da esbórnia pré-revolução se tornam tão fortes para alguns quanto os ideais revolucionários de uma ilha de liberdade, respeito integral aos direitos civis, justiça, igualdade, etc.. Os ideais podem ter ficado no plano dos ideais – tolhidos pelo embargo e pelos equívocos de percurso – mas os ecos do tempo em que a ilha era o quintal, o bordel de luxo e o paraíso fiscal dos EUA são bem reais. E um reforço a quem vê os dólares dos EUA como algo muito bem-vindo, mas um presente a ser recebido com cautela.






Foi uma ação militar malsucedida, financiada e executada pelos EUA em 1961 para derrubar o governo de Cuba. O plano começou em 1960, um ano após a Revolução Cubana colocar Fidel Castro no poder do país caribenho. Era época de Guerra Fria e, preocupado com a ascensão de um líder comunista como Castro em uma nação tão próxima, o presidente Dwight D. Eisenhower autorizou a CIA a trabalhar em uma estratégia secreta. A ideia era usar exilados do novo regime cubano – que agora residiam na Flórida – em um ataque-surpresa, disfarçando assim o envolvimento norte-americano. O problema é que Fidel descobriu tudo e preparou adequadamente a defesa cubana, capturando ou prendendo quase todos os invasores. A agressão ainda serviu como justificativa para Fidel se aproximar de vez da União Soviética, que passou a fornecer armas nucleares para os caribenhos.

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1. O plano era criar uma tropa de cubanos que fugiram para os EUA após a Revolução. No papel de contrarrevolucionários, eles iriam atacar Cuba. Os EUA gastaram US$ 13 milhões para treinar 1.400 homens na base de Useppa Island, próxima à Flórida, e também na Guatemala. Eles formaram a Brigada de Assalto 2506

2. O alvo do ataque seria a cidade de Trinidad, que ainda tinha grupos anticastristas, mas John F. Kennedy (que assumiu a presidência em 1961) achou que isso denunciaria a participação dos EUA. Optou-se então pela Baía dos Porcos. A ideia era que, instalado um foco de resistência, o povo iria aderir.


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3. O que foi decisivo para o combate foi que Fidel soube do plano com antecedência. Suspeita-se que algum dos dissidentes treinados pelos EUA para atacar a Baía dos Porcos era, na verdade, um espião que passava informações ao governo cubano ou então que houve um descuido e a informação acabou vazando.

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4. No primeiro passo da missão, em 15 de abril de 1961, um esquadrão foi enviado para destruir a força aérea do exército castrista. Seis aviões B-26 pilotados por exilados bombardearam dois aeródromos, três bases militares e o aeroporto Antonio Macedo. Acredita-se que 24 aviões de combate, ou 80% do que os cubanos tinham, foram inutilizados

5. Alertado pelo ocorrido, Fidel passou a preparar seus homens para novos ataques. Ao mesmo tempo, Cuba acusou os EUA formalmente pela agressão em uma reunião emergencial na ONU. Exposto, Kennedy cancelou a segunda parte do plano, que seria um novo bombardeio, programado para 16 de abril, para acabar com o restante da aeronáutica de Cuba.



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6. Kennedy, no entanto, não abortou a missão por completo e a terceira fase, a Invasão da Baía dos Porcos propriamente dita, foi executada na manhã de 17 de abril. Assim como no primeiro dia, o ataque foi feito em duas frentes: pelo ar, com bombardeiros e caças atirando contra a infantaria, e por terra, com soldados levados de navio e transportados à praia em lanchas

7. Os invasores foram recebidos a bala pelas forças castristas, já preparadas. Estima-se que havia de 20 a 25 mil pessoas lutando por Fidel, entre exército formal e milicianos (gente comum treinada pelo governo). Sua força aérea possuía aviões como o B-26 Invader, caças Hawker Sea Fury e bombardeiros Lockheed T-33. Os cubanos tentavam afundar os navios e derrubar os aviões. Só nesse dia, teriam caído oito B-26. O governo cubano defende que Fidel Castro estava na Baía, liderando suas forças. Historiadores, porém, dizem que não dá pra ter certeza.


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8. A natureza também atrapalhou: os invasores foram surpreendidos por um recife próximo à costa, o que dificultou o desembarque e fez com que parte dos homens perdesse seus equipamentos. Para completar, a praia era cercada por pântanos, o que tornou impossível que os poucos cubanos contrários ao regime comunista se juntassem aos invasores

9. Graças ao apoio do arsenal dos EUA, os invasores conseguiram resistir até 19 de abril. Com a situação se deteriorando, Kennedy autorizou que seis aviões não identificados partissem de um porta-aviões para dar apoio às aeronaves da Brigada 2506. Foi então que veio o golpe fatal: devido a uma confusão causada pelo fuso horário entre Nicarágua e Cuba, a ajuda partiu atrasada e não alcançou a zona de combate a tempo de auxiliar os dissidentes



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10. Diante dessa trapalhada, o governo dos EUA finalmente desistiu da invasão. O conflito terminou com 1.189 membros da Brigada sob o poder de Castro, que executou alguns e trocou os demais por US$ 53 milhões “para comida e remédios” em dezembro de 1962. A principal consequência foi o alinhamento explícito de Fidel com a União Soviética. Isso acabou culminando na Crise dos Mísseis de 1962




Fontes:
mundoestranho.abril.com.br
google.com.br
pensata.ig.com.br
wikipedia.org

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