quarta-feira, 9 de maio de 2018

Olá, pessoal!


Hoje vamos falar de dois dos mais polêmicos e controversos generais americanos: George Smith Patton e George Armstrong Custer.


                                                                      Patton


Ambos fizerem da carreira militar uma forma de obter sucesso, fama e glória. Ambos foram considerados excelentes comandantes militares. Ambos foram arrogantes, avessos a obedecerem ordens superiores, e conduziram seus comandados a grandes batalhas, às vezes, com conseguências terríveis.


George Custer e esposa


Custer foi um dos mais famosos oficiais do exército dos Estados Unidos, que além da exuberante cabeleira loira e do vasto bigode, possuía uma empáfia, uma ousadia e uma arrogância que, na opinião de muito dos seus pares, beirava a rebeldia.

Custer lutou na cruenta Guerra Civil Americana, onde se distinguiu na primeira batalha de Bull Runn. Em junho de 1863 tornou-se um general de brigada, o mais jovem general do exército da União, ou seja, o exército nortista. Depois conduziu habilmente uma brigada de cavalaria na famosa batalha de Gettysburg. Ele lutou na Virgínia e participou de combates ao lado do general Sheridan. Foi promovido a comandante de uma divisão em outubro de 1864, tendo derrotado no dia 9 de outubro o general Thomas L. Rosser, em Woodstock. O general Custer recebeu a bandeira confederada de trégua, esteve presente na rendição e entrega do exército sulista, ou Confederado, em Appomattox. Considerando sua juventude, foi um dos mais espetaculares militares nortistas da Guerra Civil.

Típica tropa nortista durante a Guerra Civil


Com o fim do conflito o governo americano pôde se dedicar à organização e a exploração econômica das terras que gradativamente eram conquistadas no oeste. A integração nos Estados Unidos se acentuou com a construção de ferrovias, que forçou a tomada de terras indígenas, cujas distintas tribos e nações, sem a menor sombra de dúvida, foram as maiores vítimas desta marcha migratória.

Na reorganização do exército dos Estados Unidos, Custer foi designado para uma unidade conhecida como 7ª Cavalaria, com a patente de tenente-coronel. Em 1867 ele foi submetido a uma corte marcial por indisciplina, mas em setembro de 1868 foi reintegrado, principalmente através dos esforços de Sheridan, de quem Custer sempre foi dos seus oficiais preferidos. Mesmo reabilitado, não deixou de ter problemas. No massacre contra os índios Cheyenne e seus aliados, na conhecida Batalha da Washita, ocorrida em novembro de 1868, Custer foi acusado de abandonar um pequeno destacamento de seus homens no campo da luta e estes foram aniquilados. Vamos encontrar o garboso oficial, em 1873, no então território de Dakota e no ano seguinte Custer comandou uma expedição militar para as montanhas Black Hill e participa da campanha contra a nação indígena Sioux.


Tropas de Custer na região das Black Hills em 1874, em foto de William H. Illingworth

Arrogância

Tal como ocorreu no Brasil, à tomada de terras dos indígenas nos Estados Unidos se deu através de um verdadeiro genocídio físico e cultural dos nativos, que gerou o extermínio de inúmeras tribos, em um claro exemplo histórico de limpeza étnica. Mas as tribos norte-americanas proporcionaram uma grande resistência à ocupação do homem branco. Lutaram como puderam, de maneira firme, com coragem, sem medo do confronto, nem de morrer pelas suas terras ancestrais.



Custer, sentado ao centro e seus batedores indígenas

Em 1876, na continuidade da campanha contra os Sioux, foi ordenado pelo general Alfred H. Terry que o 7º Regimento de Cavalaria de Custer marchassem de Bismarck para o rio Yellowstone.

No dia 25 de junho, na região do Rosebud, no sudeste do território de Montana, perto da fronteira com o Wyoming, Terry enviou Custer a frente das tropas do exército, com a intenção dele localizar o inimigo. Enquanto o general Terry marchava para unir-se a coluna sob o comando do general John Gibbon e atacarem juntos, Custer, seguramente desejoso de conquistar sozinho os louros da vitória, decidiu levar seu 7º Regimento para atacar o acampamento guerreiro que existia próximo ao rio Little Big Horn. Mas ele não percebeu a esmagadora superioridade numérica dos índios, ou nativos americanos.



Típico índio americano das planícies

Grandes encontros entre as várias nações indígenas eram ocorrências raras, pois além das velhas rivalidades, os problemas de abastecimento de alimentos eram grandes demais para as pessoas nômades. Mesmo assim estudiosos acreditam que as estimativas do número de Sioux e suas tribos aliadas que se reuniram no Vale do Big Horn pode ter totalizado entre 12.000 a 15.000 indivíduos, onde existiam provavelmente até 5.000 guerreiros.

A maioria destes eram Sioux sob o comando dos famosos Chefes Crazy Horse e de Touro Sentado. Mas havia Cheyennes tendo a frente os Chefes Duas Luas e Touro Branco. Também estavam presentes os Miniconjous, os Sans Arcs, os Brules, os Arapahos e outros grupos menores. O enorme acampamento se estendia por cerca de três quilômetros e foi sobre esta concentração de índios hostis que Custer foi ao ataque com cerca de 600 soldados, 44 índios contratados que serviam de guias e 20 civis contratados para diversas funções.


Região de Little Big Horn em 2010

Custer dividiu seu regimento – cerca de 600 homens – em três partes, onde duas frações ficaram sob o comando do major Marcus A. Reno e do capitão Frederick W. Benteen e o terceiro grupamento estava sob as ordens do próprio Custer. Esta última tropa seguiu em ataque direto contra os índios.

Tudo redundou em um extremo fracasso e todos os membros que seguiram ao lado de Custer foram mortos em batalha. Reno e Benteen, que não eram bestas, se mantiveram na defensiva e recuaram ante o avanço avassalador de milhares de guerreiros.

Até a chegada do general Terry a extensão da tragédia ficou desconhecida.

Criação de um Mito

Cerca de 260 soldados foram mortos pela arrogância e a incapacidade de Custer e ninguém sabe qual foi o número de vítimas indígenas.O local da batalha em 1879, onde era possível ver as ossadas dos cavalos mortos no combate

A Batalha do Little Big Horn ocorreu pouco mais de uma semana antes do primeiro aniversário da independência da nação. Evidentemente que as notícias do massacre de Custer chegaram às grandes cidades do leste dos Estados Unidos a tempo de estragar as celebrações.

O confronto foi importante na história americana e sua relevância vai muito além de seus resultados imediatos. Este foi o último incidente importante da resistência violenta por parte do índio americano contra o avanço da colonização branca nos Estados Unidos. Foi a única vez em que os índios superaram suas antigas rivalidades e conseguiram uma vitória completa, esmagadora.

Mesmo com toda resistência indígena, não demorou muito para que o resultado final dos confrontos contra os brancos fosse à rendição e o confinamento de vários grupos indígenas em reservas.

Logo após o combate, os amigos militares de Custer e sua viúva, Elizabeth Bacon Custer, ou “Libbie“, se adiantaram para defender a memória do comandante derrotado.

Patton nasceu numa família rica e tradicional, onde antepassados tinham participado de grandes batalhas dos Estados Unidos.


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George Smith Patton Jr. foi um militar americano considerado um gênio em táticas de guerra e um dos generais mais temidos pelos nazistas. Apesar de sua forte personalidade, seus comentários desajeitados fizeram com que perdesse sua meta de ser o mais condecorado militar dos Estados Unidos.

Patton nasceu em 11 de novembro de 1885, na Califórnia, Estados Unidos. Descendia de uma longa tradição de militares. Aparentemente sofria de um caso não diagnosticado de dislexia, fato pelo qual levou 5 anos para conseguir sua licença em West Point, onde se graduou em 1909.

Durante a Primeira Guerra Mundial, Patton estava no comando do recém criado Tank Corps americano, até que foi ferido por uma metralhadora e teve que se retirar da zona hostil.


George S. Patton – Wikipédia, a enciclopédia livre



Enquanto estava servindo em Washington, Patton cultivou uma grande amizade com Eisenhower, que desempenharia um papel enorme em sua futura carreira militar.

No começo da Segunda Guerra Mundial, Patton foi transferido para o norte da África. Após uma primeira derrota contra as Afrika Korps alemãs, conseguiu uma contraofensiva que, juntamente com o exército britânico comandado por B. Montgomery, expulsou com êxito os alemães do norte da África. Patton nunca se deu muito bem com Montgomery, com quem tinha um relacionamento marcado por uma grande rivalidade: disputavam fama e méritos por suas conquistas nos palcos de guerra europeus.

George S. Patton | History TV


Após o êxito na África, Patton foi designado para a invasão na Sicília. Sua missão era liberar a parte ocidental da ilha, enquanto o general Montgomery deveria liberar a parte oriental. Decidido a impedir seu rival Montgomery de receber todas as glórias, Patton avançou rapidamente sobre o oeste siciliano, liberando Palermo para, posteriormente, tomar o leste até Messina, sempre à frente de Montgomery.


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General Montgomery (Inglaterra)


Seus discursos inflamados foram seus principais inimigos no cenário bélico. Enquanto visitava hospitais na Itália e elevava o moral dos soldados feridos, esbofeteou e humilhou verbalmente dois soldados que sofriam de fadiga e não tinham feridas aparentes. Como consequência dessa ação, Patton foi afastado da opinião pública durante algum tempo. Apesar disso, os soldados preferiam estar ao seu lado do que sob o comando de qualquer outro, pois consideravam Patton a melhor opção para saírem vivos do conflito bélico.

No período em que aconteceu a invasão à Normandía, Patton foi usado como chamariz pelos aliados. Um mês depois da invasão da Normandia, foi colocado no comando do III Exército dos Estados Unidos. Usando táticas próprias da Blitzkrieg, cobriu 900 km de solo em semanas. As forças de Patton liberaram grande parte do sul da França e cercaram Paris.




A ofensiva das Ardenas foi a última grande ofensiva do exército alemão na Segunda Guerra Mundial. Sem consultar Eisenhower e o Alto Comando Aliado, Patton direcionou repentinamente o Exército para o norte. Para muitos historiadores, foi a mais brilhante manobra de Patton na guerra, ao vencer as dificuldades logísticas que envolviam girar o eixo de avanço de corpos de exércitos inteiros.

Patton faleceu após um acidente automobilístico em 21 de dezembro de 1945, sendo enterrado com honras no cemitério de guerra americano de Hamm, em Luxemburgo.


Ambos foram grandes, mas o total desprezo ao perigo em busca de fama e glória, levou Custer a sacrificar a vida de 260 soldados, e Patton a arriscar mais do que necessário e imprudentemente seus comandados. Como saiu vitorioso hoje é tido como herói, poderíamos hoje estar lamentando milhares de mortes desnecessárias se suas táticas tivessem falhado.


Fontes:
tokdehistoria.com.br
google,com.br
wikipedia.org
seuhistory.com/biografias/george-smith-patton





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