Olá, pessoal!
Vamos falar hoje de Eros e Psiquê.
O mito de Eros e Psiquê, é um mito da Grécia Antiga, passado pela tradição oral entre os séculos V e IV a.C, e mais tarde por volta de 150 d.C. escrito em um texto no romance Metamorfose por Lúcio Apuleiro.
Eros (Cupido em romano) era filho da deusa da beleza Afrodite (Vênus na mitologia romana), era conhecido como o deus do Amor, que com suas flechas fazia qualquer um se apaixonar.
Já Psiquê era uma das três filhas de um rei, a mais delas das três, mas que ainda não tinha se casado.
Suas irmãs, não tão belas como ela, já haviam arranjado um marido e se casado.
Já Psiquê, é extraordinariamente bela e naturalmente é notada por todos, devido não só à sua beleza, mas também ao seu charme, personalidade e forma de agir e falar.
Tais características fazem com que ela tenha um porte de deusa e as pessoas à sua volta, em razão de sua notável presença, realmente a veneram e até a cultuam, chegando, inclusive, a dizerem: “Eis aí a nova Afrodite, eis aí uma nova deusa”.
Afrodite, a deusa da feminilidade, começou a perceber a adoração que era destinada à Psiquê e muitos já comentavam que Psiquê estaria tomando o lugar dela.
Afrodite
Com ciúmes Afrodite, arma um ardil para se livrar da bela Psiquê.
Consultando os oráculos, os pais da jovem entristeceram-se pelo destino da filha, já que foram aconselhados a vestirem-na com trajes de núpcias e colocarem-na num alto de um rochedo para ser desposada por um terrível monstro! Na verdade, tudo fazia parte de um plano da vingativa Afrodite, que sofria de inveja da beleza da moça.
Assim que a jovem foi deixada no alto do rochedo, um vento muito forte, Zéfiro, soprou e a levou pelos ares e ela foi colocado em um vale. Psiquê adormece exausta e quando acorda parece ter sido transportada para um cenário de sonhos, um castelo enorme de mármore e ouro e vozes sussurradas que lhe informavam tudo que precisava. Foi levada aos seus aposentos e logo percebeu que alguém a acompanhava e logo descobriu que era o marido que lhe havia sido predestinado, ele era extremamente carinhoso e a fazia sentir bastante amada, mas ele havia colocado uma condição, que ela não poderia vê-lo, pois se assim o fizesse o perderia para sempre. Psiquê concorda com a condição e permanece com ele. O próprio Eros, que tinha sido encarregado de executar a vingança da mãe, se apaixonara por Psiquê, mas que tem de se manter escondido para evitar a fúria de Afrodite.
Com o passar do tempo, ela se sentia extremamente feliz, porque seu marido era o melhor dos esposos e a fazia sentir o mais profundo amor, mas resolve fazer-lhe um pedido arriscado: o de ir visitar seus pais, mesmo com a advertência dos oráculos e o temor do esposo, ela insiste, até que ele cede.
Da mesma forma que foi transportada até o seu novo lar, Psiquê vai até a casa dos pais. O reencontro gera a felicidade dos pais e a inveja das irmãs, que enchem-na de perguntas sobre o marido, e ela acaba revelando que nunca vira seu rosto. Elas acabam convencendo-na que ela deveria vê-lo e ela se enche de curiosidade.
Quando a noite chega e ela retorna à casa, o coração dela está totalmente tomado pela curiosidade, então ela acende uma vela e procura ver o rosto do marido.
Ela fica totalmente extasiada e encantada pela beleza estonteante do marido oculto, Eros, que teria feito esse pedido para que a esposa se apaixonasse pelo que é e não pela sua beleza. Psiquê ficou tão deslumbrada pela visão do esposo que não percebeu que uma gota da cera da vela pinga no peito do amado e o acorda assustado. Ele, ao ver que ela tinha quebrado a promessa, a abandona.
Sozinha e infeliz, Psiquê começou a vagar pelo mundo. Passando, assim, por vários desafios e sofrimentos impostos por Afrodite como uma vingança por ela ter ferido o seu filho, a jovem luta tentando recuperar o seu amor, mas acaba entregando-se à morte, caindo num sono profundo. Ao vê-la tão triste e arrependida, Eros, que também sofria com a ausência da amada, implorou a Zeus que tivesse misericórdia deles. Com a concessão de Zeus, Eros usou uma de suas flechas, despertando a amada, transformando-a numa imortal, levando-a para o Olimpo.
A partir daí, Eros e Psiquê nunca mais separaram-se. O mito de Eros (o amor) e Psiquê (a alma) retrata a união entre o amor e a alma.
Em grego "psiquê" significa tanto "borboleta" como "alma". Uma alegoria à imortalidade da alma, simboliza também a alma humana provada por sofrimentos e aprovada, recebendo como prêmio o verdadeiro amor que é eterno.
Freud usou o mito de Eros e Psiquê para elaborar sua tese sobre o Amor e a atração da alma pelo Amor.
"Freud situa que o desenvolvimento da mulher ocorre de forma mais complexa se comparado ao homem, pois a ela são atribuídas duas tarefas das quais o homem é isento. A libido, que é da ordem da pulsão, é a força motriz da vida sexual e não lhe é incumbido nenhum sexo, sendo qualificada como masculina, por meio da atividade masturbatória, com a finalidade passiva. Isto é, a procura pela satisfação pulsional que mobiliza a libido só pode ser da ordem da atividade. Na passagem pela fase inicial do desenvolvimento libidinal, tanto o menino, quanto a menina a atravessam da mesma forma, sendo a zona erógena do primeiro o pênis e do segundo o clitóris."
(Psique- revista do curso de psicologia do centro de ensino superior de Juiz de Fora)
“Eros e Psique”
Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
Do além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa adormecida,
Se espera, dormindo espera.
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado.
Ele dela é ignorado.
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino –
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E, vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora.
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão , e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
Fernando Pessoa
Fontes:
wikipedia.org
google.com.br
infoescola.com/mitologia-grega
paulorogeriodamotta.com.br
repositorio.uniceub.br/bitstream
seer.cesjf.br
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