sábado, 14 de janeiro de 2017

Olá, pessoal!

Hoje vamos falar de uma figura controversa da boêmia carioca, Madame Satã; tema de filmes e peças de teatro.









João Francisco dos Santos, filho de Manoel Francisco dos Santos e Firmina Teresa da Conceição, nasceu em Glória de Goitá - Pernambuco em 25 de Fevereiro de 1900, e morreu no Rio de Janeiro em 11 de abril de 1976.

Morreu com setenta e seis anos, sendo que desses, 27 anos e oito meses passou na cadeia.

Criado numa família numerosa, cerca de dezessete irmãos, diz-se que chegou a ser trocado por uma égua, na infância.

Ainda jovem foi para o Recife, onde viveu de pequenos trabalhos.

Mais tarde foi para o Rio de Janeiro onde passou a morar no bairro boêmio da Lapa.




Analfabeto e sem qualificação profissional, trabalhava entregando marmitas, e depois passou a ajudante de cozinha.

Homossexual, pobre e negro sofreu preconceitos por toda a vida.

Amante de carnaval desfilou em 1942 no Bloco "Caçadores de Veado" com uma fantasia de "Madame Satã" inspirada num filme homônimo de Cecil B. DeMille.

Frequentador assíduo do bairro da Lapa, um bairro boêmio, reduto da malandragem, na década de 20 e 30.

Atuou como segurança de casas noturnas, evitando que as meretrizes  fossem exploradas  e agredidas pelos clientes.

Enfrentou a polícia diversas vezes, e foi preso centenas de vezes por desacato e agressão.

Era um exímio capoeirista, e usava esse atributo para se defender da polícia e outros inimigos.

Acusado da morte de um policial em 1928, foi preso no presídio da Ilha Grande por 16 anos.

Fato que negou  em tom de deboche, dizendo que quem matou o policial foi a bala que saiu de seu revólver.

Na entrevista ao Pasquim em 1971, vangloria-se de suas brigas e seus casos de violência, segundo ele, sempre para se defender, ou por provocação


Presídio da Ilha Grande 02 - YouTube



Se valeu da prostituição em uma época da vida, como forma de  sustento.
Atuava também em boates dançando e cantando, foi um dos primeiros travestis brasileiros a atuar num palco.

Em 05/05/1971, concedeu uma polêmica entrevista ao jornal O Pasquim. 
 Foi entrevistado por: Sérgio Cabral,Millor Fernandes, Paulo Francis, Chico Junior, Jaguar, Paulo Garcez e Fortuna.

Sobre a entrevista disse Paulo Francis: 


"A inocência de Satã das coisas da moda elitista, de modelos de raciocínio, é completa. Mas nenhum de nós se sentiu tentado a ironizá-lo. Não por medo. Ele é bem mais educado do que a maioria dos grã-finos que conheço (um bom número, acrescento). Foi por respeito. Sentimos uma personalidade realizada. Quantos de nós podem dizer a mesma coisa? Nesse mundinho de classe média pra cima, que muita gente boa (tradução poderosa) imagina ser o Brasil, e que é, no duro, uma ínfima e arrogante minoria, pouco existe de igual em termos de tipo. Quem vai prevalecer? Não percam o próximo e emocionante capítulo."


Madame Satão tornou-se referência do mundo marginal carioca.


Em São Paulo, existe um bar "underground" no bairro do Bexiga que leva o seu nome. Esse bar viveu seu auge nas décadas de 70 e 80, onde cantores como Renato Russo, Cazuza e Rita Lee, chegaram a frequentá-l0.
Fechou as portas em 2009, mas voltou a reabrir a três anos.



Um filme contando a sua história, de produção franco-brasileira, de 2002,  fez muito sucesso; dirigido por Karim Ainouz, estrelado por Lázaro Ramos no papel de Madame Satã.



Fontes:
Wikipedia.org
contandohistoria369.blogspot.com.br
tirodeletra.com.br
dopropriobolso.com.br

                                                                         

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