Na mitologia grega, Prometeu era um titã, filho de Jápeto e Clímene.
Na impetuosa e violenta família dos titãs, Prometeu era o mais ponderado. Quando teve início a rebelião dos olímpicos, ele logo havia percebido para que lado as coisas estavam se inclinando. Sem hesitar, abandonou o próprio clã e se juntou aos rebeldes, convencendo seu irmão mais novo, Epimeteu, a fazer o mesmo. Após o triunfo olímpico, o sábio titã foi recompensado. Enquanto tantos de seus familiares eram lançados no Tártaro, Prometeu e Epimeteu tiveram a permissão de seguir vivendo sobre a Terra, agora governada por Zeus.
Mas todos nós conhecemos esta sensação: nas aparências, tudo está bem, mas alguma coisa essencial parece estar faltando. Era assim que o visionário Prometeu se sentia em suas andanças pelo mundo. Sem saber exatamente o que planejava fazer, sentou-se certa vez nas colinas da região grega de Fócia. Apanhou um punhado de terra, misturou um pouco da água de um córrego e começou a moldar o barro.
Abrindo as mãos, Prometeu contemplou sua obra: uma figura feita à imagem de um deus, porém mais modesta e frágil. Ficou encantado com a beleza singela de sua própria criação e resolveu fazer várias réplicas. Ao fim do dia, uma pequena legião de estatuetas de barro estava enfileirada ao seu redor. Prometeu sentiu-se tão encantando por seus pequenos novos companheiros que os presenteou com a vida.
Embora vivos e dotados de espírito, os humanos continuavam paralisados, como se um medo terrível os petrificasse. Isso acontecia porque, ao criá-los, Prometeu havia lhes dado também o dom de ver o futuro, comum entre alguns titãs. E, como eram mortais, os humanos não cessavam de ver mentalmente a hora de suas próprias mortes. Para livrá-los desse medo, Prometeu apagou o dom da profecia e os homens passaram a viver em uma abençoada ignorância. Apenas alguns deles, os profetas e videntes, preservaram o dom de ver o futuro.
Prometeu criou apenas os homens. As mulheres viriam depois.
Certamente vocês já leram essas histórias em outros contextos e outros livros. O homem veio do barro, primeiro foi feito o homem, depois a mulher. O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus.
Um dos filhos de Prometeu foi Deucalião, um equivalente de Noé, que sobreviveu a uma grande inundação ao navegar em um barco enorme durante nove dias e nove noites e quem, com sua esposa Pirra, se converteu no fundador da raça humana.
No alto do Olimpo, Zeus observava a criação de Prometeu. E gostava cada vez menos do que estava vendo. Por algum motivo obscuro, o senhor dos deuses sentiu uma antipatia imediata pela humanidade. Político ardiloso, talvez temesse naqueles seres aparentemente modestos um competidor à altura dos deuses. Era preciso impedir que os homens se tornassem demasiado atrevidos. O senhor do Olimpo sabia que só faltava uma coisa para que os filhos de Prometeu dominassem a superfície da Terra: o segredo do fogo. Por isso, proibiu que uma única fagulha fosse colocada nas mãos da humanidade.
Mas Prometeu não lhe deu ouvidos. Agora, o titã se arrependia do apoio que dera aos olímpicos: os desmandos de Zeus o repugnavam. Decidiu tornar os homens tão engenhosos que eles haveriam de ser semelhantes aos deuses
Certa madrugada, em segredo, Prometeu subiu sorrateiramente as encostas do Olimpo. Esperou que Hélios, o deus do Sol, surgisse no horizonte, conduzindo sua carruagem de chamas. Quando o carro do Sol estava passando perto do cume do Olimpo, Prometeu acendeu uma tocha em seu calor. Depois, desceu o monte e levou aos humanos o mais revolucionário de todos os segredos. Agora, a humanidade podia moldar os metais em ferramentas e utensílios. Podia criar vasos para carregar água; podia cozinhar e assar sua comida. E podia aquecer-se à beira das chamas quando as neves do inverno cobrissem o mundo.
Prometeu conseguiu um grande poder, o de criar a vida e dar conhecimento, mas compartilhou esse poder com os seres humanos.
Mais uma vez essa história foi recontada mais tarde, quando Eva, desobedecendo Deus, comeu a fruta do conhecimento do Bem e do Mal, com isso fazendo que os seres humanos decidissem o que era o bem e o que era o mau.
Zeus ficou indignado pelo roubo do fogo por parte de Prometeu e, assim, castigou o titã fazendo que o levassem longe, em direção ao Oriente, talvez ao Cáucaso. Aqui Prometeu foi acorrentado a uma rocha (ou a uma coluna) e Zeus enviou uma águia para que comesse o fígado do titã. Pior ainda, o fígado voltava a crescer durante a noite e a águia retornava durante o dia para perpetuamente atormentar Prometeu. Afortunadamente para o benfeitor do homem, mas só depois de muitos anos, o herói Hércules, ao passar um dia durante suas famosas ações, matou a águia com uma de suas flechas. Em Os Trabalhos e os Dias de Hesíodo se nos diz que Zeus puniu o homem por ter recebido o fogo, tendo instruído Hefesto a criar do barro a primeira mulher, Pandora, e por meio dela todos os aspectos negativos da vida cairiam sobre a raça humana - trabalho, doença, guerra e morte - e definitivamente separar os seres humanos dos deuses.
Fontes:
wikipedia.org
google.com
worldhistory.org
super.abril.com.br
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