sexta-feira, 23 de maio de 2025

 





Morreu nesta quinta-feira (22), aos 97 anos, o professor, gramático e filólogo Evanildo Bechara. Internado no Hospital Placi, em Botafogo, ele teve falência múltipla dos órgãos. A morte foi confirmada pela Academia Brasileira de Letras (ABL), instituição da qual Bechara fazia parte desde 2001. O velório será nesta sexta (23), a partir das 10h, na Academia Brasileira de Letras. O sepultamento está marcado para às 16h, no Mausoléu da ABL do Cemitério São João Batista.

"Ele foi autor da Moderna gramática portuguesa, obra de referência para professores(as) e pesquisadores(as) do Brasil. A obra teve sua publicação em 1961 e foi várias vezes reeditada. A gramática de Bechara é normativa, mas valoriza também a diversidade linguística brasileira."





Evanildo Cavalcante Bechara nasceu no Recife (PE), em 26 de fevereiro de 1928. Aos onze para doze anos, órfão de pai, transferiu-se para o Rio de Janeiro, a fim de completar sua educação em casa de um tio-avô.


Desde cedo mostrou vocação para o magistério, vocação que o levou a fazer o curso de Letras, modalidade Neolatinas, na Faculdade do Instituto La-Fayette, hoje UERJ, Bacharel em 1948 e Licenciado em 1949.

Aos quinze anos conheceu o Prof. Manuel Said Ali, um dos mais fecundos estudiosos da língua portuguesa, que na época contava entre 81 e 82 anos. Essa experiência permitiu a Evanildo Bechara trilhar caminhos no campo dos estudos lingüísticos. Aos dezessete, escreve seu primeiro ensaio, intitulado Fenômenos de Intonação, publicado em 1948, com prefácio do filólogo mineiro Lindolfo Gomes. Em 1954, é aprovado em concurso público para a cátedra de Língua Portuguesa do Colégio Pedro II e reúne no livro Primeiros Ensaios de Língua Portuguesa artigos escritos entre os dezoito e vinte e cinco anos, saídos em jornais e revistas especializadas.

Concluído o curso universitário, vieram-lhe as oportunidades de concursos públicos, que fez com brilho, num total de onze inscritos e dez realizados. Aperfeiçoou-se em Filologia Românica em Madri, com Dámaso Alonso, nos anos de 1961 e 1962, com bolsa oferecida pelo Governo espanhol. Doutor em Letras pela UEG (atual UERJ), em 1964.

Convidado pelo Prof. Antenor Nascentes para seu assistente, chega à cátedra de Filologia Românica da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UEG (atual UERJ) em 1964. Professor de Filologia Românica do Instituto de Letras da UERJ, de 1962 a 1992. Professor de Língua Portuguesa do Instituto de Letras da UFF, de 1976 a 1994.

Professor titular de Língua Portuguesa, Lingüística e Filologia Românica da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques, de 1968 a 1988. Professor de Língua Portuguesa e Filologia Românica em IES nacionais (citem-se: PUC-RJ, UFSE, UFPB, UFAL, UFRN, UFAC) e estrangeiras (Alemanha, Holanda e Portugal).

Em 1971-72 exerceu o cargo de Professor Titular Visitante da Universidade de Colônia (Alemanha) e de 1987 a 1989 igual cargo na Universidade de Coimbra (Portugal).

Professor Emérito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1994) e da Universidade Federal Fluminense (1998).

Bechara foi um dos marcos da gramática da Língua Portuguesa.  Seu livro mais recente é Novo dicionário de dúvidas da Língua portuguesa. Um guia de consulta fácil para estudantes e concursando.




Foi eleito em 11 de dezembro de 2000 para a cadeira nº 33 da Academia Brasileira de Letras, sucedendo o professor e crítico literário Afrânio Coutinho.


Fontes:

oglobo.globo.com
brasilescola.uoo.com.br
google.com
academia.org.br
amazon.com.br
wikipedia.org

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