terça-feira, 4 de março de 2025

 A Montanha Mágica - Thomas Mann





Thomas Mann iniciou a escrita de "A montanha mágica" em 1912, o mesmo ano em que sua mulher Katharina Mann (Katia) foi internada num sanatório de Davos na Suíça, para se curar de uma tuberculose. O livro teria sido inspirado nesse episódio.

O autor, que escreveu também Dr. Fausto e Morte em Veneza, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1929.



A obra trata da história de um jovem estudante de engenharia naval, alemão de Hamburgo, chamado Hans Castorp. Ele visita o primo Joachim Ziemssen num sanatório destinado ao tratamento de doenças respiratórias localizado em Davos, nos Alpes suíços, pouco antes do começo da Primeira Guerra Mundial. Apesar de ser encaminhado ao sanatório apenas para uma visita e para tratar uma anemia, Hans Castorp vai aos poucos mostrando sinais de que tem tuberculose pulmonar e acaba estendendo sua visita ao sanatório por meses e anos, pois sua saída é sempre adiada por causa da doença.


Alpes suíços



Nesse período, Castorp, pouco a pouco, afasta-se da vida "na planície" e conquista o que chama de liberdade da vida normal. Desliga-se do tempo, da carreira e da família e é atraído pela doença, pela introspecção e pela morte. Ao mesmo tempo, amadurece e trava contato mais profundo com a política, a arte, a cultura, a religião, a filosofia, a fragilidade humana (incluindo a morte e o suicídio), o caráter subjetivo do tempo (um dos temas mais importantes da obra) e o amor.

O sanatório forma um microcosmo europeu. As numerosas personagens do livro, muitas com descrições e reflexões detalhadas, são representações de tendências e pensamentos que predominavam na Europa do pré-grande-guerra, conhecido como o período dos anos loucos. Em particular as personagens Lodovico Settembrini (humanista e enciclopedista) e Leo Naphta (um jesuíta totalitário).

Também se destacam o hedonista Mynheer Peeperkorn e Madame Clawdia Chauchat, por quem Castorp desenvolve interesse romântico e sutilmente sensual, cujo climax está genialmente descrito por Mann em páginas verdadeiramente universais.




A subjetividade da passagem do tempo abordada por Mann reflete-se na estrutura do livro. A narrativa é ordenada cronologicamente, mas acelera ao longo do romance. Desse modo, os primeiros cinco capítulos relatam apenas o primeiro dos anos de Castorp no sanatório, em grande detalhe. Os restantes seis anos, marcados pela monotonia e pela rotina, são descritos nos últimos dois capítulos. Essa assimetria corresponde à própria percepção distorcida de Castorp quanto à passagem do tempo.

No final da narrativa, inicia-se a Grande Guerra, Castorp une-se às fileiras do exército, e sua morte iminente no campo de batalha é sugerida. Apesar do processo de amadurecimento da personagem ao longo do livro, não está claro, na parte final, se ele formou uma sólida individualidade, e sua última aparição se dá como um soldado anônimo, entre milhares, em um campo de batalha qualquer da Primeira Guerra Mundial.


Fontes:

wikipedia.org
google.com
companhiadasletras.com.br

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