domingo, 16 de março de 2025

Em 16 de março de 1968, cerca de cem militares dos EUA entram em aldeias do Vietnã do Sul, concentrando-se em um vilarejo conhecido como Son My. Informações apontam que as localidades haviam sido tomadas pelos guerrilheiros da Frente Nacional de Libertação do Vietnã, os vietcongues, comunistas apoiados pelo Norte. A ordem do tenente William Calley é simples: na dúvida, matar qualquer um que pareça suspeito. Nem que sejam mulheres, bebês, crianças ou idosos. Entre fuzilamentos, tiros na cabeça, estupros e queima de residências, em cerca de quatro horas são massacrados entre 347 e 504 civis.





Os americanos suspeitavam que naquela localidade estivesse oculto o inimigo, alguns gooks – ou lodos como denominavam. Por isso, a ordem era exterminar qualquer um que parecesse suspeito.



Tudo isso porque o pequeno vilarejo foi identificado e denunciado de forma errônea como abrigo de soldados do Vietnã do Norte, que era autodeclarado comunista e contra e o Vietnã do Sul, aliado dos EUA. Por isso, a informação dada era que na manhã daquele dia os moradores de My Lai sairiam às 7h da manhã para comprar comida em uma determinada feira, e quem não fosse seria guerrilheiro ou soldado inimigo. Deveria ser morto.

Porém, ao contrário do que esperavam conseguir, os americanos não viram nem guerrilheiros, nem soldados e nem comunistas: tinham-se apenas meros camponeses, simples e inofensivos, muitos idosos enfermos e crianças.

Mas mesmo assim, isso não serviu de desculpas para perpetraram as diversas atrocidades, não quiseram voltar para seus postos sem uma história para contar, por isso começaram a queimar as casas, inclusive com as pessoas dentro.

Os que procuraram se salvar eram mortos à queima-roupa. Mulheres, e crianças foram violentadas sexualmente por inúmeros soldados antes de falecerem.

O banho de sangue partiu da ordem proferida pelo tenente William Calley. Outros dois pelotões se juntaram ao massacre. Além de My Lai, a aldeia vizinha de My Khe também foi vitimada.

A tragédia foi tão visceral que o piloto de helicóptero, Hugh Thompson, conseguiu verificar ocorrido enquanto sobrevoava o local, mas não havia ali nenhum combatente inimigo. Eram apenas os cidadãos de bem.

Em razão disso, resolveu intervir, ajudar os vietnamitas. Em um ato extremante humano, comunicou o incidente aos seus superiores, e pediu que reforços fossem enviados para a vila.

Mediante a ajuda de Andreotta e Coburn, tripulantes de seu helicóptero, Hugh teria se voltado contra as tropas norte-americanas, apontando suas armas para todos aqueles que estivessem assassinando mais um civil.

Apesar de ser de patente inferior aos que estavam exterminando inocentes, nenhum deles ousaram desafiar as ordens de Thompson. Com isso, conseguiram cessar o morticínio e resgatar 12 sobreviventes. Dentre eles uma criança com vida que se mexia em meio a uma pilha de cadáveres.




No entanto, essa catástrofe só se tornou pública em 1969, o que resultou repúdio e total aversão do mundo para a hecatombe realizada. Os responsáveis foram inteiramente os soldados americanos, todos os tiros partiram deles. A My Lai, a perigosa, a acobertadora de inimigos era uma falácia.




Nada existia ali senão um pacato recinto. E segundo David L. Anderson, ex-combatente da Guerra do Vietnã, só há uma teoria que possa explanar o que foi verificado: “pressões psicológicas, medo, raiva e fraca liderança são elementos chave para explicar tal comportamento brutal”.

Foi o maior crime de guerra que aconteceu na guerra do Vietnã.



Harry Stanley, um artilheiro da companhia Charlie, disse durante o inquérito da Divisão de Investigação Criminal do Exército dos Estados Unidos que os assassinatos começaram sem aviso prévio. Ele primeiro observou um membro do 1º Pelotão atacar um homem vietnamita com uma baioneta. Então, o mesmo soldado empurrou outro aldeão para um poço e jogou uma granada no poço. Em seguida, viu quinze ou vinte pessoas, principalmente mulheres e crianças, ajoelhadas em torno de um templo com incenso em chamas. Elas estavam orando e chorando. Todas foram mortas por tiros na cabeça.





O crime só veio a público um mês depois, devido a denúncias saídas de dentro do exército, por soldados que testemunharam ou ouviram os detalhes do caso – e um deles, Ronald Ridenhour, escreveu a diversos integrantes do governo estadunidense, inclusive ao presidente Richard Nixon – e chegaram a órgãos de imprensa e às televisões. Jornalistas independentes conseguiram fotos dos assassinatos e as estamparam na mídia mundial, ajudando a aumentar o horror e os esforços dos pacifistas a pressionar o governo Nixon a se retirar do Vietnã.

Em março de 1970, 25 soldados foram indiciados pelo exército dos Estados Unidos por crime de guerra e ocultação de fatos e provas no caso de My Lai. Comparado pela mídia aos genocídios de Oradour-sur-Glane e Lídice durante a Segunda Guerra Mundial, que causou a condenação e execução de diversos oficiais nazistas, apenas o tenente William Calley, comandante do pelotão responsável pelas mortes, foi indiciado e julgado.

William Caley



Condenado à prisão perpétua, Calley foi perdoado dois dias depois da divulgação da sentença pelo presidente Nixon, cumprindo uma pena alternativa de três anos e meio em prisão domiciliar na base militar de Fort Benning na Geórgia.

Esse foi um dos muitos crimes de guerra perpetrados por soldados estadounidenses em várias guerras que participaram.


Fontes:

wikiédia.org
google.com
oglobo.globo.com
blog.editoracontexto.com


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