Hoje vamos falar da obra de Machado de Assis, Quincas Borba.
“Quincas Borba" é o segundo livro da trilogia realista escrita por Machado de Assis. Sucede a polêmica obra Memórias Póstumas de Brás Cubas e é sucedido por Dom Casmurro.
Quincas Borba (Joaquim Borba dos Santos é o personagem principal do livro Quincas Borba do escritor Machado de Assis. Nasceu em fascículos, no ano de 1886, o "filósofo louco de Barbacena" e conselheiro de Brás Cubas, de quem foi colega na infância.
Ambos foram alunos do lendário Ludgero Barata, professor que Quincas Borba atormentava semanalmente, enfiando-lhe na algibeira das calças uma barata morta: "Uma flor, o Quincas Borba", dirá Brás Cubas, sobre o antigo companheiro de infância que, décadas mais tarde, encontrará nas ruas do Rio de Janeiro, aos quarenta anos, maltrapilho, vivendo agora nas escadas da igreja de São Francisco, numa miséria da qual sairá mediante a herança deixada por parentes de Minas Gerais.
Quincas Borba explica sua filosofia e Brás escuta admirado a sua lógica, bem como a clareza da exposição de Borba.
“Conta três fases Humanitas: a estática, anterior a toda a criação; a expansiva, começo das coisas; a dispersiva, aparecimento do homem; e contará mais uma, a contrativa, absorção do homem e das coisas. A expansão, iniciando o universo, sugeriu a Humanitas o desejo de o gozar, e daí a dispersão, que não é mais do que a multiplicação personificada da substância original.” Quincas Borba é um personagem do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, mais tarde Machado escreve um livro dedicado a essa personagem.
Antes de morrer, na casa de Brás Cubas, escreve uma carta dizendo-se convencido de ser Santo Agostinho. Seu testamento nomeia Rubião – que cuidara dele durante sua doença – como herdeiro universal, incumbindo-o apenas de uma coisa: cuidar de Quincas Borba, o cão.
Quincas Borba aparece a princípio nas Memórias póstumas de Brás Cubas para retornar, em seguida, no Quincas Borba, emprestando seu nome a um cachorro: Quincas Borba, um bonito cão, "pelo cor de chumbo, malhado de preto". Quincas Borba levava-o a toda parte e dormiam no mesmo quarto. Pela manhã era o cão que o acordava.
Após a morte de Quincas Borba, narrada no livro Memórias póstumas de Brás Cubas, a fortuna herdada por ele foi deixada para seu amigo Rubião, professor de Barbacena, cidade onde residia o filósofo. O dinheiro vem acompanhado do compromisso de cuidar do cachorro, também chamado Quincas Borba.
O romance a ascensão social de Rubião que, após receber toda a herança do filósofo louco Quincas Borba - criador da filosofia "Humanista" e mudar-se para a Corte no final do século XlX. Na viagem de trem rumo à capital, Rubião conhece o casal Sofia e Cristiano Palha, que percebe estar diante de um ingênuo - e agora rico - provinciano: impressão que também é compartilhada por todos os que estão ao seu redor. As desventuras de Rubião e sua relação com os amigos parasitários dão a tônica da obra, que critica o convívio social e os valores morais e éticos vigentes na época.
"Rubião fitava a enseada, — eram oito horas da manhã. Quem o visse, com os polegares metidos no cordão do chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas, em verdade, vos digo que pensava em outra coisa. Cotejava o passado com o presente. Que era, há um ano? Professor. Que é agora? Capitalista. Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe deu recente amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de propriedade."
Com a convivência, nasce o interesse de Rubião pela bela Sofia. Ela logo percebe a paixão que provoca, utilizando-se disso para envolver ainda mais o milionário. Acreditando-se correspondido, Rubião se declara à amada durante um baile. Sofia comenta com o marido a ousadia do convidado, mas Cristiano tenta diminuir a ira da esposa, comentando que já devia muito dinheiro a Rubião. O marido ainda sugere que ela alimente aquele sentimento, para que eles possam continuar a explorar o pobre milionário.
Frustradas suas tentativas amorosas, Rubião decide deixar o Rio de Janeiro. Cristiano fica preocupado com a notícia, que o afasta de sua principal fonte de renda. Por isso, insiste com o amigo para que fique, acenando com futuros reencontros com Sofia. Acompanha-o nessa tentativa certo Camacho, político que também tira vantagem da bondade e da ingenuidade de Rubião. Convencido, este decide permanecer no Rio de Janeiro.
Rubião e Cristiano se tornam sócios em uma importadora, Palha & Cia. Com o tempo, o capitalista passa a administrar os bens e a fortuna do mineiro. A condição de vida do casal Palha melhora a olhos vistos. Rubião continua a frequentar-lhes a casa. Passa a sentir ciúmes crescentes do jovem Carlos Maria, que dirige gracejos a Sofia. Atingindo o estado de desespero, Rubião chega certa vez a gritar com Sofia, insinuando o adultério. A mulher contorna a situação e prova sua inocência, posteriormente confirmada com o casamento de Carlos Maria com Maria Benedita, prima de Sofia.
Cristiano rompe a sociedade com Rubião, alegando a necessidade de desligar-se da empresa a fim de capacitar-se a assumir cargos no sistema financeiro. Na verdade, já estabelecido, Cristiano quer continuar a conduzir sozinho os seus negócios. Sofia também se afasta de Rubião, recusando seus insistentes convites para passeios.
Enlouquecido de desejo, Rubião visita Sofia, mas a encontra de saída. Quando ela sobe na carruagem que a espera, ele também entra, intempestivamente, baixando em seguida as cortinas. Mais uma vez, declara-se a ela, desta vez acrescentando ser Napoleão III e ela, sua amante. Sofia percebe a demência de Rubião.
Logo, a notícia se espalha por toda a cidade. Seus delírios se acentuam à mesma proporção em que seu patrimônio diminui. Por insistência de amigos, os Palha assumem a responsabilidade de cuidar do doente. Como primeira providência, transferem-no para uma casa mais humilde. Os acessos de loucura continuam e Rubião acaba internado em um hospício.
Rubião foge e, acompanhado do cão, retorna a Barbacena. Ninguém os recebe e os dois acabam dormindo na rua. No dia seguinte, Rubião morre, ainda acreditando ser um imperador francês.
Fontes:
livrariasfamiliacristã.om.br
educacaoglobo.com
todamateria.com.br
machado.mec.gov.br
google.com
wikipedia.org
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