"Se passasse há dez anos pela praia da Glória, minha prima, antes que as novas ruas que abriram tivessem dado um ar de cidade às lindas encostas do morro de Santa Teresa, veria de longe sorrir-lhe entre o arvoredo, na quebrada da montanha, uma casinha de quatro janelas com um pequeno jardim na frente. Ao cair da tarde, havia de descobrir na última, das janelas o vulto gracioso de uma menina que aí se conservava imóvel até seis horas, e que, retirando-se ligeiramente, vinha pela portinha do jardim encontrar-se com um moço que subia a ladeira e oferecer-lhe modestamente a fronte, onde ele pousava um beijo de amor tão casto que parecia antes um beijo de pai."
Esse é um blog sobre curiosidades de português, história e cultura de maneira geral.
quinta-feira, 8 de junho de 2023
Publicado em 1857, um romance urbano onde o final feliz prevalece. Neste livro José de Alencar traz um personagem principal que é um herói que supera tudo, é rico, honesto e na flor da idade. Tudo isso situado em uma sociedade que já se mostrava desigual.
A fragilidade da mulher, descrição dos ambientes, mistério, religiosidade e o acaso são outros elementos presentes. A critica do livro vai para burguesia, onde o elemento central é o dinheiro.
"Quatro pessoas se achavam reunidas na sala da casa de D. Maria. O sr. Almeida, sempre grave e sisudo, conversava no vão de uma janela com um outro velho, militar reformado, cuja única ocupação era dar um passeio à tarde e jogar o seu voltarete. O honrado negociante estava vestido em traje de cerimônia e machucava na mão esquerda um par de luvas de pelica branca, indício certo de alguma grande solenidade, como casamento ou batizado. Os dois conversavam sobre o projeto do desmoronamento do morro do Castelo, projeto que julgavam devia estender-se a todos os morros da cidade; era um ponto este em que o reumatismo do sr. Almeida e uma antiga ferida do militar reformado se achavam perfeitamente de acordo."
Morro do Livramento
A Viuvinha é uma estória de um jovem casal, Carolina e Jorge. Jorge é um jovem que foi criado por Sr. Almeida, que é quem lhe dá a notícia da desonra e miséria do nome de seu pai, por causa de algumas dívidas. Isso faz com que Jorge se sinta culpado em se casar com Carolina e na sua noite de núpcias forja sua morte para ter tempo para limpar o nome de seu pai. Depois de algum tempo, com honra e dinheiro volta para seu grande amor que nunca desistiu de o esperar.
Assim como em Cinco Minutos, o narrador (que é o mesmo) conta a história como se estivesse escrevendo uma carta para a sua prima.
Jorge é um rapaz que passou a vida inteira curtindo a vida e gastando o dinheiro de seu pai.
Um belo dia,conhece e se apaixona por Carolina, uma jovem moça recatada que vive com a sua mãe.
Essa paixão o faz abandonar a boemia, porém já é tarde demais, porque tantas loucuras e insanidades o transformaram em um homem endividado e pobre.
Ele descobre a sua real situação na véspera do seu casamento com Carolina. Chocado, ele resolve tomar uma atitude polêmica.
Após o casamento, ele (que havia dado um sedativo a esposa) espera a moça adormecer para sair e simular seu suicídio. Passa então a viver com o nome de Carlos.
Ele queria morrer para o mundo e viver sob outra identidade para que pudesse pagar sua dívida e voltar para a amada.
Enquanto salda as sua dívidas, permanece a observar a sua Carolina, incógnito. Corteja-a e é rejeitado. Finalmente decide escrever-lhe uma carta, solicitando um encontro.
Carolina entra em conflito. Não quer trair a memória de seu finado esposo, mas depois de heroica resistência, concede a Carlos o encontro só para recusá-lo em nome de seu amor a Jorge.
Mas Carlos é insistente, deseja-a e faz-lhe juras, contudo, sem revelar sua identidade. Carolina sente-se envolvida por ele, mas rejeita-o em favor da memória do marido a quem não esquece e ama. Vencido, sem resistir à paixão que lhe toca à alma, Carlos conta à Carolina toda a verdade que queria impedir.
Abraça-a, beija-a e celebram o amor em sua primeira noite de núpcias.
É, no entanto, necessário dar notícia à Dona Maria, mãe de Carolina, mas ela iria acreditar que Carlos era mesmo Jorge? O Sr. Almeida, homem respeitável, resolveu contar-lhe toda a verdade, mas embora a sua flagrante sinceridade, a mãe de Carolina não pôde acreditar, até que Carolina chama-a do quarto e ao seguir por um corredor, Maria vê, com indizível espanto, sua filha de braços dados com Jorge. Dona Maria desfalece.
Assim, restabelecida a verdade, Jorge e Carolina vão viver numa fazenda nos arredores da cidade, longe da curiosidade inoportuna e indiscreta das pessoas, onde permanece Dona Carolina, já bastante idosa. O senhor Almeida, já idoso e desejoso de tranquilidade, parte para a Europa, aonde irá conferir em testamento, todos os seus bens aos filhos do casal.
Fontes:
coladaweb.com
dominiopublico.gov.br
google.com
infoescola.com
mundovestibular.com.br
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