segunda-feira, 1 de maio de 2023

First of May - Andy Gibb e Lulu



Hoje é primeiro de Maio e comemora-se o Dia do Trabalhador. Me lembro que na minha infância um programa obrigatório para o dia era assistir os desfiles de escolas de ensino do ginasial e colegial no bairro de Ermelino Matarazzo em São Paulo.


Desfile de 1º de maio


A origem da data remonta ao ano de 1886 durante uma greve em Chicago - EUA.



Nos Estados Unidos, durante o congresso de 1884, os sindicatos estabeleceram o prazo de dois anos para conseguir impor aos empregadores a limitação da jornada de trabalho para oito horas. Eles iniciaram a campanha em 1 de maio, quando muitas empresas começavam o seu ano contábil, os contratos de trabalho terminavam e os trabalhadores buscavam outros empregos. Estimulada pelos anarquistas, a adesão à greve geral de 1 de maio de 1886 foi ampla, envolvendo cerca de 340 000 trabalhadores em todo o país.



Em Chicago, a greve atingiu várias empresas. No dia 3 de maio, durante uma manifestação, grevistas da fábrica McCormick saíram em perseguição dos indivíduos contratados pela empresa para furar a greve. São recebidos pelos detetives da agência Pinkerton e policias armados de espingardas. O confronto resultou em três trabalhadores mortos. No dia seguinte, realizou-se uma marcha de protesto e, à noite, após a multidão se ter dispersado na Haymarket Square, restaram cerca de duzentos manifestantes e o mesmo número de policias. Foi quando uma bomba explodiu perto dos policias, matando um deles. Sete outros foram mortos no confronto que se seguiu.

Em consequência desses eventos, os sindicalistas anarquistas Albert Parson, Adolph Fischer, George Engel, August Spies e Louis Lingg, foram condenados à forca, apesar da inexistência de provas. Louis Lingg cometeu suicídio na prisão, ingerindo uma cápsula explosiva. Os outros quatro foram enforcados em 11 de novembro de 1887, dia que ficou conhecido como Black Friday.

Albert Parson

Adolph Fischer

George Engel

August Spies


Louis Lingg

No Brasil a primeira greve geral ocorreu em 1917. 


As oficinas eram insalubres. A jornada de trabalho girava em torno de 14 horas. Não havia descanso remunerado. Era ruim para todo mundo, mas mulheres e crianças sofriam ainda mais. Trabalhavam o mesmo tanto e recebiam menos que os homens. Junte-se a isso uma guerra na Europa, escassez nas prateleiras e carestia galopante.

A primeira fábrica a parar foi a Crespi, como era conhecido o Cotonifício Rodolfo Crespi, uma das maiores indústrias têxteis de São Paulo. Inaugurada em 1897, ficava perto da Hospedaria dos Imigrantes, primeira parada dos estrangeiros que chegavam à cidade em busca de uma vida melhor. Cerca de 75% dos trabalhadores da Crespi eram de origem italiana.

Em junho de 1917, os operários da tecelagem pediram 20% de aumento e melhores condições de trabalho. Não levaram. Foi o estopim para a primeira greve geral de São Paulo. Poucos dias depois, a Antártica parou. Na sequência, a greve se generalizou, inspirada no socialismo e anarquismo difundidos por militantes como o jornalista Edgard Leuenroth.

Greve geral 1917 - Cotonifício Rodolfo Crespi



Apontado pela polícia como autor “psíquico-intelectual” da greve, Leuenroth registrou o momento: “Paralisava-se a vida laboriosa de São Paulo que não pode parar, para dar lugar a uma convulsão popular sem precedentes na vida paulistana. A polícia entrou em ação. Começaram os choques com as multidões. Dos encontros resultaram vítimas de ambos os lados”.


Uma das vítimas foi o sapateiro Jose Martinez, militante anarquista espanhol de 21 anos, morto durante manifestação em frente à tecelagem Mariângela, no Brás. Calcula-se que mais de dez mil pessoas acompanharam seu enterro pelas ruas de São Paulo, até o cemitério do Araxá, onde oradores inflamados se revezaram à beira do túmulo.



As grandes greves do ABC lideradas pelo sindicalista Luís Inácio Lula da Silva, durante a ditadura militar, foram marcos da luta sindical de todos os trabalhadores.



Por isso numa relação capital e emprego as lutas vividas e as conquistas conseguidas com muita luta e até mortes, não devem ser ignoradas.

Hoje em pleno 2023 ainda temos várias notícias de trabalho escravo no Brasil. Infelizmente a cultura escravocrata ainda não foi de toda eliminada. Por isso é importante a criação de empregos de qualidade onde o profissional receba o justo por seu trabalho.




Fontes:

wikipedia.org
google.com
youtube.com
artebrasileiros.com.br




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