Cartas de Erasmo
Constituída de sete cartas, essa obra encerra o ciclo de textos sobre política, economia e escravidão que José de Alencar compôs sob o pseudônimo de Erasmo entre 1865 e 1868. Embora aborde a Guerra do Paraguai (Cartas I, V e VI) e a política do Império em geral (Carta VII), seu principal assunto é a defesa do sistema escravista no Brasil (Cartas II, III e IV).
Sim, o grande romancista José de Alencar era um defensor da escravidão no Brasil.
O escritor apontava como única proposta possível de transição entre a escravidão e a liberdade, o cultivo das relações de dependência entre senhores e escravos, operadas por meio da mudança nos costumes e na índole da sociedade, em um processo que “adoçava” o cativeiro, transformado em servidão até chegar à ausência de amparo dos escravocratas, que resultaria na redução do domínio senhorial e, paulatinamente, assumiria a forma de “tutela benéfica” dos escravos e libertos.
No campo político, a emancipação dos escravos era um tema importante,
sobretudo após a promulgação da lei de extinção do tráfico negreiro, sob pressão do
governo britânico em 1850.
O debate se intensificou entre liberais e conservadores
a respeito da pauta da emancipação e culminou com a aprovação da Lei do Ventre
Livre (1871), cujo enunciado principal era a concessão de liberdade aos filhos de
escravos.
A promulgação dessa lei sofreu forte oposição e, somente na Província
do Rio de Janeiro, dos doze deputados, onze se posicionaram contrários ,
especialmente porque estavam ligados às oligarquias e às grandes fazendas dos
latifundiários, especialmente cafeicultores.
Compunham ainda o elenco dessas cartas, temas como Guerra do Paraguai, crise financeira e sistema moderador de representação política.
Fontes:
academia.org.br
digital.bbm.usp.br
periodicos.unifesspa.edu.br
www.encontro2016.pr.anpuh.org
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