Vamos falar hoje da cantora, bailarina e militante política, Josephine Baker.
A pequena Josephine começou a trabalhar aos 8 anos e sofreu abusos. Aos 14 anos ela já havia se casado e se separado duas vezes, e foi de seu segundo marido que obteve o sobrenome Baker.
Durante sua adolescência, ela era tão pobre que vivia nas ruas e chegou a comer restos para sobreviver.
Certa vez, ela disse que começou a dançar para se aquecer nas ruas frias de St. Louis.
Desde criança já dançava na rua. Aos quinze participou de um espetáculo vaudeville do St.Louis Chorus.
Seu grande salto para a fama deu-se em abril de 1926, quando, aos 19 anos, se apresentou no lendário cabaré Folies Bergère.
Ela surpreendeu o público com um show bem diferente, chamado Danse Sauvage (dança selvagem, em francês).
Usando apenas pérolas, sutiã e saia feita de bananas incrustadas com pedras cintilantes, Baker arrebatou a todos com sua dança provocante, na qual balançava os quadris e cruzava as pernas no estilo do Charleston. Na noite de estreia, foi aplaudida de pé 12 vezes.
A "dança da banana" fez dela uma estrela e marcou o início do fascínio dos franceses pela "vênus de bronze", com era chamada.
Ela atuou e dançou no teatro e estrelou quatro filmes: Sereia dos Trópicos (1927), ZouZou (1934), Princesse Tam Tam (1935) e Fausse Alerte (1940), algo incomum para uma artista negra.
"Como mulher negra, ela não poderia ter alcançado o que alcançou se tivesse ficado nos EUA", disse à BBC Bennetta Jules-Rosette, diretora do Centro de Pesquisa para Estudos Africanos e Afro-Americanos da Universidade da Califórnia e autora de uma biografia sobre a artista.
"Enquanto ela era protagonista na França, você tinha artistas como Hattie McDaniel interpretando uma empregada em E o Vento Levou...", observou Jules-Rosette.
Josephine Baker - 1927
Baker não era ousada apenas no palco. Foi também assim em sua vida privada. Muitos se lembram da diva, que se tornou um ícone da moda, caminhando pelas ruas da capital francesa com seu animal de estimação incomum: um guepardo.
Quando a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) estourou, Baker deixou de lado a atuação e os trajes exóticos que a tornaram famosa para fazer algo que poucas estrelas e ícones da moda fariam: vestir um uniforme.
Durante o longo conflito, ela serviu como segundo-tenente na Força Aérea Francesa e aproveitou sua fama para espionar os países do Eixo para os Aliados.
Usando seus contatos e convites para festas de embaixadas, obteve informações sobre movimentos de tropas inimigas que conseguiu transmitir primeiro às autoridades francesas e — após a queda da França nas mãos dos nazistas — à resistência, usando tinta invisível em suas mensagens.
Por suas contribuições, ela foi condecorada por Charles de Gaulle com a Legião de Honra e a Medalha da Resistência.
No filme de Wood Allen - Meia-noite em Paris, tem uma cena em que o personagem Gil Pender assisti estupefato uma apresentação da dançarina.
Cena do filme meia-noite em Paris
Outro lado que muitos comemoram em Baker é o de um ativista dos direitos civis dos negros.
Em 1963, depois de voltar para os EUA, ela participou da famosa passeata em Washington ao lado de Martin Luther King.
Vestida com seu uniforme militar francês, Baker foi a única mulher a falar com o público.
"Vocês sabem que eu sempre escolhi o caminho pedregoso", disse ela à multidão. "Eu nunca peguei o mais fácil. Mas conforme fui ficando mais velha, peguei aquele caminho pedregoso e tentei suavizá-lo um pouco", disse.
"Queria tornar as coisas mais fáceis para vocês. Quero que vocês tenham a oportunidade de ter o que eu tive", disse ela, referindo-se ao sucesso que teve na França.
Em 1937 Baker converteu-se ao judaísmo para se casar com o industrial branco Jean Lion, por meio do qual obteve a cidadania francesa.
O casamento durou um ano. Uma década depois, ela se casou novamente com outro homem branco: Joe Bouillon, com quem adotou 9 filhos de diferentes nacionalidades e raças, para formar o que ela chamou de "Tribo Arco-Íris".
Fontes:
wikipedia.org
google.com
youtube.com
bbc.com/portuguese
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