Dando prosseguimento às comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil, hoje vamos falar de outra revolta com o intuito separatista, a Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates, ocorrida na Bahia no ano de 1798.
Os principais objetivos da revolta eram:
Fim do pacto político com Portugal,
Implantação da República,
Liberdade comercial tanto no mercado interno como no externo,
Liberdade e igualdade entre as pessoas (eram favoráveis à libertação dos escravos)
Diferente da Conjuração mineira que foi idealizada pela maioria de pessoas pertencentes à elite, a Conjuração Baiana foi feita pela camada mais popular: escravos, pequenos comerciantes, pedreiros, alfaiates, mascastes.
A Revolta foi influenciada pela Independência do Haiti. Os escravos haitianos se revoltaram contra o domínio francês que deu origem a independência do país do Caribe.
O nome Revolta dos Alfaiates foi devido que grande parte da liderança era composta por alfaiates.
Alguns líderes destacados da conjuração foram os soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas, que tiveram participação importante na propagação dos ideais da revolta. Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus do Nascimento representavam os alfaiates.
A publicação de panfletos foi fundamental para a organização do movimento e união de forças para sua execução. Os escritos de Luiz Carlos das Virgens e de Cipriano Barata colaboraram para a difusão dos ideais da conjuração. O governo baiano, porém, ameaçou prender quem estivesse por trás da confecção e distribuição dos panfletos.
A fundação da loja maçônica Cavaleiros da Luz, em Salvador, teve papel importante na discussão e divulgação das ideias dos rebeldes. A loja foi fundada pelo militar francês Antoine Larcher, que abriu espaço para a discussão das ideias iluministas e da abolição da escravidão.
Os participantes discutiam textos dos pensadores Jean-Jacques Rousseau e Voltaire. Esses debates atraiam a atenção dos baianos menos favorecidos, que sofriam com a crise social e econômica que assolava a Bahia àquela época.
Dentre as lideranças destaca-se a de Cipriano Barata, médico, filósofo e político, fez dura oposição à Portugal e seu imperialismo. Foi membro de uma das primeiras lojas maçônicas do Brasil; "Loja Cavaleiros da Luz" . Foi deputado pela Província da Bahia e publicou jornais contra o Império como "Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco e Sentinela da Liberdade.
Por sua atuação contra o reino de Portugal, foi preso diversas vezes.
Cipriano Barata
Como a Conjuração Mineira a Revolta dos Alfaiates também não deu certo no seu objetivo principal que era a Independência do Brasil de Portugal, mas semeou ideais que foram sendo geridas por anos, até que finalmente em setembro de 1822 fosse concebida.
No dia 12 de agosto de 1798, as tropas governamentais prenderam integrantes do movimento que estavam distribuindo folhetos em Salvador. Os presos delataram seus companheiros, que, por sua vez, também foram presos. Portanto, o movimento não contou com um ato concreto, pois os rebeldes foram presos antes de a rebelião ter um início.
Alguns historiadores comparam a Conjuração Baiana à Inconfidência Mineira, pois ambos os eventos não chegaram a acontecer de fato, mas seus princípios mobilizaram o apoio da população mais pobre e da elite local. Os revoltosos presos foram julgados e condenados à morte. Eles foram enforcados em praça pública e tiveram seus corpos esquartejados como forma de exemplo para quem quisesse seguir o mesmo caminho deles.
Além desses fatores, a imprensa teve um papel decisivo tanto na difusão dos ideais dos insurgentes como para unir forças populares pela causa em questão.
A forma violenta com que a Coroa portuguesa puniu os participantes da conjuração demonstrou sua intolerância contra qualquer revolta em relação ao sistema colonial.
Fontes:
beduka.com
google.com
wikipedia.org
brasilescola.uol.com.br
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